Erlon de Souza será o porta-bandeira do Brasil na cerimônia de
encerramento dos Jogos Sul-Americanos Cochabamba 2018, na Bolívia,
marcada para esta sexta-feira (08.06). Medalha de prata nos Jogos
Olímpicos Rio 2016 no C2 1000m, o baiano Erlon conquistou o ouro na
mesma prova em Cochabamba, mais uma vez ao lado de Isaquias Queiroz. A
notícia foi dada a Erlon ta quinta-feira (07.06) pelo chefe da Missão
Brasileira na Bolívia, Marco La Porta.
"Erlon é um exemplo para o esporte brasileiro. Um atleta de grande
talento, que trabalha duro em busca de seus objetivos superando todas as
dificuldades que aparecem à sua frente. A delegação brasileira se sente
honrada em ter um medalhista olímpico com essas qualidades desfilando
com a Bandeira Nacional na Cerimônia de Encerramento dos Jogos
Sul-americanos", disse La Porta, vice-presidente do Comitê Olímpico do
Brasil.
O atleta foi pego de surpresa pelo anúncio. "Não esperava por essa.
Foi uma surpresa. Sempre tive a curiosidade de saber qual é a sensação
de levar a bandeira do meu país em uma cerimônia e agora eu vou ter esse
prazer", disse Erlon. "É o reconhecimento ao meu trabalho e aos
resultados que venho conquistando. Fico muito feliz", afirmou o atleta.
A história de Erlon, como de muitos brasileiros, é de superação. Para
ajudar a mãe, ainda adolescente Erlon subiu em uma canoa e virou
catador de areia no Rio das Contas, perto de casa, em Ubatã, na Bahia.
Com a atividade diária, o menino foi ganhando força nos braços e
intimidade com a água. Depois, em 2005, foi apresentado à canoagem
esportiva e se apaixonou. Não parou mais de treinar.
O atleta fez sua estreia olímpica em Londres 2012, ao lado de
Ronílson de Oliveira, e ficou em 10º lugar. No Rio 2016, já com Isaquias
Queiroz, conquistou a medalha de prata no C2 1000 em prova disputada na
Lagoa Rodrigo de Freitas. "A medalha dos Jogos Olímpicos foi um sonho.
Todo atleta trabalha para participar dos Jogos. E logo na minha segunda
Olimpíada eu consigo uma medalha, muito suada, fruto de muito trabalho",
disse Erlon, de 26 anos. "Vamos seguir trabalhando muito para pegar o
ouro em Tóquio 2020. Temos que estar preparados para enfrentar todos os
desafios que virão pela frente", afirmou o baiano.
Em Cochabamba, o maior adversário de Erlon e Isaquias foi a altitude de
2.600m. "Durante a prova, senti a garganta muito seca, queimando. Depois
os músculos param de responder como estou acostumado e a remada não
encaixou direito. No final eu estava todo travado", disse o atleta, que
mantem a motivação para competições sul-americanas mesmo sendo um
medalhista olímpico.
"Nós não podemos desprezar nenhuma competição. O nosso nível é um pouco
mais alto sim, mas não desprezamos nenhum adversário. Quando entramos na
água é para fazer o melhor. E foi o que fizemos aqui", disse Erlon,
ouro na mesma prova também nas duas edições anteriores dos Jogos
Sul-americanos (Medellín 2010 e Santiago 2014). "Os Jogos Sul-americanos
são muito gostosos. É competição, mas o clima é muito bom. Temos vários
amigos nos Jogos e é uma grande oportunidade de revê-los. Vai ser ótimo
encerrar a minha participação como porta-bandeira do Brasil", disse
Erlon.
Foto: Esporte.gov.br
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