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Foto: COB |
Adhemar Ferreira Da Silva desembarcava em Helsinque para a disputa dos Jogos Olímpicos de 1952 com status de favorito. Aos 24 anos, ele já era recordista mundial do salto triplo, com 16,01m, superando em um centímetro o recorde que já durava 15 anos. E Adhemar veio focado a fazer história em terras finlandesas.
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E ele tratou de conquistar o público local, ao conceder entrevistas para rádios, onde chegava a cantar músicas em finlandês, aprendidas por conta dos irmãos Jussi e Riva Letho, que atuaram como intérpretes de um corredor da Finlândia que tinha ido à corrida de São Silvestre. Adhemar conquistou a amizade deles e com eles aprendeu finlandês, tudo para conquistar o público que estaria presente no estádio olímpico de Helsinque.
No dia 23 de julho de 1952, Adhemar começou o seu show na qualificação, onde ele saltou 15,32m na primeira tentativa e já garantido para final, descansou e observou seus adversários e seus compatriotas, Geraldo de Oliveira e José Teles da Conceição. Geraldo passou para final com a décima melhor marca 14,64m e José Teles, dono da primeira medalha olímpica da história do atletismo brasileiro com um bronze no salto em altura, não avançou.
Na final, o show de Adhemar continuou. No primeiro salto, atingiu a marca de 15,95m e na segunda tentativa, quebra de recorde mundial - 16,12m. com uma diferença de 70 centímetros para Asnoldo Devanish, da Venezuela, segundo colocado, o ouro parecia certo. Após um terceiro salto abaixo do esperado, Adhemar conseguiu bater o recorde mundial novamente, mas não o suficiente para melhorar sua melhor marca - 16,09m.
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Foto:COB |
O soviético Leonid Scherbakov tentou estragar a festa de Adhemar saltando 15,98m na quarta tentativa, mas na chance seguinte, Adhemar Ferreira da Silva atingiu a marca definitiva em Helsinque, com 16,22m. Já garantido, o brasileiro ainda saltou para 16,05m e conquistou uma medalha de ouro para o Brasil que não vinha desde a Olimpíada de 1920 em Antuérpia. A sua dominância no salto triplo na Finlândia foi evidente: Ele saltou quatro vezes acima do seu recorde mundial, além de quebrar duas vezes a marca - 16,12m e 16,22m.
Com a torcida finlandesa conquistada, a ovação no estádio olímpico veio e em retribuição, Adhemar Ferreira da Silva, atendendo a sugestão de um dos juízes da prova correu em volta do estádio acenando para o público, que o aplaudiu. Um gesto simples, mas que foi tão marcante, que acabou virando regra nos anos seguintes para todo campeão de qualquer modalidade. Estava criada então a ‘volta olímpica’, momento máximo da comemoração de uma conquista esportiva.
Um dos maiores atletas brasileiros da história, Adhemar Ferreira da Silva se tornou bicampeão olímpico em Melbourne 1956, o primeiro da história do Brasil e só igualado, nunca superado. As estrelas douradas do escudo do São Paulo Futebol Clube são em sua homenagem, já que Adhemar competia pelo clube durante a conquista das medalhas olímpicas.
Adhemar morreu em 12 de janeiro de 2001, aos 73 anos, em São Paulo. Em sua homenagem, o Comitê olímpico do Brasil tem um prêmio com seu nome dado anualmente para atletas brasileiros que tiveram uma carreira relevante no esporte e faz parte do Hall da fama do esporte brasileiro organizado pela entidade
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