A Confederação de Esqui e Snowboard dos Estados Unidos está
traçando um plano evacuação para os seus atletas durante os Jogos Olímpicos de
Inverno de PyeongChang 2018, para casos de emergências durante o evento que ocorrerá
em fevereiro. O plano é feito para atletas, treinadores e funcionários caso
ocorra um "cenário de pesadelo" durante os jogos, segundo o chefe da
Global Rescue na quarta-feira.
Para os especialistas em resposta a crises, a perspectiva de
que tal cenário ocorra é "muito baixa", mas a entidade quer garantir
que estará preparada para evacuar os atletas, sobretudo durante um período em
que as tensões entre os Estados Unidos e a Coréia do Norte se tornaram um
conflito mais amplo e crescente a cada dia.
Fornecer esse tipo de serviço de segurança é recorrente para
a Global Rescue em parceria com a confederação de esqui e snowboard dos Estados
Unidos. Planos para momentos críticos também foram desenvolvidos para as três
últimas Olimpíadas (2006, 2010, 2014), mas para os jogos que acontecerão na
Coreia do Sul em fevereiro do próximo ano esses planos serão mais robustos. "A
qualquer momento, seja para esses Jogos Olímpicos ou os de Sochi, sempre temos planos
de ação de emergência típicas em ações de saída primárias, secundárias e
terciárias. Isso não é diferente aqui, exceto que esses planos foram feitos
ainda mais robustos. Tivemos uma série de viagens antecipadas e visitas aos locais
para garantir que todos os recursos que possamos ser necessários estão no
lugar. Nós temos os planos, nós temos os recursos no lugar, nossa única
esperança é que nunca precisamos usá-los", disse à Reuters o CEO da
empresa, Dan Richards.
Apesar de garantir estarem preparados para casos de
emergência, Richards garantiu que é bem improvável que aconteça algo para que
eles possam ser colocados em prática. "A probabilidade de que algo
aconteça, todos pensamos que é muito baixo, mas dada a tensão entre os Estados
Unidos e a Coréia do Norte, houve um nível adicional de preocupação e previsão
de como os Estados Unidos vão participar desses Jogos Olímpicos",
assegurou.
Os Jogos de Pyeongchang ocorrerão em meio a uma escalada de
provocações e ameaças entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos. Os
norte-americanos tentam pressionar os norte-coreanos a abandonarem seu programa
nuclear, que incluem mísseis que poderiam atingir o país americano. Por sua
vez, os norte-coreanos respondem com testes cada vez mais frequentes dessas
armas. O conflito entre os dois países desperta o temor de que tempos de
violência possam voltar a atingir a península coreana, com novos conflitos
armados em uma região que permanece em um estado técnico de guerra desde o fim
da Guerra das Coreais, de 1950 a 1953, e que terminou com um armistício e não
um tratado de paz.
Segundo Richard, ele não tem lembranças de uma edição que
aconteceu tão próxima da fronteira de um país que poderia gostar de interromper
os jogos. Ele ressaltou que a Coreia do Sul tem uma força de segurança moderna
e que conseguirá atender à demanda olímpica. "Eu acho que não tenha
ocorrido uma situação em que os Jogos tenham sido mantidos a 80 km de distância
de um inimigo que seria muito feliz em interromper os Jogos e ferir e matar
tantas pessoas quanto pudessem. Eles (Coréia do Sul) têm uma força de segurança
moderna, um serviço de saúde militar moderno, certamente moderno. Então, para
um evento único, há recursos adequados para lidar com eles e nós temos a
capacidade, se necessário, de tirar as pessoas do país muito, muito rapidamente”,
assegurou Richards.
Foto: Getty Images
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