Segundo informações divulgadas pelo portal insidethegames nesta sexta (25), o COI (Comitê Olímpico Internacional), através da sua comissão de atletas, estaria discutindo permitir aos competidores se manifestarem politicamente durante os Jogos de Tóquio. A autorização, porém, liberaria os protestos apenas em momentos e áreas específicas. A manifestação no pódio deve continuar proibida.
Caso os protestos sejam autorizados, a medida será considerada histórica, alterando a regra número 50 da carta olímpica. O item proíbe qualquer manifestação política, religiosa e racial durante os eventos olímpicos. A regra se aplica também a protestos na vila olímpica e durante as cerimônias.
As mudanças foram discutidas nesta sexta pela comissão de atletas. Os momentos e locais nos quais os atletas poderão se manifestar não foram divulgados. Ainda segundo o site, a comissão sugeriu ao conselho executivo da entidade um ato com mensagens contra a discriminação e o uso de vestimentas que pedissem paz, respeito e igualdade durante a cerimônia de abertura.
Todas essas mudanças devem ser aprovadas pelo comitê executivo do COI. A entidade vem sofrendo pressão desde os protestos do movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam), que tiveram como estopim o assassinato do cidadão negro George Floyd, pela polícia em maio de 2020. O Comitê Olímpico dos Estados Unidos (USOC) já disse que não irá punir os atletas caso eles resolvam se manifestar.
Protesto de Smith e Carlos no pódio em 1968 Foto:Angelo Cozzi/Mondadori Publishers |
Dois atletas estadunidenses são os responsáveis pelo maior manifestação registrada em Jogos Olímpicos. Foi na Cidade do México-1968 quando Tommie Smith e John Carlos, ouro e bronze, respectivamente, na prova dos 200m rasos, levantaram suas mãos com luvas pretas em menção ao movimento Panteras Negras, que lutava contra a segregação racial nos EUA. Em consequência, ambos foram expulsos da vila olímpica pelos dirigentes e acabaram banidos do esporte.
Foto em destaque: Raw Story / Reprodução
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