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Opinião: Maracanã, o gigante abandonado

Dentre todas as instalações  dos Jogos Olímpicos que seriam o legado da cidade do Rio Janeiro e estão parados e sem uso, com certeza a que mais dói no coração é ver o Maracanã parado. Quem é do Rio de Janeiro, como eu, sabe a importância afetiva o estádio tem na memória do carioca e ver desse jeito, maltratado, sem energia elétrica, com um gramado tomado por pragas e sendo saqueado por criminosos, causa uma grande tristeza. E no momento, em vez de buscar a solução para o problema, procuram-se culpados em um grande jogo de empurra.

Resumindo toda a confusão, após o comitê Rio 2016 devolver o estádio para o consórcio que administra o estádio, o mesmo consórcio (que é encabeçado pela Oderbrecht, aquela da operação lava-jato) reclamou que o estádio não foi entregue com os reparos necessários. E detalhe, reclamou em dezembro. Logo após veio a notícia que de o consórcio não queria mais gerir o Maracanã por que estava dando prejuízo, mas o governo do estado do Rio de Janeiro, em situação pré-falimentar, não tem condições de reassumir a gestão do maracanã, e ele continua parado. Sem futebol no 'maraca', vôlei ou basquete no maracanãzinho, sem natação, pólo ou salto ornamental no Julio Delamare e sem atletismo, se bem que desde a reforma de 2014 o Célio de Barros não existe. infelizmente.

Todos os citados acima tem a sua parcela de culpa, mas creio que o consórcio Maracanã S.A tenha mais culpa no cartório. Afinal, ela se comprometeu a gerir o maracanã por 35 anos (começando em 2013) e no terceiro ano quer entregar o estádio e nitidamente força a vinda de um novo gestor não fazendo o básico para manter o maracanã minimamente apresentável. O Comitê Rio 2016 ficou sem dinheiro, mas os problemas de gramado não foram feitos por ela, até porque se ela fosse a culpa, não teríamos jogos do campeonato brasileiro após a entrega do estádio.

Somente a união de parceria publico-privadas e dos clubes de futebol podem salvar o Maracanã desse período negro. Um local que é o segundo mais visitado por turistas no Rio de Janeiro (só perde para o Cristo redentor) não pode ser um lugar que dê prejuízo. Bem gerido e cuidado, o nosso querido Maraca poderá ser o centro poliesportivo que foi um dia. Com brigas, troca de acusações e inanição, o gigante tende a sucumbir cada vez mais.


foto: Guido Moretto/ Agência o globo 

*As opiniões emitidas neste artigo não exprimem, necessariamente, o ponto de vista do site Surto Olímpico, sendo de responsabilidade de seu autor.

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