Aos 33 anos, Evânio Rodrigues acrescentou ao seu currículo a inédita
medalha de bronze no Mundial de Halterofilismo, na Cidade do México. Ele
levantou 208 quilos na categoria até 88 quilos de peso corporal e é o
primeiro atleta do masculino do país a chegar a um pódio em competições
desse porte.
O ouro ficou com o chinês Jixiong Ye, com 226 kg. A prata,
com o iraniano Seyedhamed Solhipouravandji (210 kg).
Baiano de Cícero Dantas, Evânio acumula agora duas notáveis
performances no cenário internacional. Nos Jogos Paralímpicos Rio 2016,
ele conquistou a prata nesta mesma categoria. Curiosamente, os dois
atletas que desbancaram Evânio no México não tiveram movimentos válidos
nos Jogos do Rio, e terminaram nas últimas posições.
Agora, no México, Evânio não precisou levantar os mesmos 210 quilos que o
consagraram no Rio 2016 para chegar ao pódio. Foram necessários 208
quilos na barra para garantir a medalha. E ela veio na segunda
tentativa.
A pedida de saída foi 207 quilos. O braço de Evânio, contudo,
fraquejou antes de devolver a barra ao suporte e o movimento foi
invalidado. Como os adversários não conseguiram chegar perto da marca,
Evânio aumentou para 208 quilos na segunda tentativa. Com tranquilidade,
completou com perfeição o levantamento.
O bronze já estava garantido. Para se despedir do Mundial, ousou:
arriscou 212 quilos, peso que jamais levantou em competições
internacionais – sua melhor marca é 210. Se fosse bem sucedido, ficaria
com a prata. Mas a arbitragem foi rígida e invalidou a terceira
apresentação do brasileiro.
“Cheguei aqui no México dizendo que
entraria na briga para concorrer a essa medalha e consegui. Nunca parei
de treinar desde os Jogos Paralímpicos do Rio, mas de um mês para cá
passei a sentir dores, principalmente no peito, o que me preocupou.
Pensei que poderia influenciar no resultado no Mundial, mas com
fisioterapia consegui”, afirmou Evânio.
Ainda bebê, com seis
meses de idade, Evânio teve poliomielite. Em Cícero Dantas, o acesso aos
recursos de saúde era bem difícil. Após uma cirurgia, deu seus
primeiros passos apenas aos cinco anos de idade. Desde então, caminha
com pouca mobilidade, pois ficou com um encurtamento na perna direita.
Foto: CPB/MPIX
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