Em entrevista à uma radio local, Giovannia Malagò alertou para o risco de suspensão do CONI para os Jogos Olímpicos após um projeto de lei que prevê a redução das funções da entidade e a interferência do governo no esporte italiano
Depois da Rússia, a Itália pode não contar com sua bandeira e hino nos Jogos Olímpicos de Tóquio por conta de uma possível interferência do governo italiano na gestão do Comitê Olímpico Nacional Italiano (CONI). O presidente da entidade, Giovanni Malagò, alertou em um rádio local que o risco de banimento do país é “muito alto” e que o COI (Comitê Olímpico Internacional) deve discutir uma punição em uma reunião do Conselho Executivo em 27 de janeiro.
“O risco de ir a Tóquio sem um hino e uma bandeira é muito alto”, disse Malagó em entrevista à Radio RAI na última semana “Ninguém quer sanções, isso seria assustador. Esperamos que aqueles que têm a honra e a responsabilidade de encontrar a solução, pelo menos cumpram a palavra, porque agora todos sabem o risco que corremos”.
Um projeto de lei que corre no Parlamento italiano desde 2018 prevê a criação de uma organização controlada pelo governo para distribuir fundos às entidades esportivas do país, reduzindo o papel do CONI, que ficaria responsável apenas pela preparação dos atletas aos Jogos Olímpicos. O COI teme que a lei constitua interferência do governo sobre o comitê olímpico nacional, algo que é estritamente proibido pela Carta Olímpica.
Em setembro, o presidente do COI, Thomas Bach, disse que a entidade estava preocupada com a situação dos italianos e alertou que o CONI poderia ser suspenso caso medidas drásticas não fossem tomadas. Bach afirmou também que os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Inverno de Mião-Cortina d’Ampezzo de 2026 poderiam ser afetados pela situação.
Para discutir a questão, Malagò recentemente se reuniu com o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, e garantiu que convocou o governo a encontrar uma solução para o problema. O ministro de Esportes da Itália, Vincenzo Spadafora, principal porta-voz do governo no caso, chegou a enviar uma carta ao COI em novembro insistindo que o CONI ainda teria autonomia caso a lei fosse aprovada, mas isto não deve ter sido suficiente para acalmar a entidade comandada por Thomas Bach.
Vale lembrar que recentemente a Rússia foi banida de grandes competições esportivas internacionais pelos próximos dois anos, sendo impedida de utilizar seu hino e sua bandeira nos Jogos Olímpicos de Tóquio, que acontecerão entre 23 de julho e 08 de agosto deste ano. A punição dos russos, no entanto, se deveu por conta de um escândalo envolvendo a adulteração de provas antidoping.
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