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Jornal francês expõe denúncias de violência sexual no esporte de alto rendimento da França


O L'Équipe trouxe graves denúncias em sua edição desta quarta-feira. Em seis páginas de seu impresso, o jornal expôs relatos de atletas de alto rendimento que sofreram de violência sexual pelos seus treinadores, a maioria quando ainda era menor de idade.

As acusações partiram de ex-patinadoras e ex-nadadoras e foram feitas após muita luta para romper o silêncio. Segundo os relatos, as mulheres eram submetidas a violência psicológica, física e sexual e, sob o pretexto de ajudar as atletas a realizar seus sonhos, os treinadores assumiam o controle de sua mente e de seu corpo gradativamente.

Sarah Abitbol, medalhista de bronze no Mundial de Patinação Artística em 2000, disse que foi sofreu abusos entre 1990 e 1992, quando tinha de 15 a 17 anos, com seu ex-treinador Gilles Beyer. "Ele começou a fazer coisas horríveis, até que fui abusada sexualmente e fui estuprada aos 15 anos. Foi a primeira vez que um homem me tocou", testemunhou a 10 vezes campeã francesa.

O mesmo treinador foi o responsável por traumatizar Hélène Godard na década de 1970, quando tinha apenas 13 anos de idade. Ela ainda relatou que foi abusada anos depois por Jean-Roland Racle, sete vezes campeão francês.

Michel Lotz, vice-campeão da França em 1978 e 1979, também foi acusado de violentar duas meninas de 13 anos nos anos 80.

Segundo o L'Équipe, Gilles Beyer foi alvo de investigações que não tiveram êxito no início dos anos 2000. O treinador continuou sua carreira no esporte e chegou a ser membro da Federação Francesa de Esportes no Gelo entre 2014 e 2018.

Em sua edição desta quarta, o L'Équipe também destacou o "Inferno de Font-Romeu", em que vários nadadores de alto nível acusam um treinador de agredi-los sexualmente no final dos anos 80, como parte de estúdios esportivos em Font-Romeu.

A ex-arremessadora de martelos Catherine Moyon e a ex-tenista número 1 do mundo Isabelle Demongeot, com já conhecidos casos de abuso sexual sofridos nos anos 90 e 2000, também deram seus testemunhos à reportagem do jornal francês.

O portal tratou do fato com muita sensibilidade e insistiu às autoridades, federações e Estado mudanças sobre a questão, tida como um problema há muito tempo no cenário esportivo francês. Os treinadores envolvidos não responderam aos contatos ou negaram qualquer fato.

Foto: AFP


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