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Marcelo Casanova e Sophia Kelmer são os porta-bandeiras do Brasil no Parapan de Jovens de Bogotá 2023

Alessandra Cabral/CPB


O Brasil terá dois porta-bandeiras na cerimônia de abertura do Parapan de Jovens de Bogotá 2023, na noite deste sábado (3) a partir das 20h (de Brasília), na Unidade Desportiva El Salitre: a mesatenista carioca Sophia Kelmer e o judoca gaúcho Marcelo Casanova.  

Sophia Kelmer, 15, é a vice-líder do ranking mundial sub-23 e a quinta colocada sênior da classe 8. Em novembro do ano passado, ela foi medalhista de bronze no Mundial adulto, disputado em Granada, na Espanha. Entre os brasileiros convocados para os Jogos Parapan-Americanos de Jovens de Bogotá, a carioca é uma dos 10 atletas que têm 15 anos ou menos, bem como compõe a lista daqueles que já subiram ao pódio em Mundiais. Na sua estreia na capital colombiana, nesta manhã, ela derrotou a guatemalteca Anaili Arreola, por 3 sets a 0, parciais 11/5, 11/4 e 11/3. 

Em 2023, Sophia conquistou três medalhas em etapas do Aberto Paralímpico Internacional de tênis de mesa. Ela foi ouro na Itália e no Brasil, além de bronze em Montenegro. "Fico muito feliz de poder representar o Brasil, mais uma vez, e, agora, ser porta-bandeira no meu primeiro Parapan de Jovens, com 15 anos. Sei que já tenho algumas conquistas internacionais, mas ainda sou muito nova e tem muita coisa para acontecer. É uma emoção inexplicável. Estou muito honrada", disse a mesatenista, que tem paralisia cerebral. 

O judoca Marcelo Casanova, 19, também tem colecionado ótimos resultados internacionais nos últimos meses. Até setembro de 2022, ele era o 16º do ranking mundial da classe J2 (baixa visão) até 90 kg. Atualmente, ele ocupa a quarta colocação. Em nove meses, o gaúcho conquistou o ouro no Pan-Americano da IBSA de Edmonton, Canadá, e a prata no Grand Prix de Almada, Portugal. Além disso, em seu primeiro Mundial, em Baku, Azerbaijão, chegou até a disputa pelo bronze, na qual perdeu para o ucraniano Oleksandr Nazarenko - atual 3º do ranking.

"É uma emoção que transborda. Já foi incrível receber a convocação. Agora, a experiência está melhor ainda, com a oportunidade de ser um dos porta-bandeiras do Brasil no Parapan de Jovens", concluiu Marcelo, que tem baixa visão por ter nascido com albinismo. A cerimônia de abertura poderá ser acompanhada pelo canal Capital.

A delegação brasileira que disputa o Parapan de Jovens de Bogotá pode conquistar a 500ª medalha do país na história da competição. Nas três edições anteriores, o Brasil somou 482 pódios: 246 ouros, 145 pratas e 91 bronzes. Para a atual edição, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) convocou 96 atletas, oriundos de 20 unidades federativas do país e divididos em 10 modalidades: 16 no basquete em cadeira de rodas, oito na bocha, 10 no futebol de cegos, 12 no futebol PC (paralisados cerebrais), 10 no goalball, cinco no judô, 16 no halterofilismo, oito no tênis de mesa, três no tênis em cadeira de rodas e oito no vôlei sentado. Confira mais sobre a programação aqui.

Dos 96 convocados, 68 (70,8%) são do sexo masculino e 28 (29,2%) do sexo feminino. Deles, 45% integram projetos de desenvolvimento esportivo do Comitê Paralímpico Brasileiro. A média de idade é de 17,3 anos. 

Das quatro edições anteriores do Parapan de Jovens, o Brasil só não participou da primeira, em Barquisimeto, na Venezuela, no ano de 2005. Quatro anos depois, em Bogotá, a delegação brasileira estreou no evento com 134 medalhas (78 de ouro, 39 de prata e 17 de bronze). Em 2013, na cidade de Buenos Aires (ARG), o país teve o seu melhor desempenho e foi campeão com 209 pódios (102 ouros, 65 pratas e 42 bronzes). Já em 2017, em São Paulo, última vez em que os Jogos Parapan-Americanos de Jovens foram realizados, o Brasil voltou a liderar o quadro de medalhas, com 139 no total: 66 de ouro, 41 de prata e 32 de bronze. A atual edição estava marcada para 2021, porém, devido à pandemia de Covid-19, foi adiada por duas vezes até junho deste ano.

O Parapan de Jovens é um celeiro de talentos para o paradesporto mundial. No caso do Brasil, nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, pelo menos quatro campeões disputaram a competição juvenil. O fundista Yeltsin Jacques, ouro nos 1.500m e 5.000m da classe T11 (cegos), o nadador Talisson Glock, campeão nos 400m livre da classe S6 (comprometimentos físico-motores), e o jogador de goalball Romário Marques estiveram nos Jogos Parapan-Americanos de Jovens de Bogotá 2009. Já a halterofilista Mariana D’Andrea, ouro na categoria até 73 kg, competiu no Parapan de Jovens de São Paulo 2017.

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