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Esporte olímpico se une em movimento de solidariedade durante pandemia

“Com grandes poderes, vem grandes responsabilidades”. A frase da famosa história em quadrinhos parece ter sido feita para o momento que esporte olímpico está atravessando. Em um período em que muitas pessoas, especialmente no Brasil, estão passando por grandes dificuldades para enfrentar a pandemia do novo coronavírus e, até mesmo, para se alimentar durante o isolamento social, entidades e atletas estão usando sua visibilidade e a liderança diante de uma comunidade bastante engajada para ajudar quem mais precisa. São diversas campanhas de arrecadação e doação de alimentos, utensílios de higiene pessoal e máscaras para famílias em situação de vulnerabilidade social, de sangue para hemocentros e até de plasma para pesquisas sobre COVID-19. 

Uma das entidades mais ativas nesse momento, o COB realizou nos últimos dias a entrega de 1.400 cestas básicas para professores, funcionários e famílias de estudantes das quatro Escolas Municipais Olímpicas Cariocas que usam a metodologia do Transforma. Além disso, aderiu à campanha #VencendoJuntos, usando sua força nas redes sociais para impulsionar o projeto que conta com ídolos do esporte olímpico como Flávio Canto, Bernardinho, Lars Grael, Daiane dos Santos, Hortência, Gabriel Medina e Gustavo Kuerten como embaixadores e busca arrecadar R$ 10 milhões em cestas básicas para ajudar 33 mil famílias durante 3 meses. As doações podem ser feitas através do portal https://www.vencendojuntos.com.br/

“O esporte olímpico brasileiro está totalmente engajado nesse movimento. É muito gratificante ver tanta gente entendendo seu papel como liderança e atuando de maneira solidária num momento tão difícil. Esporte é muito mais que competição, é uma força capaz de unir forças em prol de um grande objetivo que, nesse caso, é aliviar um pouco do sofrimento dos mais necessitados”, disse Paulo Wanderley.

O #VencendoJuntos surgiu a partir de uma outra campanha, o Ippon no Corona, do Instituto Reação, de Flávio Canto e Geraldo Bernardes, mentor de Rafaela Silva. A campanha arrecadou R$600 mil que foram transformados em cartões refeição ou alimentação para as famílias de 2 mil alunos de comunidades como Rocinha, Cidade de Deus e outras do Rio e também em Cuiabá, onde o Reação também tem um polo. O Instituto Arrasta, do campeão mundial de judô Luciano Correa, doou 70 cestas básicas, em parceria com a Primaz Corporate, para os alunos da entidade.

“A situação está difícil para alguns pais e mães. Então, era hora da gente ajudar nossos atletas, ajudar a toda comunidade do judô, a quem está precisando”, disse Luciano. A Federação de Judô do Estado do Rio de Janeiro também doou 44 cestas básicas para familiares de judocas, a maioria alunos de um projeto social no Complexo da Maré. 

Outra entidade ligada ao judô que se mobilizou durante a pandemia foi o Instituto Tiago Camilo, que lançou a campanha "Consciência Cidadã" e até o final de junho irá distribuir 1.400 cestas básicas e kits de higiene pessoal para os alunos matriculados nos polos de Paraisópolis, Jaguaré, Aricanduva, Heliópolis e Vila Olímpica Mário Covas. 

“A mensagem que queremos passar é de solidariedade e esperança para as nossas crianças”, disse Tiago Camilo, fundador do Instituto e presidente da Comissão de Atletas do COB.

A medalhista olímpica Ana Moser, bronze com a seleção de vôlei em Atlanta 1996, através do Instituto Esporte & Educação, entidade criada por ela, criou uma rede de arrecadação de cestas básicas e itens de higiene para crianças de baixa renda. A entidade atende cerca de 5.000 alunos de 4 a 18 anos na periferia da cidade de São Paulo. As doações podem ser feitas no portal https://iee.abraceumacausa.com.br/.

O ex-boxeador Acelino Popó Freitas, campeão mundial em duas categorias diferentes, arrecadou R$ 90 mil em um leilão de um de seus cinturões. O valor será todo revertido em cestas básicas para comunidades carentes em Salvador. A campanha "Juntos Somos Mais Fortes", do canoísta olímpico Pepê Gonçalves, buscava arrecadar R$ 10 mil para doar 100 cestas básicas em Piraju (SP), cidade natal do atleta.

Já a ONG Miratus, que atua no morro da Chacrinha, no Rio, grande celeiro de atletas do badminton, entre eles Ygor Coelho, também está recolhendo doações para a compra de cestas básicas. Na Páscoa, alunos da escolinha que formou o atleta olímpico distribuíram chocolates em duas comunidades. Outro projeto que visa ajudar moradores de favelas no Rio de Janeiro é apoiado pelo mesatenista Hugo Calderano. O projeto #PorUmaQuarentenaMaisJusta, da TETO Brasil, conseguiu arrecadar R$ 500 mil com o intuito de levar “água, comida e itens de higiene para as favelas mais precárias e invisíveis do país”.

“Eu conheci o TETO por intermédio da minha irmã, Sofia, que é voluntária da organização há vários anos. Eles fazem um trabalho fantástico em conjunto com os moradores de algumas das comunidades mais vulneráveis do país. Eu me identifico muito com os valores do TETO e convido a todos para que conheçam e apoiem o trabalho deles”, disse Hugo Calderano.

Os novos esportes olímpicos não ficaram de fora. Juntos, Adriano Souza (Mineirinho), Pedro Barros e a World Surf League (WSL) arrecadaram 9 toneladas de alimentos para serem distribuídas em comunidades carentes de Florianópolis. O multimedalhista olímpico Robert Scheidt, classificado para a sétima edição de Jogos Olímpicos dele, vendeu uma série limitada de 100 camisetas comemorativas com a renda revertida para a compra de viseiras usadas por profissionais da área de saúde.

Não é só alimento e itens de higiene
O arqueiro olímpico Bernardo Oliveira, morador de Brasília, teve uma preocupação com o estoque de sangue do Hemocentro da capital federal em virtude do isolamento social. Além de doar sangue, o atleta olímpico desafiou outros três esportistas a também participarem da ação. 

“Nós, como atletas, devemos usar a nossa influência para o bem. E com o tema da saúde em destaque, achei que valia à pena chamar a atenção para a doação de sangue”, explica Bernardo.

Garantido nos Jogos Olímpicos de Tóquio ao lado de Alisson, o jogador de vôlei de praia Álvaro Filho lançou uma campanha por doação de plasma sanguíneo para ajudar no combate à Covid-19. O paraibano pediu que pessoas que já contraíram a doença e estão recuperadas doem os seus plasmas sanguíneos para a continuidade das pesquisas na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Alvinho foi um dos doadores. 

“Pouca gente sabe, mas eu contraí o coronavírus, mesmo respeitando o isolamento social. Eu estou bem, já faz mais de 30 dias. Mas venho aqui falar de duas coisas importantes. A primeira é que o Hemocentro está com o banco de sangue bem baixo, está precisando de sangue. A segunda é para quem contraiu coronavírus e já está curado: a UFPB, junto com o Hemocentro, está recebendo o plasma sanguíneo dessas pessoas, que vai ajudar no combate à Covid-19. Neste momento, precisamos nos ajudar”, disse Álvaro Filho.

Foto: COB/Divulgação

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