Ex-presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Coaracy Nunes, de 81 anos, foi condenado na última segunda-feira em primeira instância a três anos de detenção e 11 anos e oito meses de reclusão, além de 600 dias de multa, o que hoje equivale a cerca de R$ 120 mil, pelo Tribunal Regional Federal de São Paulo (TRF-SP), por fraudes em licitações e apropriação de recursos. A defesa recorrerá.
Ricardo de Moura, ex-supervisor técnico da CBDA, foi condenado a dois anos e seis meses de detenção e nove anos de reclusão. Já Sérgio Alvarenga, ex-diretor financeiro, pode ter de cumprir dois anos e um mês de detenção e sete anos e seis meses de reclusão. Ricardo Cabral, ex-supervisor de polo aquático, foi absolvido de todas as acusações.
Coaracy foi considerado culpado por fraudes em quatro licitações para aquisição de equipamentos esportivos, por meio de convênios com o então Ministério do Esporte. Outra denúncia aceita foi de apropriação de valores destinados à ida da Seleção Brasileira júnior para um Mundial no Cazaquistão.
A juíza federal Raecler Baldresca afirmou que foram "nefastas as consequências de seus atos fraudulentos para o esporte nacional, mais especificamente para os esportes aquáticos, dos quais deveria ser o maior defensor”.
Coaracy, Alvarenga, Ricardo Moura e Cabral chegaram a ficar 82 dias presos preventivamente no Rio de Janeiro, durante a Operação Águas Claras, em 2017. A ação foi motivada por denúncias de atletas e ex-atletas e contou com a participação da Controladoria-Geral da União. Eles conseguiram habeas corpus. O grupo chegou a ser denunciado pelo Ministério Público e São Paulo por organização criminosa, peculato, licitação fraudulenta e falsidade ideológica de documento público, mas só duas denúncias foram aceitas.
foto: Sátiro Sodré/SS Press/CBDA
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