O Brasil já tem três atletas garantidos na fase mata-mata das disputas individuais do Mundial de bocha, que acontece na Arena Carioca 1, no Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. O cearense Maciel Santos, a paulista Josi Silva e a pernambucana Andreza Vitória venceram seus confrontos pela segunda rodada da fase de grupos nesta quarta-feira, 7, e asseguraram com um dia de antecedência os seus lugares na próxima etapa da competição.
A principal competição da bocha do ciclo Paris 2024 reúne mais de 170 atletas de 40 países em disputas individuais, por pares e equipes. As partidas têm sido realizadas no mesmo palco dos Jogos Paralímpicos de 2016. Os jogos de bocha acontecem nas estruturas das Arena Carioca 1 e a entrada é gratuita ao público.
Pela classe BC1 feminina (que podem jogar com as mãos ou com os pés e que contam com a opção de um auxiliar), a atleta de 21 anos do Recife derrotou a tcheca Katerina Curinova por 6 a 2 e chegou à sua segunda vitória pelo Grupo A após derrotar Yushae Andrade, de Bermudas, na estreia.
Com isso, a líder do ranking da classe BC1 entre as mulheres já assegurou uma vaga nas quartas de final. Andreza ainda joga diante da polonesa Kinga Koza (6ª do ranking) nesta quinta-feira, 8, no encerramento da fase de grupos.
"Vamos ganhar amanhã [quinta-feira] para manter o ritmo. O nosso objetivo é a medalha de ouro", afirmou a atleta diagnosticada com a Síndrome de Leigh (ou Doença de Leigh), uma doença neurodegenerativa hereditária rara que afeta o sistema nervoso central.
Também líder do ranking em sua classe, Maciel Santos mostrou o porquê é um dos favoritos na BC2 masculina (para atletas que não recebem assistência) ao aplicar 16 a 0 no britânico Will Hipwell (32º do mundo).
Como havia vencido por 8 a 1 na estreia, o jogo diante do holandês Bernd Meints nesta quinta-feira, 8, será apenas protocolar, pois já está com a vaga assegurada nas oitavas de final.
Já a paulista Josi Silva precisou de um tie-break para superar nesta manhã a sul-coreana Yubin Kim após o empate por 2 a 2 no tempo normal. Com a segunda vitória pela classe BC4 (para atletas com deficiências severas, mas que não recebem assistência), também conseguiu o seu lugar antecipado às oitavas de final.
A estreia do dia ficou por conta do potiguar Iuri Tauan, da classe BC2, que ainda não havia entrado em quadra nesse Mundial. O atleta mais novo da Seleção Brasileira de bocha, com 19 anos, é uma das revelações das Paralimpíadas Escolares, maior evento esportivo do mundo para jovens com deficiência em idade escolar e organizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) desde 2006. Sempre como atleta da bocha, modalidade que conheceu aos nove anos quando praticava natação, participou das edições de 2015 a 2019.
"Meus amigos de Paralimpíadas Escolares hoje me perguntam como é estar aqui, em um Mundial. É muito legal para mim saber que pessoas novas, que estão chegando na bocha, se inspiram em mim. Isso é muito gratificante. Sempre sonhei estar na Seleção Brasileira. Era o meu objetivo dede que eu comecei. As Paralimpíadas Escolares foram um grande berço para mim", afirmou o atleta que tem paralisia cerebral e que estreou no Mundial com uma derrota por 8 a 0 para o japonês Takayuki Hirose.
Ainda nesta quinta-feira, 7, o paulista Antônio Leme bateu o italiano Mirco Garavaglia por 4 a 3 pela BC3 (para atletas com deficiências severas e que podem usar o instrumento auxiliar calha e ter auxílio de outra pessoa) e agora aguarda o último jogo do Grupo C desta quinta-feira, 8, para confirmar sua classificação, enquanto o paranaense Eliseu dos Santos foi derrotado pela terceira vez da Chave A da classe BC4 e já está eliminado da disputa individual da competição – perdeu do tailandês Pornchok Larpyen por 4 a 3.
Foto: Dantas Júnior / Ande / Divulgação
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