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Surto Entrevista: Fernando Nardini, a voz do tênis na ESPN

 

Fernando Nardini está de braços cruzados e terno preto. Ele é branco e moreno

Fernando Nardini pertence a ESPN desde 2012, depois de passar por Band e Record, onde fez parte da equipe que cobriu o ciclo olímpico de Londres-2012, mas sua primeira edição dos Jogos como narrador, acabou sendo na emissora da Disney. Em 2023, ele também esteve no Canal Olímpico do Brasil, cobrindo os Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023.

Atualmente, ele é um dos principais jornalistas da casa, sendo um dos apresentadores e narradores mais importantes. É dele a responsabilidade de narrar os Grand Slams e apresentar o Pelas Quadras, programa da ESPN que vai ao ar durante os Majors, feito em parceria com Fernando Meligeni, o Fino desde 2014.

Além disso é dele os principais jogos da NFL (National Football League), é claro, ele é quem narra o Super Bowl, posição que ocupa desde a saída de Everaldo Marques para a Globo em fevereiro de 2020.


Narda, como é chamado, falou com o Surto Olímpico sobre como se prepara para transmitir um Grand Slam, principalmente o Australian Open, que tem suas peculiaridades, como o fuso horário. Ele ainda falou da edição de 2022 do torneio, que foi cheia de fatos históricos. Confira a entrevista:

S: Como você se prepara para a fazer o programa Pelas Quadras e a transmissão dos jogos que vem logo a seguir?

FN:O Australian traz certas peculiaridades por conta desse horário, né? A gente chega por volta de 18:30/19h, faz o programa e depois já emenda transmissão, até mais ou menos 01h da manhã . Então você chega em casa  e até baixar a adrenalina são três da manhã, então, se eu chegar em casa eu chego em casa, pelo menos, eu ligo a TV ainda assisto um pouquinho de jogo até o sono chegar. No período entre três da manhã e nove da manhã, tá rolando um monte de coisa que você não viu, então isso te obriga. Então vou no site do torneio, vejo os highlights pego notícia de jornalistas, insiders e vou lendo o que de principal aconteceu e assim que a gente faz. 

Tem coisa que é é impossível da gente ver né? Quando a gente tá nesse fuso trocado, mas é é diferente, por isso. Nos outros a gente consegue acompanhar um pouquinho mais mesmo que a gente não esteja no ar.

S: O que vocês fazem para manter o nível da transmissão em janelas tão longas?

FN:O que a gente tenta fazer é não deixar a monotonia chegar, então a gente faz uma brincadeira ou outra dá uma provocada chama a audiência de alguma forma alguma interação para responder alguma coisa pra não cair na monotonia, porque cara é é difícil você ficar ali cinco seis horas no mesmo jogo é ainda que a gente esteja no ar. É uma preparação diferente de voz com fono para o Australian Open , pra trabalhar na madrugada, porque é uma maratona e assim, beleza, o primeiro dia, segundo o terceiro, tá beleza, agora os dias vão passando e o torneio tem 15 dias. Quando chega na sexta-feira, que você tem que estar bombando porque são as quartas de final, você já tá muito cansado, então é uma prova de Endurance, cara.

É uma pequena maratona para voz, é desafiador, mas é bom demais como eu disse, é o meu Grand Slam preferido, é o mais diferente de todos é o que permite também você fazer um pouquinho mais de brincadeira, sem desagradar tanta gente. Tem sempre alguém que fica né contrariado, mas é o mais legal que tem

S: Durante a primeira semana, quando um jogo se encerra, vocês já emendam em outro jogo, como é lidar com esse desafio?

FN: A gente recebe da WTA e da ATP, um pacote de informações referente a cada jogo então, você tem informações dos jogadores e das jogadoras. Isso já ajuda muito como apoio na transmissão e tem um pacote que vem da ESPN dos Estados Unidos também com a prévia de alguns jogos, principalmente quando tem americanos envolvidos. 

Há também um serviço online que a gente usa, o Slack, quando a gente tem uma dúvida como qual foi a última vez que a Iga deu um pneu. Você coloca lá e vão no banco de dados da ESPN dos EUA, eles fazem essa busca e trazem a informação, então tem muita coisa pra gente abastecer.  A a pessoa em casa quer saber né? É uma curiosidade, alguma coisa diferente que não tá a mão de todo mundo então eu acho que é sempre legal a gente levar.

S: O Australian Open de 2022 teve a despedida de Ashleigh Barty, a polêmica de Djokovic e a vitória, como você disse em sua narração, sublime de Rafael Nadal. Fala para nõs sobre essa edição histórica deste Grand Slam.

FN: Primeiro que a própria saída de cena da Barty, eu acho que é uma perda pro tênis irreparável, porque é uma jogadora que se tivesse aí ia inspirar muita gente a jogar de maneira diferente, porque ela tem muita ferramenta. A ausência do Djokovic foi uma trapalhada gigantesca da Tennis Austrália. Não houve uma conversa com o governo, acharam que ia dar um jeitinho e não deram.  Acho que nesse aspecto, ele foi vítima desse imbróglio todo. É uma pena, porque não se trata um cara desse tamanho dessa forma, ainda que eu discorde das opiniões e das posições dele. Mesmo se fosse um número 300 do mundo, ninguém deve ser tratado assim.

A parte positiva, se é que pode se dizer assim, foi Nadal ganhar na Austrália, e da forma como ganhou, do Medevedev ainda uma vitória com a cara dele, muito coração e muita sabedoria com a experiência de tanto tempo que esses caras já viveram nessas quadras. Ele que na mesma Austrália, 10 anos antes tinha vivido uma maratona de quase seis contra o Djokovic. Então foi uma edição realmente especial.

Nardini ainda participou de um ping-pong com a gente sobre tênis no nosso Instagram. Confira e siga o Surto Olímpico.  

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