Foto: Dhavid Normando/FVImagem |
Depois das Américas, o mundo. Detentor do tricampeonato pan-americano individual masculino na classe 8 (Santiago 2023, Lima 2019 e Toronto 2015), Luiz Filipe Manara chega aos Jogos Paralímpicos de Paris com a meta de ampliar o âmbito de suas conquistas – competirá individualmente e nas duplas, masculinas e mistas.
Além dos títulos no individual, Manara foi bicampeão por equipes no Parapan (Lima 2019 e Toronto 2015) e bronze nas duplas masculinas MD18 em Santiago 2023. Um currículo que o credencia ao pódio na capital francesa. Experiência não lhe falta: esteve nos Jogos do Rio, em 2016, e nos de Tóquio, em 2020. Falta a sonhada medalha.
Acaso
Natural de Mogi-Mirim-SP, Luiz Filipe Manara, de 32 anos, tem paralisia cerebral (hemiplegia) em consequência de falta de oxigenação no cérebro e complicações no parto. Quanto ao início de sua prática de tênis de mesa, ele recorda que foi de uma forma curiosa.
"Eu morava em Brasília e fazia tratamento no Hospital Sarah Kubitschek. Fui a uma festa de aniversário de uma amiga, onde havia uma mesa de pingue-pongue. Durante toda a festa eu não saí da mesa; foi paixão à primeira vista. Depois disso, passei a juntar a mesada que meus pais me davam para comprar uma mesa, e assim começou tudo", conta.
Manara relata a importância que o tênis de mesa tem em sua vida. "É a coisa mais importante da minha vida. Pude estudar (sou formado em jornalismo), tive a chance de participar de três Paralimpíadas, ganhei três Parapans. Vivo profissionalmente deste esporte há mais de 15 anos", afirma.
Volta ao normal
Sobre os Jogos Paralímpicos de Paris, ele analisa como a competição que marcará a volta ao "normal" após a pandemia, uma vez que os Jogos de Tóquio, os quais disputou, não tiveram presença de público.
"Em Tóquio não tivemos torcida, e isso foi um pouco difícil para nós, atletas. O mundo passou por um momento muito complicado. E a Paralimpíada é mais que uma competição, é uma oportunidade de unificação dos povos de todo o planeta. Um ambiente onde se encontram pessoas de todos os lugares, juntas, na mesma Vila", diz Manara, falando também sobre sua expectativa pessoal de desempenho.
"Creio que é muito difícil falar de resultados, fazer projeções. Aprendi isso em minha vida como atleta. Assim como trabalhei muito para conseguir bons resultados, os outros também trabalharam. Estou preocupado, sim, com meu desempenho. Quero sair dos Jogos satisfeito com minha performance; vencendo, melhor ainda", garante.
Fã de comida japonesa, de música sertaneja, mas também de rock, Luiz Filipe Manara é apaixonado por esportes e assiste a todos pela TV. Porém, indagado qual deles teria vontade de praticar que não fosse o tênis de mesa, não consegue apontar nenhum especificamente: "Se eu tivesse que escolher, seria o tênis de mesa, novamente".
Inspiração
Manara elogia e rende homenagens a Hugo Calderano, Vitor Ishiy e Thiago Monteiro, atletas de sua modalidade. Mas revela possuir certa idolatria pelos tenistas Roger Federer, Rafael Nadal e Novak Djokovic, principalmente pelo aspecto mental. Sobre seu maior sonho, ele não tem dúvidas: a conquista de uma medalha paralímpica.
"Sonhar não custa nada, e eu tenho esse sonho, de conquistar uma medalha nos Jogos Paralímpicos. Estou trabalhando muito para isso, juntamente com os companheiros e a comissão técnica. É algo que está próximo e que podemos conquistar. Gostaria de pedir a torcida de todos, muitas orações e vibrações positivas para que isso possa acontecer", encerra.
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