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Daniella Rosas e Michael Rodrigues vencem o Circuito Brasileiro de Surfe em Alagoas

Daniella Rosas e Michael Rodrigues vencem o Circuito Banco do Brasil de Surfe em Alagoas
Foto:Daniel Smorigo/WSL

O Circuito Brasileiro de Surfe fechou a sua terceira etapa com vitórias inéditas da peruana Daniella Rosas e do cearense Michael Rodrigues na Praia do Francês, em Marechal Deodoro, no litoral sul de Alagoas. Daniella tirou a invencibilidade da catarinense Laura Raupp, que tinha vencido as etapas de Torres (RS) e Saquarema (RJ). E o Michael Rodrigues conseguiu derrotar o paraibano José Francisco, que começou a final com um aéreo nota 9,00. Os catarinenses seguem liderando os rankings com Laura na frente dos dois, junto com Lucas Vicente no sul-americano da World Surf League (WSL) e com Matheus Navarro no Circuito Brasileiro de Surfe, que terá mais duas etapas esse ano, em locais a serem anunciados pela WSL Latin America.


“Na verdade, fazia tempo que eu não vivia esse sentimento incrível e o Brasil é a minha segunda casa”, disse Daniella Rosas, logo que chegou na arena do evento, após conseguir a sua primeira vitória em etapas do Circuito Banco do Brasil de Surfe. Ela já havia feito uma final em 2022 em Ubatuba (SP), mas perdeu o título para Silvana Lima. “Estou superfeliz de ganhar aqui na Praia do Francês. Eu nunca tinha vindo para cá e é um lugar superespecial, com boas ondas todos os dias e estou superfeliz de ter ganhado o campeonato”.


Michael Rodrigues também venceu pela primeira vez uma etapa do Circuito Banco do Brasil de Surfe e, assim como Daniella Rosas e Laura Raupp, veio direto dos Challenger Series na Austrália, para competir na Praia do Francês. Michael estava emocionado depois de ser carregado pelos amigos, da água até a arena do evento: “Estou sem palavras. É muito legal treinar, me dedicar, trabalhar duro todos os dias, passar muitas horas na água trabalhando o equipamento, para chegar aqui e vencer. Isso é incrível”.


Ele seguiu falando sobre a vitória: “Acho que todo o processo que a gente passa, é muito doloroso. Isso porque de 100 atletas aqui, só 1 vence e essa é a melhor parte de vencer. Está todo mundo aqui nesse evento se dedicando muito todo dia, então sair daqui com a vitória, é um sentimento incrível. Mas, é muito legal ver os brasileiros se dedicando e a quantidade de eventos que está tendo no Brasil agora, me deixa muito feliz”. Os finalistas na Praia do Francês moram em Florianópolis há muitos anos. José Francisco é bicampeão catarinense de 2022 e 2023 e foi na Ilha de Santa Catarina, onde Michael conseguiu as suas duas vitórias no QS, antes da primeira no Circuito Banco do Brasil de Surfe.

PRIMEIRA FINAL -

A primeira decisão a entrar no mar no domingo ensolarado e com boas ondas na Praia do Francês, foi a da categoria feminina. A bateria com 35 minutos de duração, começou por volta das 11h00 e Daniella Rosas largou na frente, com nota 4,50 na primeira onda. Com a maré seca, as séries estavam demorando para entrar, mas a peruana aumentou a vantagem com seu ataque de backside em outra esquerda, ganhando 5,43. A invicta Laura Raupp preferiu esperar por uma onda melhor e acabou errando na escolha das primeiras que pegou, que fecharam rápido.


A catarinense campeã das duas primeiras etapas do Circuito Banco do Brasil de Surfe 2024, só conseguiu completar uma manobra na onda que surfou quando restavam 15 minutos para o término da bateria. Com o 4,40 que recebeu, passou a precisar de 5,53 para manter a sua invencibilidade na temporada. Mas, o máximo que conseguiu foi 4,23. Daniella Rosas também não melhorou suas notas, mas a primeira vitória da peruana no Circuito Banco do Brasil de Surfe, foi confirmada por 9,93 a 8,63 pontos. Com o título, ela assumiu o segundo lugar no ranking regional da WSL South America, que classifica 3 surfistas para o Challenger Series e segue liderado por Laura Raupp.


“Com certeza, era só uma questão de tempo essa invencibilidade no Brasil, mas estou superfeliz com minha performance aqui”, disse Laura Raupp, que parabenizou Daniella Rosas quando saiu do mar. “A Dani é uma amigona minha, a gente estava dividindo casa, eu, ela e a Sol (Aguirre), lá em Narrabeen (no Challenger Series de Sidney na Austrália), então foi muito irado fazer a final com ela. A possibilidade de estarmos juntas de novo no Challenger ano que vem, é irado. A maré tava muito seca na final, aí as ondas deram uma parada e não veio muitas séries. Mas o Francês tem altas ondas e não tenho do que reclamar”.

DECISÃO MASCULINA -

A final masculina fechou o domingo na Praia do Francês e José Francisco já pegou uma esquerda logo após tocar a sirene de início, veio acelerando e decolou voando alto, fez o giro completo no ar e aterrissou com perfeição. Fininho, como é conhecido, já começou com nota 9,00 e Michael Rodrigues respondeu com um base-lip agressivo, combinando batidas e rasgadas de backside muito fortes nas esquerdas do Francês. Fininho acertou outro aéreo para somar 5,83, mas Michael conseguiu 8,27 e 7,50, para passar a frente com 15,77 a 14,83 pontos.


