Smith (centro) e Carlos (dir) e um gesto que ficou para a história |
Por Rodrigo Farias
Em 1955, Rosa Parks recusou-se a levantar em um ônibus para dar lugar a um branco. Esse seria o marco inicial da mais feroz luta dos negros nos EUA para obter direitos civis iguais aos dos brancos e a redução das desigualdades sociais. Dentre alguns grupos, o de maior destaque é o que escolhemos para falar hoje no Surto Olímpico: os Panteras Negras.
Surgido em 1966, o partido defendia o armamento de todos os negros, isenção de pagamento de impostos – forma de compensar a exploração sofrida por quatro séculos na América – indenizações e a libertação de todos os negros das prisões dos Estados Unidos. Fortemente radicais, coordenaram grupos na maioria das cidades americanas e enfrentaram tiroteios violentos com policiais – inclusive o co-fundador do movimento, Huey Newton, foi preso por acusação de homicídio de um policial.
Em 1968, durante as Olimpíadas da Cidade do México, os Panteras tornaram-se conhecidos do mundo. Nos 200 metros rasos, Tommie Smith (USA), vencedor da competição e John Carlos (USA), terceiro colocado, logo após receberem suas medalhas levantaram os braços com os punhos fechados – esse era o símbolo do Movimento. Além disso, abaixaram a cabeça durante a execução do hino norte americano.
Só havia – ainda há – um problema: o COI (Comitê Olímpico Internacional) proíbe que atletas usem ou façam símbolos relacionados a qualquer facção, movimento político e/ou afins. Devido ao ato no pódio, os atletas norte americanos foram expulsos dos jogos e também da Vila Olímpica. No entanto, o fato trouxe os olhos do mundo para a luta dos negros norte americanos e, além disso, difundiu pelo globo a ideologia de direitos iguais independentemente da cor da pele.
1 Comentários
realmente esse gesto marcou. passou no final do ano um especial falando sobre o australiano que esteve no pódio com eles, que foi humilhado de todas as formas em seu pais por ter apoiado o movimento dos panteras(ele usava no pódio um broche dado por Smith a ele)infelizmente não peguei o nome do documentário, mas foi um dos melhores que vi a respeito de história e olimpiadas.
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