Um dos novos esportes a integrar os Jogos Olímpicos enfrenta uma polêmica no Brasil. O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) chegou a reconhcer na última quinta-feira (26) a Confederação Brasileira de Hóquei e Patins (CBHP) como representante do skate brasileiro em vez da Confederação Brasileira de Skate (CBSk), o que causou revolta entre os principais skatistas brasileiros, que ameaçam boicotar os Jogos Olímpicos de 2020 se a CBSk não for a representante legal do skate no Brasil. Com a ameaça. o COB voltou atrás e afirmou não ter decidido ainda o representante legal do esporte
O motivo da escolha do COB é burocrático: Um dos requisitos para uma entidade se filiar ao Comitê Olímpico Internacional (COI) é ter 90 entidades associadas a ela em 90 países diferentes, algo que a Federação Internacional de Skateboard (ISF) não tem. Então, quem representa o skate no COI é a Federação Internacional de Esportes Sobre Rodas, que cumpre os requisitos. Assim, a CBSk, que está filiada à Federação Internacional da modalidade, não está representada no COI. Então, a entidade brasileira responsável por gerir o ciclo olímpico do skate para Tóquio é a CBHP. E o COB, que ainda não havia se posicionado, reconheceu nesta quinta-feira a CBHP como representante porque é filiada à Federação Internacional de Esportes Sobre Rodas. No site do COB, a CBSk sequer aparece como Confederação vinculada ou reconhecida. Essa situação se repete em alguns países como Austrália, Japão, China, Inglaterra e Canadá.
A Atitude da CBHP em resolver gerir o esporte não foi vista com bons olhos pelos os sktatistas, que vem oportunismo no gesto da confederação. Pedro Barros, hexacampeão mundial e indicado ao Prêmio Laureus, o Oscar do Esporte, já ameaçou não participar da Olimpíada caso a CBSk não seja a representante. Além disso, o catarinense de 21 anos criticou a maneira como a CBHP gere os seus esportes e teme pelo crescimento do skate.
"Seria comunicado inicialmente que seria a Confederação Brasileira de Hóquei e Patins quem estaria representando. Mas nem sequer pelo hóquei e patins eles fazem. Essas modalidades no Brasil já estão bem pra baixo há anos, aliás, nunca estiveram em alta. Então é preocupante porque nenhum dos skatistas brasileiros vai estar na Olimpíada de Tóquio se eles estiverem nos representando" afirmou Pedro Barros, que tem o apoio de Mineirinho e Rony Gomes.
Presidente da Confederação Brasileira de Skate, Edson Scander acredita que a questão burocrática será superada e a CBSk irá representar o Brasil, pois, com o boicote dos skatistas, o COI perderia muito dinheiro e a luta de 12 anos para que o esporte entrasse na Olimpíada seria em vão.
Moacyr Júnior, presidente da Confederação Brasileira de Hóquei e Patins, declara que a entidade nunca teve interesse em tomar conta do skate, mas que por estatuto a responsabilidade é da CBHP, que vai gerir o esporte no ciclo olímpico até segunda ordem.
O COB em nota afirmou que a CBSk não foi aceita como representante do skate porque a CBSK não é reconhecida por nenhuma entidade filiada ao COI, conforme determina o regulamento, mas informou que ainda não escolheu a entidade que vai representar o esporte no país. A CBSk existe desde 1999 e é uma das fundadoras da ISF e fica no aguardo da decisão do COB.
foto: Fernando Soutello/AGIF
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