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Primeiro indígena brasileiro nos Jogos Paralímpicos sonha com medalha no Taekwondo

Alessandra Cabral/CPB


No sábado (31), quando pisar no tatame para disputar a categoria até 80kg do Taekwondo nos jogos Paralímpicos de Paris, Claro Lopes, ou melhor, Kau Xacriabá, fará história. Ele se tornará o primeiro indígena brasileiro a competir nos Jogos Paralímpicos.

Nascido na Aldeia Xacriabá, que vive no interior de Minas Gerais, Kau saiu da aldeia ainda jovem em busca de melhores condições de vida usando o nome de batismo, Claro Lopes de Oliveira. Aos 19 anos, conheceu as artes marciais e se apaixonou pelo Muay Thay e jiujitsu. Mas um acidente em uma máquina de moer carne enquanto trabalhava o fez perder a mão e o punho direito.

Após meses de reabilitação e adaptação, Kau se encontrou novamente em 2018, quando conheceu o Taekwondo.Quatro anos de evolução, ele passou a integrar a seleção brasileira, que culminou no bronze nos Jogos Parapan-americanos de Santiago, onde ele conquistou a vaga para Paris-2024. 

" É uma honra para mim estar representando o Brasil e o meu povo Xakriabá. É a maior nação indígena Xakriabá de Minas Gerais. É muito orgulho representar esse povo, pela nossa luta diária, pelos nossos direitos. Somos um povo guerreiro, de muita força, que nunca desiste. Isso me dá forças para chegar cada vez mais longe. Saí do meio do nada, do meio do mato, da roça, e vim para São Paulo com apenas uma mochila para trabalhar. Estar representando o meu povo hoje em uma competição tão importante assim é muito gratificante. O esporte também é um meio de ter uma visibilidade maior porque, apesar de toda a luta, nosso povo ainda é pouco visto" disse ao globoesporte.com

Kau Xacriabá estreia no sábado (31), onde enfrenta o sérvio Nikola Spajic e ele está confiante : "Estou muito confiante. São meus primeiros Jogos Paralímpicos, mas estou muito tranquilo. Minha expectativa está alta. Se Deus quiser, vamos trazer essa medalha para o Brasil e para o povo Xakriabá"

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