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Medalhista em Tóquio, Fernando Scheffer compara prova a pintura de Monet



O sorriso estava escondido atrás da máscara, mas o brilho nos olhos mostrava o que nem mesmo o cansaço das mais de 30h de viagem de volta ao Brasil foi capaz de tirar: a alegria de quem escreveu seu nome na história. Fernando Scheffer, medalhista de bronze nos 200m livre nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 e finalista dos 4x200m livre, desembarcou no Rio de Janeiro na madrugada do sábado (31), e se emocionou no reencontro com a mãe, Adriana, a quem não via desde o Natal com a família, em Canoas (RS). Em visita ao CT do Time Brasil esta manhã, Scheffer, ou ‘Monet’, apelido carinhoso que ganhou dos companheiros de piscina ainda no Grêmio Náutico União (RS), relembrou a prova e falou da ‘obra de arte’ que estava pendurada no peito.

“Desde o início meu objetivo era não me cobrar por resultados, queria pensar na minha performance, no meu melhor. A prova estava aberta, uma final olímpica não tem favorito. Tentei focar no que eu tinha que fazer e deu certo. Bater na borda, olhar o placar e ver o pódio. Depois que saí da piscina, vi o meu irmão na tela e, mesmo sendo a distância, foi uma sensação muito especial. Todo o esforço valeu a pena. Todo mundo brinca que a minha prova foi uma ‘pintura do Monet’. Essa medalha é meio que a minha obra de arte”, afirmou Fernando, que não terá férias, voltando às competição em pouco mais de uma semana, em agenda que só deve ter pausa em dezembro.

“E agora só vamos nos reencontrar no Natal”, disse Adriana, visivelmente emocionada ao lado do filho. “É muita emoção. Eu choro o tempo todo. Lembro dele pequenininho, de tudo que ele fez, de toda a luta para chegar até aqui. Só quem vive isso de perto que sabe. Tenho muito orgulho dele”.

A medalha de ouro de Cesar Cielo em Pequim 2008 também foi uma inspiração. Fernando tinha apenas 10 anos quando “Cesão” venceu na China e a foto que tirou ao lado do ídolo naquele ano, após a conquista, já precisa de uma atualização.

“Tenho que achar aquela foto com o Cielo e repetir, agora com a medalha. Eu era muito pequeno quando ele foi campeão olímpico, estava começando a competir. Cielo, Borges e Xuxa são ícones, é bacana tê-los por perto, eles nos mostraram o caminho”, disse o recordista sul-americano dos 200m (1min44s66), que citou também o americano Michael Phelps como uma de suas referências.

De Tóquio, Scheffer acompanhou a repercussão de seu feito. Entre tantas mensagens de parabéns pelo celular e inúmeras postagens em redes sociais, uma chamou atenção do gaúcho: a de um conterrâneo chamado Ronaldinho.

“Foi uma surpresa, nunca imaginei que o Ronaldinho fosse me conhecer! Fiquei bem feliz”, afirmou o nadador, campeão mundial no 4x200m em piscina curta e ouro nos 200m e 4x200m nos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019.

Foto: Thiago Diz

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