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João Victor da Silva treina para ser o 1° patinador de velocidade brasileiro em Jogos de Inverno



O Brasil nunca esteve nos Jogos Olímpicos de Inverno por meio da patinação de velocidade. Mas, no Japão, um atleta quer mudar esta história. Com apenas 19 anos, João Victor da Silva é o dono deste ousado sonho olímpico.

Há quase 18 anos, o jovem foi levado ao país asiático por conta dos anseios profissionais dos pais, Benedito e Eliana. Foi criado, assim, em meio à cultura nipônica na província de Gifu.

A relação com o esporte também veio por influência do pais. Ciclista, Benedito mantinha um hábito esportivo com João desde cedo: nos momentos de lazer, brincavam de roller à beira de um rio. Até que foi sugerido à dupla a procura por um técnico para o garoto. Era o começo, ali, da busca por uma performance mais competitiva.

Depois de um período de treinamentos mais sérios, João decidiu competir. Na hora da prova, ainda se ambientando àquele novo universo, chegou ao local com patins de fitness. Era o único calçando o material, inadequado para o propósito competitivo. “Tomei sete voltas dos adversários”, recorda, rindo do momento inusitado.

João soube lidar com a situação. Anos depois, em 2017, tornou-se campeão japonês júnior de roller nos 100 metros. Promovida pela federação japonesa, a competição só não lhe permitiu participar da seleção nipônica por não ter nacionalidade. Só que o destaque era claro, e levou o brasileiro a competir na patinação de velocidade sobre o gelo, em 2014.

À época, tal situação deu ao Brasil novamente um atleta ativo na modalidade. Anos depois, recordes. Os mais recentes, o recorde brasileiro obtido nos 1.500m em fevereiro de 2020, em Nagano (Japão), e o recorde brasileiro júnior, alcançado algumas semanas depois na prova de 500m realizada em Tomaszów-Mazowiecki, na Polônia.

Apoio indispensável

Assim como o pai Benedito, a mãe Eliana também é fundamental no sucesso de João. Em dias de treinos de bicicleta, ela acompanha o filho de carro durante todo o percurso, que pode atingir 100km. “A escolaridade do João é toda japonesa, por isso, em casa falamos português para ele não perder o idioma”, conta Benedito..

Foi graças a isso que João pôde conversar em português com a compatriota Larissa Paes, também patinadora. Em 2019, os dois estiveram juntos em um período de treinamentos em Salt Lake City, nos Estados Unidos. “Foi uma nova experiência. Vivi sozinho. Foi tranquilo, gostei de lá, embora algumas coisas, como a locomoção, sejam bem diferente”, recorda.

A evolução pessoal e como atleta, agora, fazem com que João sonhe em chegar ainda mais longe em termos esportivos. “O sonho olímpico é um pouco recente. Queria ir para uma Copa do Mundo para participar de algo em nível mundial. Eu assistia e queria estar lá, então sempre que treinei foi para isso. Essa oportunidade que está vindo agora é uma nova etapa, um novo objetivo para atingir”, explica.

“Pretendo me qualificar para a Copa do Mundo e, aí, vai valer a classificação para os Jogos Olímpicos”, diz. E será que a vaga inédita para o Brasil é possível? João garante que sim. “Eu gostaria muito de estar (nos Jogos). É um sonho que dá pra realizar, não é impossível. Dá para se preparar neste período de treinamentos, e estou buscando a cada dia”, finaliza.

Foto: Divulgação/CBDG

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