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Dominante, Brasil conquista 8 medalhas no primeiro dia do Campeonato Pan-Americano e Oceania de Judô 2024

Augusto Michel em embate contra Jose Ramos (GUA)
Augusto Michel em embate contra Jose Ramos (GUA) / Foto: Anderson Neves/CBJ

"Com Matheus Maia"

Está sendo disputado no Rio de Janeiro o Campeonato Pan-Americano e Oceania de Judô 2024. O evento que reúne atletas desses dois continentes conta com uma delegação brasileira de 18 competidores, nove em cada naipe. No primeiro dia de competições, dia 26 de abril, o Brasil foi dominante, conseguindo quatro ouros, duas pratas e dois bronzes.

Na categoria masculina até 60kg, Michel Augusto conquistou o ouro ao superar primeiro Jose Ramos, da Guatemala, depois Bernabe Vergara, do Panamá, vencendo sua fase de grupos (também chamada de pool) e indo direto às semifinais. Lá venceu ao mexicano Arath Juarez e na final foi superior ao estadunidense David Terao. As medalhas de bronze ficaram com o Arath Juarez e com Jonathan Charon, de Cuba.

"É uma felicidade muito grande saber que tudo que eu venho trabalhando está sendo recompensado. E graças ao meu clube, SBJ, que me apoia muito, conseguir essa vitória nos Jogos Pan-Americanos e agora no Pan-Americano, aqui dentro de casa, é muito gratificante", disse Michel Augusto. Sobre Paris ele disse: "(Esse Pan-Americano) era uma competição que eu sabia que era muito importante para a classificatória de pontos. Agora eu conquistei mais 700 pontos no ranking internacional e, se Deus quiser, vai vir aí a minha vaga olímpica". 

Michel falou também sobre o legado que deixa nos mais jovens. "Sei que muitas crianças assistem à competição, inclusive vários vieram tirar fotos comigo. Estar sendo uma inspiração para a molecada é muito... Um momento muito fofo. É, muito fofo. Inclusive meu irmão e minha irmãzinha estavam me assistindo também hoje e tomara que esteja sendo um bom exemplo", concluiu Michel.

Na categoria até 66kg, o Brasil foi representado por William Lima. Willian venceu a fase de grupos ao eliminar o mexicano Robin Jara e o venezuelano Willis Garcia. Em seguida o brasileiro venceu ao cubano Orlando Polanco e na final derrotou o peruano Juan Postigos, faturando o ouro na categoria. Os bronzes foram para Lenin Preciado, do Equador, e Juan Hernandez, da Colômbia.

Em entrevista William disse: "Nos últimos dois Pan-Americanos eu acabei ficando em terceiro; era uma conquista que eu precisava nesse ciclo ainda ser campeão, a última vez que eu ganhei foi em 2021, e ganhar em casa tem um sabor mais gostoso ainda, com a torcida, com o apoio de todo mundo. A torcida brasileira é única, né? A vibração, a energia, a gritaria, tudo dá uma energia a mais pra gente. Ter essa torcida aqui especial em casa foi um gostinho de como vai ser nas Olimpíadas. Sei que nada vai me fazer desistir e sair de lá sem a medalha de ouro".

Ele continuou dizendo: "Acho que o auge é sempre com o amanhã. Acho que amanhã eu vou estar melhor que hoje e assim por diante. Desde o começo do ano eu já tinha um caminho trajado, um planejamento, uma trajetória pras Olimpíadas e, como falei, tenho levado todas as competições como treino pra mim, pra minha evolução e conseguir chegar lá na minha melhor fase. Eu sei que no dia das Olimpíadas eu vou estar no meu melhor momento da minha carreira".

William Lima em luta contra Robin Jara (MEX)
William Lima em luta contra Robin Jara (MEX) / Foto: Anderson Neves/CBJ

Na categoria até 73kg, Daniel Cargnin eliminou ao colombiano Ferney Ruiz Mesa e ao argentino Facundo de Lucia, vencendo sua pool e se classificando às semifinais onde derrotou ao mexicano Ulises Mendez. Na final contra o canadense Arthur Margelidon, Daniel foi superado, tendo que se contentar com a prata. Os bronzes foram pro mexicano Ulises Mendez e pro dominicano Antonio Tornal.

Apesar da derrota, Cargnin continua confiante. A respeito das Olimpíadas, ele disse: "Acredito que a expectativa vai ser trazer mais uma medalha. Eu que subi de categoria trouxe uma medalha em Tóquio, então vou em busca da minha segunda".

Partindo para as categorias femininas, na até 48kg duas brasileiras disputaram: Natasha Ferreira e Amanda Lima. Apesar de ter vencido a primeira luta contra a australiana Anneliese Fielder, Natasha perdeu o embate seguinte perante a colombiana Erika Lasso. Na repescagem, Natasha eliminou a paraguaia Gabriela Narvaez. Na disputa do bronze enfrentou a Amanda Lima e, na luta de brasileiras, Amanda Lima foi superior e levou um dos bronzes da categoria. 

"Eu 'tô' muito feliz com a medalha, faz bastante tempo que eu não medalho. É uma medalha que sabia que ia ser dura, tem meninas extremamente fortes, eu estou muito feliz porque pude contar com a minha família, a torcida e meus amigos", disse Amanda, em entrevista na zona mista. Sobre a possibilidade de se classificar para a Olimpíada de Paris 2024, disse: "Eu 'tô' vendo que esse sonho 'tá' se tornando realidade e eu vou agarrar com todo o meu coração e com a ajuda de todo mundo eu tenho certeza que se Deus quiser eu vou conseguir".

