Lucas da Silva Carvalho iniciou a temporada de 2021 com bons motivos para animação e confiança. Afinal, o atleta paulista terminou o ano passado entre os Top-20 no Ranking Olímpico da World Athletics, que considera três atletas por país, em duas provas: 200 m (14º) e 400 m (12º). Ele ficou em primeiro lugar no Ranking Sul-Americano, com 20.40 (1.2), nos 200 m, e com 45.53, nos 400 m, mostrando ótimo desempenho.
As ótimas colocações num ano tão difícil são motivos para comemoração. Ganhador da medalha de ouro nas duas provas no Troféu Brasil de Atletismo, disputado em dezembro, em São Paulo, ele foi convocado e participou do Camping Nacional de Treinamento de Provas de Revezamento, realizado na semana passada, em Bragança Paulista (SP), como integrante do 4x400 m misto.
Para 2021, Lucas, nascido a 16 de julho de 1993, em Santo André, tem grandes objetivos. “Quero correr os 400 m abaixo dos 45 segundos e, com certeza, participar de mais uma final dos 4x400 m misto e quem sabe pegar uma medalha na Olimpíada. Acho que temos grandes chances de ganhar uma medalha”, comentou o atleta, que ajudou o revezamento a garantir qualificação para Tóquio no Mundial de Doha, no Catar, em 2019.
Aos 27 anos, ele é bastante experiente, tendo participado do Campeonato Mundial de Juvenis (Sub-20) em Barcelona-2012, ainda quando disputava os 110 m com barreiras. Depois, na transição para o adulto, sentiu dificuldades com as barreiras mais altas e passou a competir em provas rasas.
Orientado por Felipe de Siqueira da Silva há três anos, Lucas tirou apenas duas semanas de descanso após a participação no Troféu Brasil. “Foi um período legal para relaxar e não perder muito a forma física. Ainda mais num ano importante como 2021, que teremos o Mundial de Revezamentos e a Olimpíada de Tóquio”, comentou. “Estou na torcida para que a pandemia não atrapalhe muito de novo”, prosseguiu.
Os integrantes do revezamento 4x400 m misto, oitavo colocado no Mundial de Doha, têm previsto novo Camping de Treinamento em San Diego, nos Estados Unidos, a partir de março. A ideia inicial é sair da Califórnia e seguir direto para a disputa do Mundial da Silésia, na Polônia, nos dias 1 e 2 de maio. Além de treinos, os atletas terão a oportunidade de participar de competições individuais e por equipes. “Será muito especial e importante como preparação para o Mundial de Revezamentos. Vai ser uma oportunidade fantástica.”
Embora tenha vencido os 200 m no Troféu Brasil, Lucas pretende dedicar-se mesmo aos 400 m. “O Felipe (de Siqueira) sempre me disse que eu seria um bom corredor dos 200 m, mas geralmente os calendários das competições não permitem fazer as duas provas. O tempo de 20.40 me deixou surpreso. Esperava algo em torno de 20.60 e acabei fazendo meu recorde pessoal”, observou o atleta, que tem 45.37 como melhor marca nos 400 m desde 2017.
O corredor lembra que teve de superar muitas dificuldades em 2020, como os outros atletas, por causa da pandemia. “Foi um ano difícil. Tive de treinar em casa, de modo improvisado no início. Depois, fizemos treinos no lado de fora do Ibirapuera, perto do Obelisco e numa academia reservada só para os atletas do Felipe”, disse.
Lucas começou no atletismo na escola, no CEU São Mateus, em São Paulo, com o professor Marcio Fortunato. “Fazia barreiras e até disputei o Campeonato Mundial Sub-20 de Barcelona-2012. Depois acabei mudando para os 400 m, e competi por equipes como Parceiros do Esporte, Ícaro de Castro Mello, Memorial do Salto Triplo, GR Barueri, Orcampi”, contou o corredor, que está há três anos na equipe de Campo Mourão.
Campeão do Ibero-Americano dos 400 m em Trujillo, no Peru, em 2018, fez parte da equipe olímpica no Rio-2016, como reserva do 4x400 m masculino. Esteve ainda no Mundial de Londres-2017, além de Doha-2019.
Foto: CBAt/Wagner Carmo
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