Embora Paris e Los Angeles tenham chagado a um acordo para
sediarem os eventos de 2024 e 2028, a posição de Los Angeles como sede de 2028
ainda não é certeza. Isso se deve ao fato de acordos internos envolvendo o
Comitê Olímpico dos Estados Unidos (USOC) e o Comitê de Los Angeles 2028 ainda
não terem sido fechados. Os acordos se tratam especificamente de receitas
oriundas de patrocínio.
Nas próximas semanas o USOC e os líderes de Los Angeles se
encontrarão para definirem os detalhes financeiros do acordo de marketing
conjunto entre eles. Este acordo tem como propósito garantir que o USOC tenha
capacidade de financiar os Jogos de 2028 e ao mesmo tempo os seus atletas. Este
é o principal ponto a ser resolvido antes do Congresso do COI, a ser realizado
em setembro na cidade de Lima, onde deverá ser feito o anúncio oficial das
sedes de 2024 e 2028.
Nos Estados Unidos as verbas de seu comitê oriundas de
patrocínio envolvem quantias milionárias, o que torna qualquer discussão a
respeito muito delicada. Essas questões foram alguns dos motivos que levaram
outras campanhas americanas a sede das Olimpíadas a fracassarem, como Nova York
e Chicago. Nas disputas anteriores essas questões foram fechadas nos últimos
momentos antes das votações, o que acabou contribuindo para que membros do COI
não sentissem confiança nos projetos e optassem por outras sedes durante a
eleição.
No caso da candidatura de Los Angeles os envolvidos agiram
de forma diferente. Logo no início do processo de candidatura para as
Olimpíadas de 2024, um acordo foi fechado entre as partes. Pelos seis anos
seguintes, o USOC ficaria com 20% da receita arrecadada por Los Angeles com
patrocínio. A estimativa era de um valor total de 380 milhões arrecadados.
Acontece que Los Angeles não sediará os Jogos de 2024, e sim os de 2028. Sendo
assim, um novo acordo entre as partes para estender o período será necessário.
O diretor executivo do USOC, Scott Blackmun, declarou que
está confiante em um acordo que seja bom para os atletas, para os órgãos
governamentais americanos e também para Los Angeles 2028. O acordo se torna
menos complicado quando se pensa que o comitê de Los Angeles não irá querer enfraquecer
a equipe americana para os Jogos em seu território depois de 32 anos. Casey
Wasserman, presidente do comitê de Los angeles, também afirmou que a negociação
está próxima de acontecer. “O presidente do USOC Larry Probst, Scott Blackmun e
eu somos bons amigos por mais de 20 anos e estamos ansiosos para continuar a
nossa parceria de sucesso nos próximos 11 anos", garantiu Wasserman.
A estimativa é que os valores do acordo girem em torno de 60
milhões de dólares por ano, o que equivale a um terço do orçamento do USOC
durante os quatro anos de um ciclo olímpico. A cada ano o comitê americano
aplica cerca de 75 milhões ou mais, em apoio a seus atletas e em órgãos governamentais
que dirigem o esporte. Como o USOC não recebe verbas do governo americano para
apoiar os atletas, abrir mão desse valor se torna ainda mais difícil. Assim,
Blackmun pretende montar um acordo que garanta entre 20 e 30% das receitas
globais do USOC para que a equipe do país se mantenha no topo do quadro de
medalhas em 2028 e também na edição seguinte.
Como assegurar os Jogos para 2028 representa um risco maior para
a cidade, devido a uma janela de tempo maior de preparação, Los Angeles está
buscando garantias financeiras para se resguardar. Fontes indicam que a cidade
assegurou entre 100 e 300 milhões de dólares a mais do que Paris 2024 no valor
a ser repassado pelo COI para as cidades sedes. O acordo para que a cidade
americana ficasse com as Olimpíadas de 2028 inclui ainda o direito de a cidade
gastar um montante da verba do COI em programas para a juventude da cidade e
uma cláusula que declara que todos os valores serão calculados com índices de
2028.
Foto: Ed Andrieski/The Associated Press
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