Fininho passou a precisar de 6,77 para vencer e ainda tinha bastante tempo, 22 minutos para terminar a última decisão do Circuito Banco do Brasil de Surfe em Marechal Deodoro. O paraibano mora em Florianópolis há muitos anos e é o atual bicampeão catarinense profissional de 2022 e 2023. Ele seguiu buscando as rampas para voar na segunda metade da bateria. Faltando 15 minutos, Fininho acerta mais um full rotation de frontside, mas era baixo e valeu 5,47, ou seja, não mudou nada e seguia precisando de 6,77 para conseguir a primeira vitória da sua carreira em etapas do QS.


José Francisco consegue completar outro aéreo mais alto e ainda fecha a onda com uma batida na junção, vibrando na finalização. Mas, a nota saiu 6,67 e Fininho tentou de novo, passando a usar as manobras de borda, mandando dois ataques potentes de frontside, só que a nota foi 6,30. Michael respondeu rápido numa onda maior, que abre mais parede para fazer quatro manobras que valeram 7,03, nota que acabou jogando fora. A terceira vitória de Michael Rodrigues em etapas do Qualifying Series (QS), foi por apenas 1 décimo de diferença, no placar encerrado em 15,77 a 15,67 pontos.


“Com certeza, esse resultado dá um up na minha carreira, mas é seguir a vibe de sempre. O surfe é um esporte que eu amo, então independente do resultado, eu vou estar sempre fazendo o que eu amo e só tenho que agradecer a Deus e a vibe do pessoal do Francês aqui, que me recebeu superbem”, destacou José Francisco. “Eu já vim aqui muitos anos atrás competir num evento amador, então a vibe continua, só gratidão. Bateria de alto nível é assim mesmo, eu já sabia, então arrisquei tudo e deu certo naquele primeiro aéreo. Mas o cara é alto nível, aproveitou as chances e é isso aí, venceu o campeonato”.

SEMIFINAIS -

Nas semifinais que abriram o domingo decisivo na Praia do Francês, Laura Raupp ganhou de novo da peruana Arena Rodriguez Vargas, como na decisão da segunda etapa da temporada na Praia de Itaúna, em Saquarema (RJ). Com a passagem para a sua terceira final nas três etapas deste ano, a catarinense aumentou para 24 o seu recorde de baterias vencidas na história do Circuito Banco do Brasil de Surfe iniciada em 2022. Com notas 7,00 e 6,03, Laura Raupp fez o maior placar feminino do domingo, 13,03 a 9,33 pontos. Depois, Daniella Rosas ganhou o clássico peruano com Sol Aguirre, por 12,83 a 8,34. As duas já haviam decidido um título esse ano, no QS 1000 de Punta Hermosa, no Peru, que Daniella também venceu a surfista que vai representar o Peru nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 no Taiti.


Nas semifinais masculinas, Michael Rodrigues ganhou o duelo entre dois ex-tops da elite mundial do CT, contra o paranaense Peterson Crisanto. O placar terminou em 13,67 a 11,97 pontos e o paranaense dividiu com o argentino Nacho Gundesen, o terceiro lugar no Circuito Banco do Brasil de Surfe de Marechal Deodoro. Depois de fazer os recordes da etapa alagoana no sábado, nota 9,00 e 16,73 pontos, o argentino não conseguiu sobreviver ao ataque aéreo do José Francisco. Com notas 7,50 e 6,60, Fininho derrotou Nacho Gundesen por 14,10 a 12,96 para disputar sua primeira final em etapas do QS.

MUDANÇAS NOS RANKINGS -

A vitória neste segundo duelo das semifinais, valia uma vaga no grupo dos top-7 que o ranking regional da WSL South America classifica para o Challenger Series, o circuito de acesso para a elite do World Surf League (WSL) Championship Tour (CT). Nacho Gundesen tinha assumido a última posição nessa lista, mas José Francisco tirou o sexto lugar do paulista Edgard Groggia, que caiu para sétimo. O argentino depois perdeu a oitava colocação também, com a vitória do Michael Rodrigues na final. O ranking segue liderado por Lucas Vicente, com o argentino Franco Radziunas em segundo lugar.


Quem também entrou no grupo dos Top-7 na Praia do Francês, foi o paranaense Peterson Crisanto, que saltou da décima para a terceira posição. Depois vem Igor Moraes (SP) em quarto lugar, Kaue Germano (SP) em quinto, José Francisco agora na sexta posição e Edgard Groggia fechando a zona de classificação para o Challenger Series 2025. O ranking feminino classifica 3 surfistas e Daniella Rosas tirou a carioca Julia Duarte da lista. Com a vitória em Marechal Deodoro, ela assumiu a vice-liderança que estava com a também peruana Arena Rodriguez Vargas. Já Laura Raupp continua na frente, com uma larga vantagem de 8.340 a 5.782 pontos da Daniella Rosas.


No ranking do Circuito Banco do Brasil de Surfe, que computa os resultados das suas cinco etapas e todas valendo 1.000 pontos, independente do status do evento ser QS 5000, QS 3000 e QS 1000, os catarinenses Matheus Navarro e Laura Raupp continuam na frente, desde as suas vitórias na primeira etapa em Torres, no Rio Grande do Sul. Quem terminar em primeiro lugar nos rankings, ganha um convite (wildcard) para participar da etapa brasileira do Challenger Series, o Corona Saquarema Pro apresentado por Banco do Brasil, que será disputado entre os dias 12 e 20 de outubro na Praia de Itaúna.

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