Em 2011, aos 20 anos, Wilians Araújo foi o último colocado nos
Jogos Mundiais de Atletas com Deficiência Visual, em Antalya, Turquia. Sete anos após participar
de sua primeira competição internacional, o peso pesado retorna à cidade
para a disputa da Copa do Mundo como líder do ranking e medalhista
paralímpico.
Uma luta. Terminou assim a participação do promissor judoca em sua
primeira experiência internacional. A caminhada pelo corredor até o
tatame foi longa, e antes mesmo de pisar na sua área de luta, Wilians
Araújo já se emocionava e as lágrimas escorriam pelo seu rosto.
O choro não se interrompeu durante os cinco minutos de luta contra o
russo Osman Akaev – vencedor com um Yuko, pontuação mínima na época,
agora extinta. O fato ainda está vivo na memória de Wilians, que lembra
da situação e reconhece que o lado emocional acabou prejudicando seu
desempenho na oportunidade.
“A principal lembrança é da luta que acabei perdendo para um russo.
Fiz de tudo para ganhar e no final ele conseguiu me dar um Yuko.
Lutamos cinco minutos e não consegui reverter essa situação. Minha parte
psicológica era bem desequilibrada na época, era muito emotivo. Lembro
que quando fui lutar, entrei chorando. Andava pelo corredor em direção
ao tatame e entrei chorando. Talvez tenha sido essa emoção excessiva que
fez com que eu não avançasse. Chorei durante o combate inteiro. Às
vezes lembro dessa situação e vejo o quanto evoluí”, recordou Wilians.
Retornar ao local onde deu início a uma carreira vitoriosa, com
medalhas mundiais, paralímpicas e em outras competições, o motiva. Um
dos favoritos ao título da Copa do Mundo, o vice-campeão dos Jogos Rio
2016, quer escrever uma nova história em Antylia, dessa vez com um final
feliz.
“Ganhar uma medalha vai ter um gosto especial. Quero chegar lá e
conquistar o que há sete anos não veio. É uma cidade maravilhosa e saí
de lá na última colocação. Hoje vou para brigar por uma medalha e se
Deus quiser vai dar tudo certo”, prometeu.
Mesmo projetando uma conquista na Turquia, Wilians Araújo tem
ambições ainda maiores e pensa na cereja do bolo: os Jogos Paralímpico
de Tóquio 2020. O judoca quer somar mais pontos para se manter na
liderança do ranking mundial, e assim conseguir a vaga em sua terceira
Paralimpíada.
“Faz parte do meu planejamento no ciclo, ganhar medalhas em todas
as competições. Sinto uma responsabilidade imensa, mas acredito no
trabalho que está sendo feito. Quero estar no pódio mais uma vez e somar
pontos no ranking para conseguir a vaga nos Jogos Paralímpicos de
Tóquio 2020”, almejou o judoca.
Foto: MPIX/CPB
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