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Delegação Brasileira nos Jogos Paralímpicos de Paris (foto: Alessandra Cabral/CPB) |
9 de fevereiro de 1995 é uma data marcante para o paradesporto brasileiro. A data marca a criação oficial do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), entidade que rege o paradesporto e que completa 30 anos neste domingo. Desde sua criação, o esporte paralímpico vem em plena evolução nos jogos Paralímpicos, culminando na ótima atuação em Paris-2024. Mas o que levou a CPB ser criada?
O esporte paralímpico no Brasil teve seu início oficial em 1958, com as criações do Clube do Otimismo no Rio de Janeiro e do CPSP em São Paulo. No ano seguinte, teve no Maracanãzinho a primeira competição paralímpica do país, um jogo de basquete em cadeira de rodas entre os dois clubes, feito dos pais do esporte paralímpico no país, Robson Sampaio, Aldo Miccolis e Sérgio Seraphin Del Grande.
Em 1972, o Brasil disputou sua primeira paralimpíada em Heidelberg, Alemanha e em 1975, graças a uma falta de comunicação que fez o Brasil levar duas delegações para um Pan-Americano, viu-se a necessidade de criar uma entidade para tomar conta do paradesporto de atletas com qualquer tipo de deficiência, a Associação Nacional de Desporto de Excepcionais, atual Associação Nacional de Desporto de Deficientes (ANDE).
Nos anos 80, outras associações foram criadas para melhorar a organização como Associação Brasileira de Desportos para Cegos (ABDC), a Associação Brasileira de Desportos em Cadeira de Rodas (ABRADECAR), a Associação Brasileira de Desportos de Deficientes Mentais (ABDEM) e a Associação Brasileira de Desporto para Amputados (ABDA).
Após a criação do Comitê Paralímpico Internacional (IPC) em 1989 e o acordo com o COI para disputar os Jogos paralímpicos na mesma cidade dos Jogos olímpicos, viu-se a necessidade da criação de Comitê paralímpicos nacionais, principalmente após a disputa das paralimpíadas em Barcelona 1992. Com isso, em 1993, começaram as conversas para a criação da CPB, com as associações se organizando. Em decisão conjunta, no dia 9 de fevereiro de 1995, foi fundado o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), com sede nas dependências da ANDEF na cidade de Niterói, Rio de Janeiro.
Atlanta-96 foi a primeira paralimpíada da CPB gerindo o esporte paralímpico do país e desde então, a evolução foi evidente, com 21 medalhas conquistadas nos Estados Unidos para 89 em Paris. No total, foram 399 medalhas conquistadas, sendo 120 ouros, 131 pratas e 148 bronzes.
Outro marco para a evolução da CPB foi a criação da lei Agnelo-Piva em 2001, que destinou icou definido que 2,7% da arrecadação bruta das loterias federais seria repassada ao CPB e ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Do valor repassado, 37,04% são destinados ao CPB, o que ajudou o desenvolvimento do paradesporto no Brasil.
Depois de ficar sediado em Niterói e em Brasília, o Comitê Paralímpico Brasileiro montou sua sede em um moderno centro de treinamento em São Paulo, considerado um dos quatro melhores CTs paralímpicos do mundo.
Além disso, a entidade mantém centros de referência em parceria com universidades e prefeituras pelo Brasil afora, que ajudam no treino de atletas consagrados e na descoberta de novos valores do esporte paralímpico.
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