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Guia Tóquio 2020: Handebol


FICHA TÉCNICA
Local de disputa: Yoyogi National Gymnasium
Período: 24/07 a 08/08
Número de países participantes: 12 seleções de cada gênero
Total de atletas: 360 (15 por equipe)
Brasil: Está presente no masculino e no feminino.


INTRODUÇÃO HISTÓRICA
O handebol foi criado pelo professor alemão Karl Schelenz em 1919. Em um primeiro momento, as partidas eram disputadas em campos parecidos com o do futebol. Assim como no esporte mais popular do mundo, cada equipe era composta por 11 jogadores. No Brasil, a modalidade tem sua origem a partir da década de 1930, com a chegada de imigrantes alemães ao país por consequência da Primeira Guerra Mundial.

O esporte estreou nos Jogos de Berlim 1936, na modalidade handebol de campo, mas deixou o programa olímpico após esta edição, retornando em Helsinque 1952 como esporte de demonstração. Vinte anos depois, o handebol de quadra foi integrado como modalidade olímpica, permanecendo até os dias atuais.

Em Munique 1972, o handebol foi disputado apenas na categoria masculina tendo 16 seleções participantes. A partir da edição seguinte, o torneio foi reduzido para 12 seleções, permanecendo até os dias atuais. Porém, na edição de Montreal 1976, a competição foi disputada apenas por 11 seleções, devido à desistência da Tunísia.

Já as mulheres fizeram sua estreia nos Jogos Olímpicos de Montreal, com apenas seis seleções participantes, sendo ampliada para oito seleções em Seul 1988, dez participantes em Sydney 2000 e finalmente doze equipes a partir de Pequim 2008, se equiparando com a competição masculina.


BRASIL
O Brasil fez sua estreia olímpica em Barcelona 1992 com os homens, que acabaram perdendo as seis partidas disputadas e ficaram na 12ª colocação. A primeira vitória da seleção masculina veio nos Jogos de Atlanta diante do Kuwait, em jogo que valeu a 11ª posição.

Após cinco participações olímpicas, a melhor campanha no masculino veio justamente na última edição, na Rio 2016. Atuando em casa, o Brasil conquistou duas vitórias, diante da Polônia e Alemanha, e pela primeira vez passou para a fase de quartas de final, onde foi superado pela França, que viria a ser vice-campeã olímpica.

Já as mulheres brasileiras fizeram sua estreia apenas nos Jogos Olímpicos de Sydney 2000 e de lá pra cá sempre vêm marcando presença. O primeiro triunfo veio diante Austrália. Ao todo, a seleção feminina conquistou 12 vitórias na história olímpica. Nas duas últimas edições, o Brasil conseguiu passar para as quartas de final, sendo derrotado pela Noruega em Londres 2012 e por Países Baixos na Rio 2016.





FORMATO DE DISPUTA
As doze seleções de cada categoria foram divididas em dois grupos com seis seleções cada. Na primeira fase as equipes se enfrentam dentro do próprio grupo fazendo um total de cinco partidas. Os quatro melhores de cada chave avançam para a fase de quartas de final com o seguinte cruzamento: 1º A x 4º B, 2º B x 3º A, 1º B x 4º A e 2º A x 3º B. A partir das quartas, as partidas serão eliminatórias até a decisão.

Entre os homens, o grupo A é composto por Alemanha, Argentina, Brasil, Espanha, França e Noruega, enquanto o grupo B tem Bahrein, Dinamarca, Egito, Japão, Portugal e Suécia. Já entre as mulheres, o grupo A é formado por Angola, Coreia do Sul, Japão, Montenegro, Noruega e Países Baixos, enquanto o B tem Brasil, Comitê Olímpico Russo (ROC), Espanha, França, Hungria e Suécia.



ANÁLISE

HANDEBOL MASCULINO

Favorita ao ouro: Dinamarca (DEN)
Candidatos à medalha: Suécia (SWE), Espanha (ESP), França (FRA) e Noruega (NOR)
Podem surpreender: -
Brasil: está no grupo A; a meta é passar de fase.

