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Minha Experiência Olímpica: Por Roberto Leitão Filho


Por Roberto Leitão Filho (@betoleitao1)

Caros leitores, gostaria de expressar meu grande prazer em compartilhar minha experiência olímpica com vocês. 

Antes mesmo de nascer, meu Pai já havia traçado meu destino olímpico. O sonho dele sempre foi de me fazer um atleta de alto nível e vivi minha infância e juventude dentro dos esportes de combate. Primeiro o judô, onde aprendi muito de minhas técnicas, limites físicos e o respeito a hierarquia, fator fundamental a qualquer atleta de Luta.

Ele sempre me direcionou e treinou para superar todos limites que na época eram impostos pela falta de conhecimento e estrutura, pois a Luta era ainda um esporte desconhecido e marginalizado. Em 1983 eu já praticava vários estilos onde me sagrei campeão brasileiro simultaneamente. Luta olímpica, Luta esportiva e Judô. Além de treinar vale tudo.

No ano de 1985 entendi que para alcançar níveis internacionais era preciso dedicação integral ao esporte e decidi abandonar as outras modalidades. Nessa época já era bicampeão sul-americano. Em 1987 quando conquistei a medalha de prata nos jogos pan-americanos de Indianápolis, garanti minha primeira participação olímpica. 

Não havia ainda noção do que havia feito e fui pensando em conquistar algo ainda maior, como uma medalha. Em Seul pude entender a grandeza que é uma olimpíada. Fiquei maravilhado ao encontrar grandes ídolos do esporte e me lembro de ter "almoçado" com a tenista Steffi Graf e encontrado outros grandes esportistas. Tecnicamente estava ainda muito aquém do nível olímpico, mas essa minha participação foi fundamental e serviu de incentivo para que eu me dedicasse ainda mais para participar melhor em edições posteriores. Foram duas lutas e derrotas para lutadores que já tinham experiência e enorme preparação par estarem ali.

Foram quatro anos buscando novamente essa possibilidade de me classificar e isso me dava mais força para quebrar barreiras devido ao pioneirismo por ter escolhido um esporte tão pouco desenvolvido no Brasil.

Em 1992, já mais maduro, tinha consciência do que iria enfrentar e minha preparação havia sido muito mais seria. Lembro de estar concentrado e esperançoso de uma boa participação. Minha integração com os atletas brasileiros já era de equipe e iniciei amizades com outros atletas tais como o Marcos Monteiro (ginástica), Rogério Sampaio(Judô), entre outros e lá também encontrei o dream team americano de basquete. Mas novamente bati de frente com potências esportivas que tinham em seus lutadores verdadeiras maquinas representantes de uma nação inteira.

Essas participações sempre foram minha mola mestra para enfrentar os duros desafios do treinamento. Tentei ainda em 1996, mas sem sucesso, foi quando parei de competir. Hoje tenho consciência de meu feito e de que não foi fácil o que consegui e depois de mais duas experiências como treinador (nos Jogos de 2004 e 2008), hoje me realizo ao ver uma brasileira conquistando a vaga olímpica e também me sinto "classificado" para Londres.

Foram experiências incríveis que tento passar aos atletas atuais da Luta. Tenho muito orgulho de minhas participações e a certeza que realizei o desejo de meu Pai, a quem dedico toda minha carreira esportiva até os dias de hoje.

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