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Prefeitura do Rio apresenta proposta de legado do Parque Olímpico da Barra e do Parque Radical, em Deodoro


Um será um amplo complexo esportivo e educacional na região da Barra e Jacarepaguá destinado a estudantes da rede municipal e a atletas de alto rendimento com uso compartilhado por projetos sociais e eventos. O outro, em Deodoro, vai ser um Parque Radical aberto ao público, que pode atender cerca de 1,5 milhão de pessoas de 10 bairros e três municípios vizinhos, numa região com grande concentração de jovens e carente de áreas de lazer.

A prefeitura do Rio de Janeiro anunciou uma proposta de utilização do Parque Olímpico da Barra, coração dos Jogos Rio 2016, e do Parque Radical de Deodoro no período pós-Jogos. Um dos destaques é a transformação da Arena 3 – que vai abrigar competições de taekwondo, esgrima e judô paralímpico – em um Ginásio Experimental Olímpico (GEO) para 850 alunos, num esforço para unir educação fundamental em horário integral e prática esportiva em 10 modalidades.

O conceito tem com base cidades que sediaram os Jogos e criaram um legado relevante, que beneficiou a sua população, como Munique (1972), Barcelona (1992), Sidney (2000) e Londres (2012). Assim, será possível tornar realidade a máxima do então prefeito de Barcelona em 1992, Pasqual Maragall: “Os Jogos devem servir à cidade, e não se servir da cidade”.

Localizado numa área de 1,18 milhão de metros quadrados, o Parque Olímpico da Barra terá 60% de seu terreno transformados em áreas públicas e 40% destinados a empreendimentos residenciais e comerciais a cargo do parceiro privado.

A Ernst & Young (EY), apoiadora oficial dos Jogos Olímpicos Rio 2016 e fornecedora de serviços de consultoria, é a responsável pela modelagem econômico-financeira e de governança do legado das arenas esportivas. Após um estudo detalhado da estrutura organizacional de instalações similares, a consultoria está desenvolvendo um modelo de negócios e gestão para assegurar que os objetivos de alto rendimento esportivo e socioeducacional das arenas olímpicas sejam alcançados e mantidos no longo prazo. Este processo será viabilizado a partir da combinação de esforços públicos e privados, garantindo a sustentabilidade socioeconômica deste importante legado dos Jogos Rio 2016.

Das nove instalações que compõem o Parque Olímpico, sete serão mantidas pós-2016:  Arenas Cariocas 1, 2 e 3, Parque Aquático Maria Lenk, Arena Rio, Velódromo e Centro de Tênis.  A estas, serão acrescentadas, depois dos Jogos, uma pista de atletismo de padrão olímpico e duas quadras de vôlei de praia, além de um alojamento para atletas de alto rendimento e de base.

No Parque Radical de Deodoro – que vai abrigar durante os Jogos as competições de canoagem slalom, ciclismo BMX e ciclismo mountain bike – serão oferecidos ao público após 2016 equipamentos típicos de esportes extremos, numa imensa área de lazer, que será a segunda maior da cidade.

As instalações que já existiam antes de o Rio vencer a disputa para os Jogos de 2016 – Centro de Tiro, Centro de Hipismo, Centro de Hóquei sobre Grama e Centro Aquático do Pentatlo Moderno – continuarão sob responsabilidade do Exército, assim como a Arena da Juventude, um ginásio novo que nos Jogos receberá as competições de basquete feminino, esgrima do pentatlo moderno e esgrima em cadeira de rodas. Como já acontecia antes de o Rio se tornar sede olímpica, estas instalações sob administração militar não terão uso restrito à caserna: continuarão recebendo equipes brasileiras de alto rendimento e abrigando competições nacionais e internacionais. 

