Por Bruno Guedes
Olimpíadas de Inverno
A
punição que levou à exclusão da Rússia dos Jogos Olímpicos de Inverno
são não só punitivos, como algo preocupante a longo prazo. As questões
levantadas sobre a decisão do COI, o Comitê Olímpico Internacional, vão
além do esporte e ferem a ética e a moral. Mas o que se debate é até
onde o braço da apuração e investigação pode ir. Será que há outros
países que praticam tal meio?
Além
da suspensão, o COI está revisando os
resultados de vários atletas do país nas Olimpíadas de 2014, caçando
resultados
e medalhas e punindo atletas envolvidos com o esquema. Mais de 105
atletas que
estiveram em Sochi 2014 já foram desqualificados. São números tão
assustadores que reascendem a dúvida sobre quantos heróis foram
literalmente fabricados e agora desfeitos, ou quantos outros que ainda
são poderão, no futuro, serem desmascarados.
Ainda
que haja diversos deles "limpos", a imagem da delegação fica arranhada e
os competidores completamente ameaçados de vaias, como aconteceram em
algumas praças esportivas da Rio 2016, onde a natação e atletismo não
contou os principais nomes da Rússia. O Comitê Olímpico Russo (ROC) afirma que ao menos 200
atletas do país possam competir nas Olimpíada de PyeongChang 2018.
A
Agência Mundial Antidopagem (WADA) prometeu um pente fino em diversas
outras delegações e esportes. Porém a grande dúvida é sobre até onde
pode ir a camuflagem e a utilização controlada do doping. O maior
exemplo é do multicampeão e agora desonrado Lance Armstrong, vencedor do
Tour de France por sete vezes consecutivas — um recorde absoluto nessa
prova — entre 1999 e 2005. O ciclismo é uma das modalidades mais rígidas
e eficientes no controle de dopagem, porém uma sofisticada manobra do
atleta e sua equipe permitida driblar qualquer tipo de fiscalização.
O
questionamento agora não é mais quais e quantos atletas utilizam-se de
trapaças para a vitória. Agora ele se tornou algo de Estado. E aí vem a
nossa grande dúvida: saindo da esfera esportiva e alcançando a estatal,
até onde a tecnologia e pesquisa para tal prática chegou? Uma dúvida que
só o tempo e punições dirão.
Hóquei na Grama
A
Austrália superou o leve favoritismo argentino e conquistou a Liga
Mundial masculina com a vitória por 2 a 1. O resultado não chega a
surpreender quando estamos falando de uma camisa de peso como a da turma
da Oceania, mas sim a forma como as duas chegaram à final. Os
australianos terminaram a
fase de grupos com três empates em três jogos no grupo B, a Argentina
acabou
com 1 empate e duas derrotas no grupo A.
Os
argentinos são os atuais campeões olímpicos e vivem o auge da história
albiceleste. O feito não foi alcançado nem mesmo pelas Leonas, grande
nome do esporte feminino no país. Porém essa campanha irregular acendeu a
luz amarela nos vizinhos. Isto porque o ciclo para Tóquio 2020 já
começou e muitas seleções estão em forte renovação ou crescimento, como
Bélgica, atual medalhista de prata Rio 2016, além da sempre potente
Holanda.
O
destaque super positivo ficou por conta do bronze da Índia. Os indianos
durante anos dominaram o esporte, antes da grama mudar para o
artificial, com custo mais alto e, por esse motivo, quebrando a força do
investimento e desenvolvimento no país asiático. São oito medalhas de
ouro em Olimpíadas, sendo seis consecutivas, entre Amsterdã 1928 e
Melbourne 1956. Somente a equipe de basquete dos EUA, entre Berlim 1936 e
Cidade do México 1968, conseguiram feito maior.
Tóquio 2020
Após mais de mil projetos, os japoneses apresentaram os três finalistas para mascote das Olimpíadas de 2020. Ao todo, dois serão escolhidos pelos estudantes, onde cerca de seis milhões poderão votar e escolher seus favoritos.
Pode parecer um assunto secundário, mas em se tratando de Japão, não. Para os orientais, esses representantes são figuras de extrema importância na cultura. Para ter uma ideia da relevância, alguns dos setores que têm seus próprios ícones são o sistema de mísseis de defesa, o sistema prisional, os presídios e até mesmo o imposto de renda.
A representação visual e a identidade de marca é algo que faz parte do próprio imaginário japonês, cujos famosos animes e mangás são referências mundiais pela excelência. Esse tipo de temática, muitas das vezes, ultrapassa a esfera visual e tem como posto a alma do que está sendo retratado. É o caso agora, dos Jogos Olímpicos. Os traços nos remetem aos diferentes estilos de desenhos e grafias do Japão.
Foto: Divulgaçaõ
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