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Surto Entrevista: Rafael 'Baby' Silva


Por Juvenal Dias

Em mais um bate-papo no evento de 100 dias para os Jogos Pan-americanos, o judoca Rafael 'Baby' Silva falou da expectativa para os jogos em Lima, além da disputa com David Moura pela vaga olímpica e Teddy Riner. Confira:

- Como você avalia a preparação desde o fim do último ciclo olímpico até agora? 

Logo depois da Olimpíada já teve Mundial, que consegui uma medalha. Estou pensando em estratégias, inovando. A minha categoria especialmente tem mudado bastante algumas características. Atletas que eram do até 100kg, estão subindo para o pesado. Isso deixou a luta mais dinâmica, então preciso me adaptar a todas essas mudanças. Mas estou treinando forte. 100 dias para o Pan também é uma preparação muito próxima do Mundial, que será em Tóquio este ano. A expectativa é muito boa. Também estou com uma vontade muito grande para esses Jogos, porque não lutei em 2015, tinha me machucado. Estou fazendo treinos diferentes, estou me preparando com uma qualidade muito boa. 

- Como você está fisicamente? 

Estou bem, melhor que na Olimpíada [risos]. Consegui entender bastante coisa. Essa lesão me trouxe um conhecimento muito grande de como aconteceu, porque aconteceu, a maneira como eu estava treinando. Foi um grande aprendizado essa lesão. Aprendi a conhecer melhor meu corpo, entender como funcionava melhor os treinamentos, consegui trabalhar isso com minha equipe. Estou bem contente da maneira como as coisas estão indo e evoluindo muito. Pensando em 2020, tenho que ser um atleta diferente do que lutou 2016. Quero trilhar um bom caminho não só para se classificar para Tóquio, como para brigar por uma medalha. 

- Queira ou não, um certo francês (Teddy Riner), por mais que tenha mudado a categoria, é o nome a ser batido, não? 

Não perdeu ainda. É o cara a ser batido. Acho que ele traz benefícios para a categoria. É um cada que contribuiu bastante para a evolução da categoria. Para a evolução do judô como um todo. É um cara no qual me incentivo, me espelho. Ficou fora por algum tempo das competições, está todo mundo curioso para saber como vai voltar. Deve lutar em Baku, no começo de maio, tomara que ele lute também no Mundial e nós possamos nos confrontar. 

- Como vai ser para conciliar duas competições importantes tão próximas? 

Em termos físicos, é até interessante, que faz uma periodização com foco nas duas competições. Pensando em termos logísticos, fica ruim. Um é na Ásia, outro na América do Sul. A tendência é que iremos de Lima direto para Tóquio. Acho que vai dar tempo. Já vamos testar as instalações de Hamamatsu, que vai ser a cidade de aclimatação antes das Olimpíadas. Então já viveremos esse clima. A expectativa para o Mundial é grande, porque vale pontos para o ranking mundial. 

- Mas muda algo em termos de preparação? 

É possível que a preparação vá até bem próximo do Pan sem tirar a carga de treino. Então lutamos nessa competição ainda com a carga alta para lapidar e chegar no Mundial “mais descansado”. Acho que dá para alinhar bem e chegar bem nas duas competições. 

- No caso do judô, quão comparativo pode ser o Pan e o Mundial? 

Pela quantidade de atletas, é um nível diferente. No Mundial, é quase certo que os 15 melhores do mundo estarão presentes. No Pan, precisa ficar atento com alguns atletas-chave, que são expressivos. Cuba vem forte, Estados Unidos em algumas categorias, Canadá está com um time bastante interessante. No feminino, mistura um pouco mais, tem uma da Colômbia, Equador, Argentina. Mas é uma competição muito forte e interessante também. Não pela quantidade, mas pela qualidade de alguns atletas. 

- Pensando em Tóquio, como vai ser para o Brasil ter que bater de frente com o Japão, que pretende fazer a melhor campanha da história no judô? 

Vai ser bom. Nós gostamos muito de estar no Japão, de lutar lá. A energia é fantástica. É muito especial quando vamos lá treinar. O Japão está fazendo uma preparação especial para essa Olimpíada, o carro-chefe de medalhas será o judô, eles têm um investimento diferenciado para o judô. É bom que aumenta o nível geral. O Japão é um país amigo nosso, sempre está de portas abertas quando precisamos treinar lá. É uma relação boa e eles estão contribuindo para que o judô cresça como um todo. 

- Há uma competição interna bem forte com David Moura. Como você vê essa disputa? 

Não é muito confortável, mas é bom que aumenta o nível. Do desconforto que vem os resultados. Assim chega na Olimpíada em condições de brigar por medalhas.

foto: Getty Images

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