Abaixo segue como cada local será urilizado para os Jogos de 2016


Arena Carioca 3
Durante os Jogos será palco das medalhas de esgrima, taekwondo e judô paralímpico. Depois, vai se transformar num Ginásio Experimental Olímpico (GEO), escola vocacionada para o esporte, com capacidade para 850 alunos em horário integral – será a maior unidade desse modelo de ensino na cidade. O GEO do Parque Olímpico terá 24 salas de aula, laboratórios de Ciências e Mídias e duas salas multiuso. As modalidades esportivas oferecidas serão judô, lutas, tênis de mesa, futsal, badminton, basquete, handebol, vôlei, natação e atletismo (as duas últimas, respectivamente, no Parque Aquático Maria Lenk e na pista que será construída atrás da Arena Rio).


Para se tornar um GEO, a arena, que nos Jogos terá capacidade para 10 mil pessoas, terá suas arquibancadas, temporárias, retiradas e passará por adaptações. Após a desmontagem das arquibancadas, por exemplo, serão construídas salas de aula e de treinamento sobre as lajes.

A estrutura não servirá apenas aos estudantes da unidade. Ela também será destinada a projetos sociais, a partir de um planejamento que permitirá conciliar horários, e receberá jovens inscritos em programas sociais e que queiram praticar badminton, judô, luta, tênis de mesa, tiro com arco, handebol, futsal, basquete, vôlei, ginástica artística, de trampolim e rítmica, além de musculação. No total, a estrutura do GEO poderá atender quase 9,5 mil pessoas por mês.


Arena Carioca 2
O ginásio que receberá as disputas de judô, luta greco-romana, luta livre e bocha paralímpica em 2016 será dedicado exclusivamente ao esporte de alto rendimento após os Jogos. Com capacidade para 10 mil pessoas durante o evento, ele terá suas arquibancadas temporárias retiradas e, assim como a Arena Carioca 3, abrigará salas de treinamento que serão construídas sobre as lajes. As modalidades praticadas serão: levantamento de peso, judô, lutas, badminton, esgrima, ginástica rítmica, ginástica de trampolim e tênis de mesa. Haverá também vestiários, salas para treinadores e uma grande loja de material esportivo.



Arena Carioca 1
A maior das Arenas Cariocas, com capacidade para 16 mil pessoas assistirem às partidas de basquete e rúgbi em cadeira de rodas durante os Jogos, será destinada ao esporte de alto rendimento e à promoção de eventos de diversas naturezas. Interligado à Arena Carioca 2, o ginásio terá a sua ala de alto rendimento implementada na área contígua à instalação vizinha, de maneira a formar um conjunto de equipamentos a serviço dos melhores lutadores de boxe e taekwondo do país. Haverá também vestiários e uma grande academia para a prática de musculação e exercícios de condicionamento aeróbico.


A instalação terá parte das suas arquibancadas desmontada após os Jogos e ficará com 7,5 mil lugares permanentes depois de 2016. O seu hall se destinará a abrigar eventos, como shows, feiras, exposições e disputas esportivas. Se houver necessidade, a capacidade do equipamento pode ser novamente ampliada, por meio da instalação de estruturas temporárias para o público.


Velódromo

Com 5 mil lugares, o Velódromo terá múltipla utilização permitindo aproveitamento integral de seus espaços. O ginásio, que será o mais moderno do país para a modalidade, poderá receber os melhores ciclistas do Brasil para aprimoramento técnico e também abrigar turmas ligadas a projetos sociais de iniciação esportiva, além de competições internacionais e outros eventos. O centro da pista receberá equipamentos para a prática de outras quatro modalidades: taekwondo, esgrima, boxe e levantamento de peso. Ao todo, para este fim, o Velódromo poderá ter 740 alunos por mês ligados a projetos sociais e que queiram se dedicar a um dos esportes oferecidos.



Centro de Tênis
O complexo de 16 quadras durante os Jogos Rio 2016 será reduzido após o evento, mas manterá a vocação de abrigar atletas de alto rendimento, além de receber jovens inscritos em escolinhas de tênis e eventos. Com capacidade para 19.750 pessoas em suas 10 quadras – as outras seis são para treino e aquecimento –, o Centro de Tênis terá três arenas durante os Jogos.


