A carateca Valéria Kumizaki encerrou a participação nacional na
etapa de Dubai da Premier League de Caratê com uma vitória de múltiplos
significados no domingo (17.02). O placar de 3 x 0 sobre a iraniana
Travat Khaksar, 22ª do mundo, simbolizou o bronze na segunda das sete
etapas do principal circuito internacional da modalidade em 2019.
Representou o único pódio nacional entre os 12 atletas do Brasil nos
Emirados Árabes, no torneio que reuniu 737 caratecas de 86 países.
Ajudou a consolidar Valéria no top 5 mundial da categoria, a -55kg. E,
principalmente, somou pontos estratégicos para a vice-campeã mundial de
2016 na corrida pela vaga na estreia olímpica do caratê, agendada para
2020, em Tóquio.
No ranking para o Japão, Valéria ainda corre atrás de bons
resultados. A brasileira ocupa a 42ª posição na disputa das categorias
-50kg e -55kg, que serão unificadas em Tóquio. A janela para acumular
pontos teve início no Mundial de Madri, disputado em novembro de 2018,
na Espanha. Na ocasião, Valéria perdeu na estreia. Na sequência, se
recuperou com um bronze na etapa da China da Série A, em dezembro. No
início de 2019, na primeira escala da Premier League, em Paris, foi
eliminada na primeira luta. Agora, chegou ao pódio. A liderança da
corrida olímpica é da japonesa Miho Miyahara, da categoria -50kg. A
atleta foi campeã mundial na Espanha e medalhista de prata na etapa da
Paris da Premier League. Miyahara não competiu em Dubai.
"Minha meta é medalhar em tudo o que for possível a partir de agora. A
Premier League é ainda mais importante porque tem pontuação maior, mas
tudo conta. Agora é corrigir o que errei e melhorar o que acertei porque
na próxima semana já tem a Série A da Áustria", afirmou Valéria, que
gostou de sua performance diante da iraniana. "Ano passado também lutei
contra ela aqui em Dubai e venci. Nós nos conhecemos bem e a luta no
começo foi bem estudada. Felizmente a estratégia que fiz deu certo e os
pontos foram saindo", resumiu Kumizaki.
"Acho que esse pódio vai ser um divisor de águas na corrida da
Valéria pela classificação para os Jogos Olímpicos. Ela já teve o pódio
na China no fim do ano passado, mas acabou não indo muito bem em Paris. A
ideia é agora engatar outros bons resultados. Acho que esse pódio vai
alavancar o nome dela nos rankings olímpicos e mundial. Ela sai daqui
com a cabeça boa para daqui a duas semanas na Áustria. O desafio é atuar
em cima das falhas que a gente viu que podem ser melhoradas e reforçar
os pontos positivos. O trabalho continua", afirmou Diego Spigolon,
técnico da Seleção Brasileira.
O caminho de Valéria até o bronze nos Emirados Árabes foi
consistente. Ela abriu a disputa na segunda rodada, diante de Agung
Sanistyarani, da Indonésia. Numa luta equilibrada contra a 13ª do mundo,
Valéria venceu por 3 x 2. Na sequência da categoria que reuniu 60
atletas de 41 países, Valéria enfrentou Irina Sharykhina (48ª), da
Bielorrúsia, e avançou com novo 3 x 2.
Já nas quartas de final, o desafio foi diante da egípcia Yassmin
Attia (15ª). A luta foi amarrada e resolvida pelo placar mínimo: 1 x 0.
Na disputa por vaga na decisão, outro duelo parelho, dessa vez diante da
número dois do mundo, Tzu-Yun Wen, de China Taipei (Taiwan). No fim,
vitória da rival por 1 x 0.
Na disputa do bronze contra a iraniana Taravat Khaksar (22ª), Valéria
aproveitou as brechas para abrir 3 x 0 e depois poder controlar o
duelo. O título ficou exatamente com Tzu-Yun Wen, que venceu na final a
ucraniana Anzhelika Terliuga. O outro bronze foi para a iraniana Fatemeh
Chalaki.
Entre os outros brasileiros que brigam pela vaga na estreia do caratê
em Jogos Olímpicos, destaque para Vinicius Figueira. O atleta
paranaense ocupa a terceira colocação do ranking das categorias
unificadas -60kg e -67kg. Vinícius foi vice-campeão mundial em Madri e
terceiro colocado na Série A de Xangai em 2018. Em 2019, tropeçou na
estreia em Paris, mas chegou às quartas de final na etapa da Dubai.
Passadas duas das sete etapas da Premier League, o Brasil soma duas
medalhas de bronze, ambas no feminino. Além de Valéria Kumizaki, em
Dubai, o país subiu ao pódio com Jéssica Linhares, bronze na etapa da
Paris no início do ano. Jéssica, paulista de apenas 21 anos, é um dos
talentos da nova geração da Seleção Brasileira. Ela não disputou a etapa
de Dubai. As outras cinco etapas da Premier League em 2019 serão em
Moscou (Rússia), Rabat (Marrocos), Tóquio (Japão), Madri (Espanha) e
Xangai (China).
Demais brasileiros caem eliminados
Entre os sete atletas nacionais que entraram no tatame no sábado,
todos caíram entre a primeira e a segunda luta das chaves eliminatórias.
Pela regra do caratê, a única chance de repescagem é quando o atleta
perde para alguém que chega na final. Como não foi o caso com nenhum dos
brasileiros, todos acabaram eliminados precocemente.
"Não foi um dia muito agradável para nós. Eu destacaria a Bárbara
Helem Rodrigues (-68kg) e a Isabela Rodrigues (+68kg). As duas passaram
pela primeira luta e tiveram adversárias duras na sequência", avaliou
Diego Spigolon, técnico da seleção brasileira. Os demais brasileiros no
tatame foram Érica Santos e Stephani de Lima (-61kg), Natália Spigolon e
Gabrielle Seppi (-68kg) eKaique Rodrigues (-84kg). No primeiro dia de
combates, na sexta, outros quatro brasileiros entraram em cena, mas não
avançaram na chave.
Do grupo de 12 atletas que disputaram a etapa de Dubai, cinco ficam
mais três dias em treinamento nos Emirados Árabes antes de seguirem para
a Áustria, para a etapa de Salzburgo da Série A, que será disputada
entre 1 e 3 de março: Douglas Brose, Valéria Kumizaki, Vinicius
Figueira, Erika Santos e Kaique Rodrigues.
Com inforamções de: Rede do Esporte
Foto: Arquivo Pessoal
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