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Foto: Jim Young / Reuters |
O Comitê Olímpico Internacional (COI) está se movimentando para incentivar o retorno de russos e bielorussos às federações de esportes de inverno.
O programa "Atletas Individuais Neutros" (AIN), no qual atletas
destas nações competem sob bandeira neutra, foi utilizado nos Jogos Olímpicos
de Verão de 2024 realizado em Paris e é uma das condições oferecidas pela
entidade.
Em declaração a Tass, agência de notícia estatal russa, o
diretor de esportes do COI, Kit McConell, afirmou estar estabelecendo bases
para pavimentar o diálogo.
“Estamos explicando os princípios e também como os processos de teste de elegibilidade podem funcionar, tudo, desde verificações antidoping até verificações de elegibilidade individual, para garantir que as federações de inverno tenham uma compreensão muito boa do que aconteceu nos esportes de verão e como elas podem abordar isso em relação aos seus próprios esportes individuais”, elucidou McConell.
Federações adotam posturas diferentes
A União Internacional de Patinação (ISU) se pronunciou em
dezembro do ano passado e anunciou que será permitida aos russos e bielorussos a
participação em disputas classificatórias para os Jogos Olímpicos de Inverno de
Milão Cortina.
Entretanto, os atletas deverão competir sem representar as
bandeiras de seus países e se submeter a rigorosos testes antidoping realizados
por fornecedores especializados e independentes, visando, assim, garantir
neutralidade nas avaliações.
Já a Federação Internacional de Esqui e Snowboard (FIS) e a União
Internacional de Biatlo (IBU) mantiveram seus posicionamentos, contrários a
ISU. Em março de 2022, ambas as entidades baniram não somente os atletas como
também funcionários russos e bielorrussos de competições internacionais.
À emissora sueca SVT, o presidente da IBU, Olle Dahlin,
afirmou não estar considerando o retorno da Rússia e da Belarus, mesmo com o
incentivo do COI à adoção do programa Atleta Individual Neutro para os esportes
de inverno.
Troca de comando no COI pode ser positiva para os russos
Em março, o atual presidente do COI, Thomas Bach, mencionou que
um cessar-fogo ou um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia poderia ter
influência nas discussões sobre o tema.
A entidade passará por uma troca de comando no dia 23 de
junho de 2025, quando Kirsty Coventry assume o cargo. A nova presidente demonstrou
estar receptiva ao retorno dos russos.
“Nosso dever como COI
é garantir que todos os atletas possam participar dos Jogos. Não se trata
apenas das grandes guerras e conflitos que acontecem na Europa e no Oriente
Médio: há também guerras e conflitos na África. Como vamos proteger e apoiar
esses atletas?”, declarou Coventry.
Com isso, o presidente do Comitê Olímpico Russo (ROC), Mikhail
Degtyarev, nutre esperança de que os atletas possam participar da próxima edição
dos Jogos Olímpicos de Inverno de Milão Cortina, que será realizado em 2026,
mas adota cautela quanto à utilização da bandeira nacional.
Os russos estão sem utilizá-las desde os Jogos Olímpicos de Inverno de 2014, quando sediaram o evento na cidade de Sóchi.
Além disso, o Comitê Olímpico foi banido em 2017 devido à
descoberta de incentivo ao doping promovido pelo governo do país.
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