Após 2016, permanecerão a arena principal, de 10 mil lugares, e mais oito quadras. O Centro de Tênis, mesmo menor do que o usado nos Jogos, manterá estrutura capaz de receber torneios internacionais da modalidade, como o Aberto do Rio. Para isso, além da estrutura permanente para o público na quadra principal, será possível erguer arquibancadas temporárias em outras quadras.


Parque Aquático Maria Lenk 
Utilizada nos Jogos Pan-Americanos de 2007 e local de treinamento de atletas de alto nível, além de sede de competições como o Troféu Maria Lenk, vai receber as competições de saltos ornamentais e nado sincronizado durante os Jogos de 2016. Após o evento, manterá seu perfil voltado para o alto rendimento, mas seu papel será ampliado com a oferta de vagas para cerca de 800 jovens de projetos sociais. Para este público, será possível praticar as quatro modalidades aquáticas olímpicas: natação, polo aquático, nado sincronizado e saltos ornamentais. Os alunos do GEO vizinho também vão utilizar o Parque Aquático Maria Lenk para aulas de natação. Como acontece desde a sua fundação, a instalação continuará sediando competições nacionais e internacionais.



Pista de atletismo, quadras de vôlei de praia e alojamento (arquitetura nômade) 
A pista de atletismo será um dos maiores legados esportivos dos Jogos para a cidade. Construída após os Jogos, ela terá o tamanho oficial de 400 m e ficará ao lado da Arena Carioca 2, permitindo a prática de todas as provas de pista e de campo. Assim como em outras instalações do Parque Olímpico, terá uso compartilhado por atletas de alto rendimento, alunos do GEO e integrantes de projetos sociais. Apenas nestes dois últimos grupos, será possível atender cerca de 1.080 pessoas.

Entre a pista de atletismo e a Arena Rio será erguido um alojamento seguindo o conceito que é um marco na organização dos Jogos Rio 2016: a arquitetura nômade, também usada na Arena do Futuro, que dará origem a quatro escolas municipais, e no Estádio Aquático, que originará dois centros aquáticos. No caso do alojamento, ele surgirá a partir da estrutura das galerias técnicas do Centro Internacional de Transmissão (IBC, na sigla em inglês), que serão desmontadas após os Jogos Paralímpicos. O alojamento terá 116 quartos com dois leitos cada, refeitório, auditório, salas de fisioterapia e restaurante. As acomodações, de alto nível, possibilitarão que delegações estrangeiras de várias modalidades venham realizar estágios e treinamentos no local que terá sediado os Jogos Olímpicos e Paralímpicos.

No outro extremo da pista de atletismo, oposto ao do alojamento, surgirão duas quadras de vôlei de praia, que também poderão ser usadas por jogadores profissionais e integrantes de projetos sociais.

Arena Rio 
Também utilizada nos Jogos Pan-Americanos de 2007, a Arena Rio se consolidou no cenário cultural e esportivo da cidade como palco de shows, partidas de basquete e lutas de MMA. Em janeiro, foi inaugurado o Centro de Treinamento de Ginástica Artística, com 1.400 m², que é administrado pelo COB e permanecerá após os Jogos. Em 2016, a arena receberá as disputas olímpicas de ginástica artística, rítmica e de trampolim, e de basquete em cadeira de rodas.


Via Olímpica – Cortando verticalmente o Parque Olímpico com curvas inspiradas no calçadão de Copacabana, a Via será o caminho que levará os espectadores para os principais pontos de competições. Após 2016, será transformada em parque público com 890 metros de extensão e 47 mil m² de área total, abrigando cinco terraços e dois mirantes. A Via começa no portão de entrada, na Avenida Embaixador Abelardo Bueno, percorre o centro do Parque e termina às margens da Lagoa de Jacarepaguá, onde ficará a área de convivência (live site). Projetada com inclinação de até 3,9°, abaixo da exigência legal, ela garante conforto ao público, principalmente às pessoas com deficiência.

