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Executivo-chefe da WTA apoia fusão com ATP


Steve Simon, executivo-chefe da Associação de Tênis Feminino (WTA), elogiou os esforços para a possível fusão entre as entidades que cuidam do circuito feminino e masculino. Desde que os líderes da modalidade entre os homens, como Roger Federer e Rafael Nadal, sugeriram que seria bom para o esporte uma fusão, Simon deixou claro que o sentimento é mútuo.

"Não tenho medo da fusão completa. Nunca tive", declarou Simon. “Eu certamente seria o primeiro a apoiar porque acho que temos negócios e princípios estratégicos alinhados e é isso que você precisa fazer. Obviamente, é uma estrada longa e sinuosa para chegar lá, mas acho que faz todo o sentido do mundo. "

De quebra, até mesmo as estrelas do circuito feminino apoiaram a sugestão de fusão. Simona Halep, Petra Kvitova e até mesmo a fundadora da WTA, a ex-tenista Billie Jean King, mostraram interesse em debater a ideia. 

Apesar de também haver interesse por parte da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP), como disse o próprio presidente da entidade, Andrea Gaudenzi, ainda não foram abertas discussões formais sobre a fusão. 

WTA e ATP agora encontram-se em uma situação sem precedentes. Nunca antes na história desses órgãos, suas principais estrelas apoiaram publicamente a fusão das entidades em prol da modalidade. 

"Este é um momento único. Crises e desafios às vezes também podem oferecer oportunidades", apontou Simon. 

A multicampeã de Grand Slam, Martina Navratilova, disse que há muito tempo apoia uma fusão no tênis, assim como a fundadora da WTA, Billie Jean King.

"A ATP nunca intensificou isso", disse Navratilova. "Deveria acontecer e talvez o coronavírus seja responsável por isso. Vai acontecer mais cedo ou mais tarde".

Navratilova tem 59 títulos de Grand Slam entre simples, duplas e mistas. Foto: Jonathan Ford

Desafios e preconceitos

A aprovação dos conselhos de administração dos dois circuitos até poderia permitir a fusão imediata, mas, devido aos inúmeros contratos comerciais existentes, uma unificação completa pode levar alguns anos para ser concluída.

"Não haverá escassez de contadores, advogados, fiscais e todos os demais envolvidos. Levaria tempo a fusão, mas conceitualmente pode não demorar. Quando você concorda com o objetivo, geralmente pode fazer as coisas mais rapidamente", afirmou Simon. 

Mais um entrave desde que a unificação do circuito era proposta por Billie Jean King, é o machismo. O tenista ex-número 1 do mundo Andy Murray expressou sua preocupação com a chance das mulheres não serem tratadas com igualdade durante a possível fusão. Mas Simon acredita que não se trata de uma aquisição de um dos circuitos e sim de uma união.

"Não é uma aquisição", disparou Simon. "Não se trata de nenhum circuito ocupando território de outro".

"Com um circuito mesclado, poderíamos criar um público maior, com novos fãs, além de ter mais apelo comercial, gerando recompensas financeiras maiores para todos", ressaltou Simon. 

Outro fator decisivo para a fusão é a opinião dos tenistas, talvez principalmente os da ATP. Os homens rejeitaram diversas vezes no passado as discussões sobre fusões. Embora Federer, Nadal e Murray tenham expressado apoio preliminar, o tenista escocês é cético em relação a aceitação do restante do circuito masculino.

"Digamos que o cheque de perdedor da primeira rodada dos homens passou de US$ 8.000 para US$ 10.000 e as mulheres de US$ 6.000 para US$ 10.000", relatou Murray. “Conversei com alguns jogadores do sexo masculino sobre isso pois eles estavam descontentes porque o prêmio em dinheiro era igual. Então eu perguntei, 'Bem, você prefere que não haja aumento?' E eles me disseram - Sim, na verdade", explicou.

"E essas são algumas das mentalidades com as quais a gente trabalha durante as discussões", continuou o escocês. "É difícil falar com alguém que prefere ganhar menos dinheiro para não ficar em pé de igualdade com as mulheres. Então, haverá alguns desafios sim" completou Murray.

Foto: Divulgação/WTA

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