A Copa do Mundo de saltos ornamentais será a grande
oportunidade de classificação para os Jogos Olímpicos Rio 2016 para 272
atletas de 49 países. Entre 19 e 24 de fevereiro, enquanto eles saltam
no Parque Aquático Maria Lenk em busca de uma das 92 vagas disponíveis, a
instalação passará por um teste importante em termos de segurança. Será
a primeira vez que a Força Nacional estará presente em um evento-teste,
operando com esquema praticamente igual ao que será utilizado durante o
Rio 2016.
“Para nós, já é algo valendo. Vamos efetivamente prover a
segurança do evento. Não é um treinamento”, afirma Andrei Rodrigues,
secretário Extraordinário de Segurança para Grandes Eventos do
Ministério da Justiça (Sesge/MJ).
De acordo com ele, a operação vai mobilizar 280
profissionais da Força Nacional e outros 20 do Departamento
Penitenciário Nacional (DEPEN), estes como observadores. Durante os
Jogos, o efetivo do DEPEN atuará com os magnetômetros no controle de
acesso. Além disso, integrantes das polícias federal, civil e militar,
bombeiros e agentes de trânsito também farão parte do evento-teste, nas
áreas externas.
Os agentes envolvidos na operação de segurança já estão no Rio de
Janeiro, onde participam de reuniões de trabalho até este sábado
(13.02). Desde o último domingo (14.02), todos entram em prontidão
operacional, já que os atletas já estarão no local do evento para
treinamento. O trabalho segue até 24 de fevereiro, último dia de provas.
“Durante todo este período, a responsabilidade é nossa. Será nossa
primeira oportunidade de mostrar o modelo de segurança dos Jogos, que é
único, feito por profissionais de segurança pública”, destaca Andrei
Rodrigues.
O evento-teste dos saltos ornamentais não contará com o
cercamento e os perímetros que estão previstos para o Rio 2016. Essa é
uma das poucas diferenças em relação às operações que serão realizadas
nos Jogos. “É o momento de identificar o funcionamento desde o controle
de acesso, já com o controle de inspeção de entrada e magnetômetros
portáteis. Mas será algo muito próximo do que teremos nos Jogos”, diz o
secretário da Sesge.
O secretário reforça a importância da operação de
segurança do evento-teste especialmente por se tratar do primeiro grande
evento no Brasil envolvendo dezenas de países após os atentados de
Paris, em novembro do ano passado. “Para nós será o primeiro dessa
relevância, reunindo vários países, então temos toda uma atividade
própria, com o Centro Setorial de Comando e Controle ativado, além do
Centro Integrado de Segurança da instalação, nos mesmos moldes dos
Jogos. É um evento que tem a necessidade de atenção redobrada.”
Durante os Jogos, ficarão a cargo das forças públicas de
segurança os locais de treinamento e áreas de competição no Rio de
Janeiro, além de instalações como a Vila Olímpica, a Vila dos Árbitros, o
Centro Principal de Mídia (MPC) e o Centro Internacional de Transmissão
(IBC), ou seja, os principais espaços por onde circularão público,
atletas, árbitros e jornalistas.
Segurança externa
O modelo de segurança adotado durante a Copa do Mundo da
FIFA 2014 servirá como base para as operações no Rio 2016, com algumas
adequações. De acordo com Andrei Rodrigues, haverá um Centro Integrado
Antiterrorismo e de Segurança Pública, com policiais especializados
convidados de outros países.
Outras experiências, no entanto, serão repetidas, como o
auxílio e a presença de policiais estrangeiros nas ruas. “O modelo com
agentes brasileiros e de outros países, sempre lado a lado nas ruas, vai
auxiliar nossa operação”, conta. O Brasil tem um histórico recente
parecido com outros países, já que contribuiu com policiais tanto nos
Jogos de Londres 2012 quanto na Copa do Mundo da África do Sul, em 2010.
O Rio 2016 terá a maior operação de segurança integrada da
história do país, com mais de 85 mil profissionais mobilizados. Desse
total, cerca de 38 mil homens são das Forças Armadas, responsáveis pelas
ações de Defesa no Rio de Janeiro, com destaque para a área militar de
Deodoro, e também em todo o Brasil, incluindo as outras sedes do futebol
– Manaus, Belo Horizonte, Salvador, Brasília. Outros 47,5 mil são
profissionais de segurança pública que atuarão na cidade olímpica, tanto
nas ruas quanto dentro das instalações.
Foto: Agência Brasil
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