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Surto Entrevista: Haniel Langaro



Por Bruno Vieira, Daniel Barbosa, Marcos Antônio e Regys Silva

Um dos principais nomes da excelente campanha do Brasil no mundial de Handebol masculino em janeiro é Haniel Langaro. Com 1,98m, o armador esquerdo marcou 37 gols em oito partidas, o artilheiro do Brasil no mundial ao lado de José Toledo. Com a juventude a seu favor- ele tem apenas 23 anos - Haniel se consolida como um dos alicerces da talentosa seleção de handebol.

Em entrevista ao surto olímpico, Haniel revelou que ficou uma sensação de que poderiam ir mais longe no mundial, além de criticar o formato atual da competição e mesmo cauteloso, disse que uma medalha do Handebol brasileiro em Tóquio é um sonho possível. Confira:


- Para você, o que explica a evolução da seleção que resultou em um mundial tão bom do Brasil?

Sem dúvidas foram três fatores: O trabalho a longo prazo que tem sido feito na seleção, a base de jogadores que tem sido mantida e o fato de termos 95% dos jogadores da seleção jogando em grandes clubes na Europa. E a maioria não é apenas coadjuvante, eles são jogadores de extrema importância em seus clubes.


- Para você, Foi o melhor resultado possível para o Brasil ou ficou a sensação de que se podia chegar mais longe?

Olha, se pararmos pra pensar que se tivéssemos ganhado o jogo da França (primeiro jogo do Brasil no mundial que a França venceu por 24 a 22) nós estaríamos classificados para semifinal, sim, fica esse gostinho. Mas se pararmos pra pensar também, com o apoio e investimento que tivemos para esse mundial esse nono lugar foi histórico. Eu acho que o caminho que a seleção está fazendo vem sendo bem percorrido.

- Com toda a crise financeira e administrativa que o handebol brasileiro vem passando, o nono lugar ganha um status muito maior. Acredita que com uma preparação melhor o resultado poderia ser outro?

Hoje acho que nós estamos no mesmo nível das grandes equipes europeias, ninguém nos vê mais como uma equipe "pequena" e sem dúvida, com mais investimento e uma preparação mais adequada poderíamos ter ido mais longe no mundial.


- O Brasil alcançou a sua melhor classificação em Mundiais e a melhor classificação de uma equipe das Américas. Como isso pode ajudar no fortalecimento do esporte no país?

Espero que todos nos olhem com outros olhos. Espero que esse resultado possa incentivar ainda mais as crianças a começarem no nosso esporte e também trazer patrocínios pra nossa modalidade.


- Ainda em 2019 teremos a disputa do pan, que vale vaga em Tóquio, muito provável contra nosso maior rival, a seleção da Argentina. Qual a expectativa para esse futuro confronto em Lima?

Se chegarmos no Pan-americano de Lima pensando somente na Argentina provavelmente não chegaremos no nosso objetivo (ouro e vaga olímpica). Tem outras boas seleções no nosso caminho, como Chile e Cuba, que vem cada vez vem mais ganhando espaço nesse cenário. A nós resta trabalhar e trabalhar mais ainda pra buscar nosso objetivo, que é a vaga olímpica.


- Muito se discute até onde a seleção masculina pode chegar, devido a faixa de idade relativamente baixa de muitos jogadores da seleção, tanto que você é um dos principais jogadores da seleção com apenas 23 anos. A que patamar se vê na seleção nos próximos anos?

Espero poder chegar a buscar uma medalha olímpica e mundial junto com essa seleção. Eu acho que fiz um bom mundial, individualmente e coletivamente. e acho também que evoluí bastante no último Mundial pra cá e para o futuro, eu espero melhorar meu jogo coletivamente tanto no ataque e também na defesa. Temos uma seleção bastante nova e talentosa, e com uma boa preparação podemos chegar cada vez mais longe.

- Muitos jogadores reclamaram do formato do Mundial, Main Round e jogos quase todos os dias. Qual sua opinião sobre esse formato?

Acho que esse formato favorece apenas as grandes seleções. Em teoria, as equipes menos cotadas ao título e com menos jogadores entram em desvantagem na segunda fase. Também acho muito desfavorável e ruim pra todas as equipes jogar em dias consecutivos. Não é bom pros jogadores, pra competição e sobretudo pra nossa saúde. Tivemos inúmeras lesões e algumas muito graves, e seria interessante ter uma folga depois de cada partida.


- Outra mudança contestada é o aumento de 32 seleções para o próximo mundial. Qual sua opinião sobre esse aumento de seleções?

Não tenho muito conhecimento sobre esse formato e ainda não tenho opinião formada sobre isso. O que espero é que tenhamos mais dias de descanso no intervalo de cada jogo no próximo mundial.


- Claro que ainda falta classificar, mas pelo nível da seleção fica difícil imaginar o handebol fora de Tóquio. Qual sua expectativa sobre os próximos jogos olímpicos? Com menos seleções europeias e jogando de igual para igual com muitas delas, é possível brigar por medalha?

Primeiro precisamos nos classificar, pois não será nada fácil a disputa nos Jogos Pan-Americanos. Mas caso a gente se classifique, acho que temos sim chances de brigar por medalha em Tóquio.


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fotos: Getty Images

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