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Grand Slam de Judô - Ecaterimburgo - Dia 2: Portela é vice-campeã e garante primeira medalha do Brasil


A experiente judoca Maria Portela, que vinha de resultados ruins nas últimas competições, deu a volta por cima, neste sábado (16), em Ecaterimburgo (RUS) alcançando a final da competição e conquistando a medalha de prata. Em campanha, Portela colecionou vitórias sobre a medalhista olímpica, a britânica Sally Conway, e sobre a japonesa Shiho Tanaka, perdendo apenas para a nº 1 do ranking mundial, a francesa Marie-Ève Gahié. 

Portela falou após o resultado: "Eu estava me sentindo mal por não ter começado o ano ainda. Tive lutas ruins, até então, e, hoje, a tranquilidade fez toda diferença. Estava me sentindo segura e, com o decorrer da competição, eu consegui soltar mais meu judô, me levando até a prata".

O Brasil também foi bem representado por Eduardo Katsuhiro Barbosa, que venceu suas três primeiras lutas por ippon e chegou às semifinais, quando foi parado pelo campeão olímpico Fábio Basile, que subiu da categoria -66kg, em que ganhou o ouro no Rio, e está na -73kg. Na luta pelo bronze, o brasileiro acabou sendo superado por Behruzi Khojazoda, do Tadjiquistão, e ficou em quinto lugar. 

Caminho de Portela e Barbosa até as disputas por medalhas

Maria Portela chegou à Rússia para defender seu título de 2018 e começou muito bem, com vitória sobre Battsetseg Tsog-Ochir, da Mongólia, por waza-ari na primeira luta. Em seguida, derrotou Gulnoza Matniyazova, do Uzbequistão, e chegou às quartas-de-final para o desafio contra a britânica medalhista de bronze em 2016, Sally Conway. 

Logo nos primeiros minutos, Portela conseguiu projetar a campeã do Grand Slam de Dusseldorf e pontuou um waza-ari que a credenciou para a semifinal. 

Em sua penúltima luta, a brasileira encarou a japonesa Shiho Tanaka por uma vaga na decisão e conquistou o posto com vitória nas punições, forçando três shidos à japonesa. 

Na final, Maria foi agressiva em busca da pontuação. Mas, em uma tentativa de projeção, acabou caindo na imobilização da francesa e ficou com a prata. 

"Esse resultado renova minha confiança, minhas forças. Estou feliz pelo dia de hoje. Sei que a caminhada é longa, mas sempre é necessário o primeiro passo. E hoje foi meu primeiro passo. Agradecida por todos os profissionais que trabalham comigo, independentemente do momento. Fé em Deus e bora pra cima delas", concluiu Portela. 

Essa é a segunda medalha da categoria Médio (70kg) feminina em Grand Slam neste ano. Em fevereiro, Ellen Santana foi bronze no Grand Slam de Dusseldorf. 

Assim como Portela, Eduardo Barbosa também venceu sua chave e chegou à semifinal. Para isso, derrotou Ahmed El Meziati, do Marrocos, Ishen Amanov, do Quirguistão, e o russo Evgenii Prokopchuk, todos por ippon. 

Na semifinal, ele não conseguiu passar por Fabio Basile e foi para a disputa de bronze, onde acabou sendo derrotado por Khojazada. Apesar da medalha ter escapado, o quinto lugar foi o melhor resultado da carreira de Katsuhiro em Grand Slam e lhe garantiu pontos na classificação olímpica. 

Yudy para nas oitavas. Contini, Ketleyn e Alexia ficam na primeira luta

Outros quatro brasileiros lutaram neste sábado, mas ficaram nas preliminares. O meio-médio Eduardo Yudy (81kg) caminhou na chave até às oitavas-de-final, onde perdeu para o número dois do mundo, Frank de Wit, da Holanda. 

Marcelo Contini (73kg), Ketleyn Quadros (63kg) e Alexia Castilhos caíram em suas primeiras lutas na Rússia.

Como sempre fazemos, vamos aos resultados gerais.

CATEGORIA FEMININA

-63kg

A atleta da casa Daria Davydora (RUS), medalhista de prata no Grand Slam de Düsseldorf, garantiu a medalha de ouro para os anfitriões, enlouquecendo a torcida presente no ginásio. A vitória veio em uma luta contra Lucy Renshall (GBR), que tentava seu primeiro título de Grand Slam. Porém a russa, que chegou a estar em desvantagem nos shidos, nos 50 segundos restantes aplicou um ura-nage, conseguindo a pontuação máxima: Ippon.

As medalhas de bronze ficaram com Catherine Beauchemin-Pinard, que imobilizou a número 15 do mundo, Agata Ozdoba-Blach (POL), por 20 segundos, e com Gankhaich Bold (MGL), repetindo o terceiro lugar conquistado no Grand Prix de Hohhot. 

-70kg

Como já sabemos, a brasileira Maria Portela não foi páreo para a vice-campeã mundial e nº 1 da categoria, Marie-Ève Gahiè (FRA), que ganhou sua segunda medalha de ouro em Grand Slam. A jovem francesa, de apenas 22 anos, mostrou que a pouca idade não a impede de mostrar tanta experiência e imobilizou a Portela e só esperou o tempo passar. Ippon e o segundo ouro francês na Rússia.

A primeira medalha de bronze foi reivindicada por Shino Tanaka (JPN), que perdera nas semifinais para Maria Portela, após receber seu 3º shido. Logo após a japonesa,foi a vez de Assmaa Niang (MAR) garantir uma medalha para o continente africano. Foi a primeira medalha da africana em 17 Grand Slams.

CATEGORIA MASCULINA 

-73kg: 


Após uma apresentação decepcionante no Grand Slam de Dusseldorf, Tommy Macias (SWE) venceu o campeão olímpico Fabio Basile (ITA), este último algoz de Eduardo Barbosa nas semifinais. O campeão olímpico ainda não possui medalhas de ouro na IJF World Tour e seu sonho foi mais uma vez adiado. Ex-campeão do Grand Slam de Abu Dhabi, Macias confirmou estar entre os melhores do mundo. Com a técnica ne-waza, Tommy consegui aplicar uma chave de braço, para vencer a luta. 

Prata da casa, Evgenii Prokopchuk (RUS) derrotou Georgii Elbakiev, com um co-soto-gake, conquistando a medalha de bronze.

A segunda luta pela medalha de bronze contou com o brasileiro Eduardo Barbosa, que vinha fazendo um grande torneio. Porém, o nosso judoca não foi páreo para o número 31 do mundo, Behruzi Khojazoda (TJK), que conseguiu aplicar um waza-ari, ganhando a primeira medalha de Grand Slam de seu país. 

-81kg 

O medalhista de prata do Grand Slam de Paris, Sagi Muki (ISR), surpreendeu ao vencer o ex-campeão mundial Takanori Nagase (JPN), na final do -81kg. Foi a terceira medalha de ouro em Grand Slam. Muki esperou até os segundos finais antes de aplicar o golpe em Nagase, atualmente número 153 do mundo, que teve de se contentar com a prata em sua primeira competição de 2019.

Etienne Briand (CAN) e Luka Maisuradze (GEO) garantiram as medalhas de bronze.

Fotos: IJF/CBJ

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