O jamaicano Nesta Carter terá seu apelo em caso de doping julgado no dia 15 de novembro. O campeão olímpico no revezamento 4x100 rasos nas Olimpíadas de Pequim acabou sendo pego no doping em uma reanálise de suas amostras colhidas durante esta edição dos jogos. Como pena, a equipe de revezamento da Jamaica teve sua medalha de ouro caçada pelo COI. O resultado do julgamento interessa diretamente ao Brasil, que viu sua equipe em quarto lugar na prova. Caso Carter seja punido e a medalha jamaicana realmente caçada, o Brasil herdaria o bronze.
No dia 25 de janeiro o Comitê Olímpico Internacional (COI), anunciou que a medalha de Nesta Carter das Olimpíadas de Pequim havia sido retirada, e por consequência de toda a equipe jamaicana, pelo atleta ter testado positivo para o estimulante metilhexaneamina após serem reanalisados seus exames. O velocista foi desqualificado retroativamente dos Jogos de Pequim e seguindo as regras de casos positivos de doping. Entre o quarteto da equipe também estava a maior estrela do atletismo, Usain Bolt, dono de três medalhas de ouro naquela edição, e que também teve sua medalha caçada.
A substância que foi encontrada nas amostras de Carter não fazia parte da lista das drogas proibidas pela Agência Mundial Antidopagem (WADA) em 2008, mas passaram a ser posteriormente. A metilhexaneamina entrou no âmbito da proibição geral de estimulantes com estrutura química similar ou efeito biológico semelhante aos estimulantes já listados. Assim, os estimulantes que antes não estavam expressamente listados, foram presumidos como substâncias proibidas não especificadas.
O julgamento será feito pela Corte Arbitral do Esporte (CAS). A entidade já confirmou anteriormente que a presença ou uso de substâncias que se enquadram no âmbito das definições genéricas da lista de substâncias proibidas podem ser utilizadas como base para estabelecer violações das regras antidopagem.
Em junho de 2016 Nesta Carter havia se defendido das acusações, afirmando ter competido sempre de forma limpa, sem nunca ter usado substâncias proibidas ou mesmo ingerido qualquer coisa contendo a metilhexaneamina. Posteriormente alegou que o teste das amostras de 2008 reavaliadas em 2016 estavam sendo feitos de forma indevidamente tardia. O COI pode guardar amostras de exames feitos nas Olímpiadas por até 10 anos, para que possam ser novamente avaliados.
Bolt, que se retirou das pistas após o mundial de atletismo no mês passado, disse em fevereiro que havia sido despojado de sua medalha de ouro do revezamento, mas disse que mais importante do que a medalha era a consciência de que tinha superado os seus limites. “Mesmo que eu perca todas as minhas medalhas de ouro, para mim, eu fiz o que eu tinha de fazer, meus objetivos pessoais. Isso é o que conta", afirmou Bolt.
Foto: AP
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