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Foto: Alessandra Cabral/CPB |
A Seleção Brasileira de bocha entra na reta final de preparação para a disputa da Copa do Mundo da modalidade, que será realizada na China. Os atletas estão reunidos no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, onde realizam os últimos treinos antes do embarque. A 2ª fase de treinos preparatórios no ano será encerrada na segunda-feira, 2.
Entre os dez convocados, a jovem paraibana Laíssa Guerreira BC4 (atletas que não recebem assistência) representa a renovação da modalidade. Campeã mundial de Jovens em 2023 e bicampeã das Paralimpíadas Escolares, esta é sua primeira convocação no ano para integrar a seleção principal.
“Quando entrei na bocha foi mais por inclusão, por hobby. Sempre admirei os atletas da Seleção Brasileira e sonhava em um dia estar ao lado deles. Iniciei nas Paralimpíadas Escolares, depois participei de campings e agora estou aqui na principal. É muito orgulho, muita felicidade. Estou amadurecendo tanto como pessoa quanto como atleta”, conta Laíssa.
Ao lado dela está Eliseu Santos, referência da classe BC4. O atleta paranaense iniciou na bocha em 2005, após o diagnóstico de uma distrofia muscular que afetou os movimentos dos membros superiores. Eliseu é símbolo de inspiração para os mais jovens, título que Laíssa confirma com entusiasmo.
“Eu sempre sonhei em jogar com o capitão, porque ele é uma inspiração. A alegria que ele tem em quadra sempre bateu com a minha. Essa dupla vai ser dinâmica”, afirma Laíssa.
“Ela diz que é admiração, mas eu a vejo com amor. Ela me considera como um pai aqui, e isso me emociona. Estou muito feliz por ainda poder contribuir, jogar bem e passar o que aprendi nesses anos para essa nova geração. Enquanto Deus permitir, quero seguir aqui”, reforça Eliseu.
A convocação da dupla para a Copa do Mundo foi definida após a primeira fase de treinos da temporada. “A gente treina em nossas cidades, com acompanhamento remoto dos técnicos, mas quando estamos aqui no CT é a oportunidade de alinhar estratégias, treinar como dupla e ajustar os detalhes finais”, explica Eliseu, que treina com a equipe DFP, em Curitiba.
A dupla também já se prepara mentalmente para os desafios. Apesar de respeitarem os adversários internacionais, especialmente os da Ásia, que têm um estilo de jogo mais agressivo, ambos mantêm o foco no próprio desempenho.
“Eu sou tiro, porrada e bomba. E o capitão também. Então estamos bem alinhados”, brinca Laíssa. “O nosso maior adversário somos nós mesmos. São seis bolas para cada lado. Vence quem vencer primeiro. Vamos com a melhor mentalidade possível”, conclui.
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