Atual campeã olímpica e bicampeã mundial, a Dinamarca vem como principal favorita para repetir o feito de cinco anos atrás no Rio de Janeiro. Para isso contará com o talento do armador Mikkel Hansen, MVP das últimas conquistas dinamarquesas, e o goleiro Niklas Landin, eleito o melhor jogador da posição na Rio 2016.

Quatro seleções tentarão desbancar a Dinamarca do topo: a França, prata em 2016 e campeã mundial em 2017, a atual bicampeã europeia Espanha e as vizinhas escandinavas Suécia, que perdeu para os dinamarqueses na final do último Mundial, e Noruega, que foi vice-campeã mundial em 2017 e 2019.

Apesar de conquistar o nono lugar no Mundial de 2019, o Brasil se classificou na bacia das almas para os Jogos Olímpicos. Após o fiasco do Pan de Lima, em que perdeu para o Chile na semifinal, a seleção masculina se classificou para o Pré-Olímpico graças às conquistas continentais da Espanha e Egito e carimbou o passaporte para Tóquio dando o troco nos chilenos, na partida que decidiu a vaga.

O ciclo olímpico brasileiro foi muito conturbado com muitas trocas de técnico. Marcus Tatá, atual treinador, terá a dura missão de levar o Brasil para a próxima fase, para tentar repetir a campanha do Rio. O grupo brasileiro é bem complicado, contando com quatro seleções europeias e sua arquirrival continental Argentina.

Para obter sucesso, o time brasileiro terá que defender bem e, para isso, contará com a estrela do goleiro Ferrugem e a eficiência de Thiagus Petrus, jogador do Barcelona. Além da consistência defensiva, a seleção terá, principalmente, que melhorar o aproveitamento do seu ataque. As principais armas ofensivas que o Brasil pode explorar são do armador Haniel e do pivô Rogério Moraes.

O goleiro Ferrugem foi o grande herói da classificação brasileira para os Jogos de Tóquio (Foto: Stefan Ivanovic/RSCG)

HANDEBOL FEMININO

Favoritas ao ouro: Noruega (NOR), França (FRA) e Países Baixos (NED)
Candidatas à medalha: Comitê Olímpico Russo (ROC) e Espanha (ESP)
Podem surpreender:
Brasil: está no grupo B; a expectativa é chegar nas quartas de final

Ao contrário do torneio masculino, a competição feminina não tem uma favorita destacada. Há pelo menos três seleções que brigarão forte pelo ouro em Tóquio. Uma delas é a sempre temida e respeitada Noruega, bicampeã olímpica em 2008 e 2012. Bronze na Rio 2016, as norueguesas vêm embaladas com o título europeu conquistado no final de 2020 e contarão com o talento das armadoras Stine Oftedal e Nora Mork.

Prata no Rio e campeã mundial em 2017, a França também vem forte em busca do título inédito e será liderada pela armadora Estelle Nze Minko, eleita a MVP do último Campeonato Europeu, em que as francesas ficaram com o vice-campeonato. Já a seleção de Países Baixos vem credenciada pelo título mundial conquistado em 2019, também em território japonês.

Outras duas seleções também brigarão por uma medalha. Atual campeã olímpica, a seleção de handebol da Rússia, que não poderá ter a representação de sua bandeira em Tóquio, terá em quadra a eficiente armadora Anna Vyakhireva. E a Espanha, atual vice-campeã mundial, tem como principal destaque os gols da armadora Alexandrina Cabral.

A seleção brasileira feminina também não terá vida fácil nos Jogos Olímpicos, já que as meninas comandadas pelo técnico Jorge Dueñas enfrentarão cinco equipes europeias na primeira fase. Com a dura missão de tentar passar de fase, o Brasil contará com a experiência de atletas como Babi, Ana Paula, Alê Nascimento e Duda Amorim, eleita mais uma vez para a seleção da Champions League. Apesar do grupo complicado, as meninas brasileiras já provaram que têm totais condições de surpreender e arrancar uma classificação para a próxima fase.

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