Até chegar a disputa do bronze, Amanda havia vencido a guatemalteca Jacqueline Solis e a mexicana Edna Carrillo, sendo derrotada na semifinal pra atleta que viria a ganhar o ouro, a chilena Mary Dee Vargas Ley. A prata ficou com Erika Lasso e o outro bronze com a estadunidense Maria Celia Laborde.

Na categoria até 52kg a campeã foi a brasileira Larissa Pimenta. Larissa venceu a porto-riquenha Francine Echevarria, a australiana Tinka Easton e na final a estadunidense Angelica Delgado, que ficou com a prata. Os bronzes foram para Kelly Deguchi, do Canadá, e para Aleanny Carbonell Julian, de Cuba.

Em entrevista, Larissa disse: "É um momento muito especial, eu acredito que essa medalha faz parte do meu progresso, porque eu venho trabalhando e acredito que vou chegar na melhor forma em Paris". Sobre sua preparação para as Olimpíadas, a atleta falou: "A preparação continua bem forte. Tenho muito o que melhorar. O ouro me faz crescer, mas também me faz entender que eu preciso melhorar e evoluir. Eu ainda tenho algumas competições antes de Paris, competições estratégicas, mas o treino não muda".

Larissa avisou que em Paris vai atrás do ouro. "Estou com muita vontade de brilhar lá, me sentir eu, acredito que quando eu me sinto eu, faço bem, e estou treinando para isso". A respeito de tentar ser cabeça de chave em Paris, Larissa revelou: "A gente está vendo a questão de pontos estrategicamente. Mas eu já tenho uma competição prevista e o resto depende de mim. Eles (a equipe dela) planejaram uma competição e aí dependendo do meu resultado a gente continua construindo as outras", concluiu.

Na categoria até 57kg a brasileira Rafaela Silva não deu chance alguma para as adversárias. Rafaela precisou de apenas quinze segundos para derrotar a peruana Marian Flores e de doze segundos para ser superior à estadunidense Mariah Holguin. Na final a luta durou mais. Muito mais. Rafaela necessitou de mais de nove minutos para ser superior à líder do ranking mundial, a canadense Christa Deguchi, e garantir mais um ouro para o Brasil. Os bronzes foram pra Mariah Holguin, dos Estados Unidos, e Ana Rosa, da República Dominicana.

Em entrevista na zona mista, Rafaela comentou: "Me sinto muito privilegiada de poder conquistar os principais títulos do judô dentro da minha casa, no Rio de Janeiro. E a torcida nunca decepciona, às vezes, como hoje na final, a luta 'tá' dura, 'tá' brigada ali, mas com a torcida brasileira não tem como a gente desistir, então eu vim aqui focada, porque esses pontos são muito importantes pra corrida da Olimpíada, então eu 'tô' feliz com o meu desempenho hoje e [quero] continuar seguindo trabalhando duro pra buscar mais uma medalha em Paris 2024".

A atleta também falou da sua convocação e preparação pra Olimpíada: "'Muito feliz de estar indo pra minha terceira Olimpíada, então o foco agora é dar bastante ênfase nos treinos, porque eu não sei ainda a minha programação das próximas competições até os Jogos, mas é manter treinando, estudando minhas adversárias porque a Olimpíada parece que faltam três meses, mas quando piscou já 'tá' lá".


Nauana Silva (de branco) enfrentando Agustina de Lucia (ARG)
Nauana Silva (de branco) enfrentando Agustina de Lucia (ARG) / Foto: Anderson Neves/CBJ

Na categoria até 63kg mais duas medalhas pro Brasil. Nauana Silva ficou com a prata ao perder na final frente à australiana Katharina Haecker. Até chegar à final, Nauana havia vencido a argentina Agustina de Lucia, a mexicana Prisca Awiti Alcaraz e a brasileira Ketleyn Quadros. Com a derrota pra Nauana, Ketleyn foi pra repescagem, onde conquistou o bronze ao vencer a venezuelana Anriquelis Barrios. Antes disso, Ketleyn já havia eliminado a australiana Maeve Coughlan e a estadunidense Hannah Martin. O outro bronze da categoria foi pra cubana Maylin del Toro Carvajal.

Em entrevista, a jovem Nauana disse: "Mesmo não sendo o resultado que eu queria, eu conhecia os adversários e eu fui feliz que tudo que eu venho treinando estou conseguindo colocar no tatame. Entrar com a Ketty (Ketleyn Quadros) foi o melhor pra mim. Eu sempre quis lutar. Chegar nesse nível, lutar contra ela, acho que isso só me motiva a seguir nesse caminho".

Sobre o sonho de Paris, Nauana comentou: "Essa medalha alimentou a minha esperança, com certeza. E eu sei que eu tenho condições de brigar por essa vaga. E agora, voltar, treinar e dar o meu melhor para tudo dar certo. Eu vou competir agora no Grand Slam do Tajiquistão e meu objetivo é conseguir um ponto, 'né'? Trabalhar para conseguir um ponto para agregar nessa corrida [olímpica]".

O evento vai até o dia 28 de abril. Amanhã, dia 27, teremos a disputa dos pesos médios.

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