Buscando ser a primeira nação africana considerada potência em um esporte olímpico de inverno, a Nigéria, por meio de sua Federação nacional de curling, realiza há cerca de dois meses uma "vaquinha online". O intuito é construir a primeira pista de gelo para treinamento e desenvolvimento de esportes nesta superfície em todo o continente.
Com o objetivo de arrecadar € 6 milhões (R$ 36,8 milhões), para o empreendimento, a campanha recebeu pouco mais de € 400 (cerca de R$ 2,5 mil) durante esse período.
A ligação da Nigéria com o curling começou em 2017, quando uma empresa internacional de esportes chamada SRHD Sports Management Limited passou a divulgar a modalidade na nação.
Em seguida, o CEO da SRHD, Damola Daniel, tornou-se o primeiro presidente da Federação Nigeriana de Curling, tendo como principal objetivo popularizar o esporte no país, um pedido antigo de sua filha, que até então tinha 12 anos e era uma entusiasta da modalidade.
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Esta foi a primeira seleção de curling em todo continente africano. Uma "peneira" foi realizada e alguns "aventureiros" formaram a seleção, que contava até com nigerianos que já viviam no exterior e podiam se deslocar para participar de treinos em outros países. Daniel estava diante uma geração que após dois anos conquistaria uma vitória inédita.
Em abril de 2019, a Nigéria desembarcou na cidade de Stavanger, na Noruega, para disputar o Campeonato Mundial de Curling em duplas mistas. E saiu de lá com uma vitória sobre a França, por 8 a 5, conquistando o primeiro triunfo de uma seleção africana em um mundial da modalidade.
Hoje a nação conta com diversas parcerias para levar atletas aos treinamentos em países como Itália, Coreia do Sul, Estados Unidos e Turquia, que abriram suas instalações voluntariamente para o desenvolvimento dos atletas nigerianos, enquanto estes ainda não têm um centro próprio para esse trabalho.
Entre os 45 países que receberam medalhas nos Jogos Olímpicos de Inverno (incluindo atletas sob bandeira neutra) nenhum deles é do continente africano.
A Nigéria tem quase 200 milhões de habitantes e ficou em 152° lugar no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano divulgado em 2019 pela Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Durante a pandemia de coronavírus, 23.298 pessoas foram contaminadas e 554 morreram por causa da doença.
Para acessar o link da "vaquinha online", clique aqui.
Foto: Alina Pavlyuchik/WCF
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