Alessandra Cabral/CPB |
A natação é disputada nos Jogos Paralímpicos desde sua primeira edição em Roma-1960. Assim como na natação olímpica, na paralímpica o objetivo é nadar o mais rápido possível para levar a medalha de ouro. Competem atletas com deficiências físicas, visuais e intelectuais nadando nos quatro estilos: livre (crawl), borboleta, costas e peito. As provas que combinam os estilos de natação são chamadas de medley.
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Nadadores com menor grau de funcionalidade física podem fazer a largada de dentro da água em vez de saírem do bloco de partida. Além disso, alguns atletas também precisam de ajuda para serem transferidos da cadeira para o bloco. No caso dos nadadores com deficiência visual, eles recebem ajuda do tapper que sinaliza para os atletas quando estão chegando próximo da borda para fazerem a virada mediante um leve toque via bastão com ponta de espuma. É proibido qualquer tipo de impulso externo.
Os Estados Unidos são os grandes nomes da natação paralímpica historicamente, com 722 medalhas, sendo 284 de ouro. Grã-Bretanha, Países Baixos, Canadá e Austrália completam o top5 do quadro de medalhas geral.
No Brasil, a modalidade é administrada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e, internacionalmente, pela WPS (World Para Swimming), braço do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, sigla em inglês). O nadador Daniel Dias é o maior medalhista paralímpico brasileiro com 26 láureas, marca que também lhe rendeu o título de maior nadador paralímpico no masculino.
As primeiras medalhas paralímpicas do Brasil na natação vieram nos Jogos de Stoke Mandeville/Nova York-1984. Maria Jussara Matos conquistou um ouro e duas pratas e Marcelo Amorim ganhou três pratas e um bronze. Desde então, a delegação brasileira sempre voltou para casa com medalhas na natação. A natação é a segunda modalidade em que o Brasil mais conquistou medalhas na história dos Jogos Paralímpicos, com 125 medalhas (40 ouros, 39 pratas e 46 bronzes). Fica atrás apenas do atletismo, que soma 170 pódios.
CLASSIFICAÇÃO
Os atletas são divididos em classes para a disputa das provas. Todas começam com a letra S de swimming (natação em inglês), com os atletas podendo ter classificações diferentes para o nado peito (SB) e para as provas de medley (SM). Isso ocorre porque diferentes estilos exigem o uso de diferentes grupos musculares.
S + número da classe do atleta - Nado livre, costas e borboleta;
SB + número da classe do atleta - Nado peito;
SM + número da classe do atleta - Nado medley
O atleta sempre é submetido à equipe de classificação, que procederá a análise de resíduos musculares por meio de testes de força muscular, mobilidade articular e testes motores (realizados dentro da água). Vale a regra de que, quanto maior a deficiência, menor o número da classe. Quanto maior o grau de comprometimento, menor o número da classe.
Classes de 1 a 10 - Atletas com limitações físico-motoras
Classes de 11 a 13 - Atletas com deficiência visual
Classe 14 - Atletas com deficiência intelectual
VOCÊ SABIA?
- A maior medalhista da história dos Jogos Paralímpicos é uma nadadora. Trischa Zorn, dos Estados Unidos, é dona de incríveis 55 medalhas paralímpicas: 41 de ouro, 9 de prata e 5 de bronze, um recorde quase impossível de ser alcançado hoje em dia
- Toronto-1976 foram introduzidos atletas amputados e com deficiência visual na natação. Atletas com paralisia cerebral competiram pela primeira vez em Arnheim-1980. Em 1984, atletas em cadeira de rodas competiram em Stoke Mandeville e Nova York. E em Sydney-2000 os nadadores com deficiência intelectual foram incluídos no programa.
- O recorde paralímpico mais rápido do mundo é do Brasil: André Brasil, com 23s16 feitos nos 50m livre S10 em Londres-2012; entre as mulheres, Oxana Savchenko da Rússia fez 26s90 nos 50m livre S12 também nos Jogos Paralímpicos de Londres.
- A Natação chegou a ter inacreditáveis 347 eventos em uma edição de paralimpíada, em Stoke Mandeville/ Nova York em 1984. Ao longo dos anos, esse número os poucos foi diminuindo para chegar a 141 eventos agora em Paris.
- Phelipe Rodrigues, da classe S10, é o atleta com mais medalhas na história da atual delegação brasileira, sendo oito no total, cinco pratas e três bronzes.
BRASILEIROS EM PARIS-2024
S1- José Ronaldo (M)
S2 - Bruno Becker, Gabriel Araújo (M)
S3 - Edênia Garcia e Maiara Barreto (F)
S4 - Lídia Cruz, Patrícia Santos (F) e Alan Basílio (M)
S5 - Esthefany Rodrigues (F) e Samuel Oliveira (M)
S6 - Laila Suzigan, Mayara Petzold (F), Daniel Mendes, Gabriel Melone, Roberto Alcade e Talisson Glock (M)
S8 - Cecília Araújo, Vitória Ribeiro (F) e Gabriel Cristiano (M)
S9 - Mariana Gesteira (F) Andrey Woyczak, Lucas Mozela e Vitor Santos (M)
S10 - Phelipe Rodrigues e Ruan Souza (M)
S11 - Matheus Rheine e Wendell Belarmino (M)
S12 - Lucilene Sousa, Maria Carolina Santiago (F) e Douglas Matera (M)
S14 - Ana Karolina Soares, Beatriz e Débora Carneiro (F), Arthur Xavier, Gabriel Bandeira e João Pedro Brutos (M)
Programação
Eliminatórias e finais: 29 de agosto a 7 de setembro
Carol Santiago pode ser o grande nome do Brasil em Paris (foto: Alessandra Cabral/CPB) |
Análise (Por Marcos Antonio):
A natação paralímpica é a modalidade que mais evoluiu em quantidade de medalhas para o Brasil. Foram 14 em Londres, 19 no Rio e 23 em Tóquio. E a expectativa é que este número seja quebrado mais uma vez em Paris, pois se a seleção já não tem um astro do calibre de Daniel Dias, tem um grupo muito coeso de nomes que podem faturar muitas medalhas. Maria Carolina Santiago, Gabriel Bandeira, Samuel Oliveira e Gabriel Araújo devem sair da capital francesa com o pescoço cheio de metais.
Também não podemos descartar nomes como Ana Karolina Soares, Cecília Araújo, Douglas Matera, Mariana Gesteira, Wendell Belarmino e muitos outros que podem fazer a nação aumentar ainda mais sua coleção de medalhas paralímpicas na natação, um dos principais carro-chefe do Brasil em Paralimpíadas.
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