Após 2016, ela abrigará um parque público, com passeios, praças, ciclovia, áreas de convivência e quadras, com acesso livre para quem quiser praticar esportes. Dividida em quatro setores, o ponto de partida da Via Olímpica será na Praça de Chegada, na Abelardo Bueno, que vai oferecer vasta área verde, com espécies típicas de vegetação tropical, parque infantil, mesas para piquenique, local de convivência com assentos e equipamentos para exercícios.

Seguindo pelo caminho sinuoso, chega-se ao Parque da Via Olímpica, que será dividido em duas áreas: esportiva e cívica. Na primeira, haverá equipamentos diversos, um parque infantil, um quiosque e uma esplanada que dará acesso às quadras poliesportivas e espaço para mesas de pingue-pongue. Entre as quadras –  cercadas com telas de proteção e pintadas em cores diferentes para demarcar as linhas das diversas modalidades que poderão ser praticadas –, haverá alamedas arborizadas e ciclovia, além de bicicletários. Em sua parte mais alta, em frente ao futuro GEO,  a Via Olímpica estará a quase 10 metros do solo, o que proporcionará uma vista privilegiada do parque.

Já na segunda parte do Parque da Via Olímpica, na área cívica, o público vai usufruir de vários jardins de características diversas e muitas áreas de sombra, infantil, espaços de convivência, para instalações de arte e pequenos eventos, além de quiosques e áreas para piqueniques.

Fechando a Via Olímpica surge o Parque Sul no local onde, durante os Jogos, será instalado o live site. Com 30 mil metros quadrados, o espaço será mais uma grande área de lazer com rampas para a prática de skate, jardins, gramado aberto para atividades de lazer com a família e amigos. O local ainda poderá abrigar restaurantes, cafés e lojas.

Instalações temporárias do Parque Olímpico - Arquitetura nômade
Serão temporários o Estádio Aquático e a Arena do Futuro, que foram desenvolvidos dentro do conceito de arquitetura nômade. Após os Jogos, o Estádio Aquático será transformado em dois centros aquáticos, um deles com uma piscina olímpica (50 m) com cobertura e uma arquibancada com capacidade para 6 mil espectadores, e o outro com uma piscina olímpica e uma arquibancada com capacidade para 3 mil pessoas. A Arena do Futuro será desmontada e transformada em quatro escolas municipais, cada uma com capacidade para 500 alunos.

Parque Radical de Deodoro
Em 2016, o Complexo de Deodoro será a segunda maior área de competições dos Jogos, com a disputa de 11 modalidades olímpicas e quatro paralímpicas. Com quase 500 mil metros quadrados, o Parque Radical vai oferecer opções variadas de recreação e prática esportiva – incluindo uma ciclovia – e será a segunda maior área de lazer da cidade, atrás do Parque do Flamengo.

O planejamento para o aproveitamento do Parque Radical, que nos Jogos receberá as competições de canoagem slalom, BMX e mountain bike, divide a área em quatro setores. No setor 1, onde ficam o circuito de canoagem slalom e a pista de BMX, a ideia é fazer uso combinado do público e dos atletas de alto rendimento. O equipamento de canoagem slalom vai se tornar uma grande piscina. Os obstáculos que dificultarão a performance de canoístas profissionais sairão e permitirão a criação de um lago recreativo e um canal com uma correnteza leve, para diversão dos usuários, que poderão descê-lo a nado ou em boias.

A pista olímpica de BMX permanecerá, com suas ondulações desafiadoras para os melhores praticantes de bicicross do mundo. No terreno ao lado, serão instaladas quadras poliesportivas.

O setor 2 será o mais dedicado à natureza, com trilhas ecológicas, equipamentos de ginástica – inclusive para a Terceira Idade – e locais de descanso e contemplação, com assentos, quiosques e jardins.

Já o setor 3  prevê mais um equipamento radical e será ponto de encontro das famílias, com espaço para convivência com churrasqueiras e trilhas. Um mirante permitirá ampla visão do parque. Neste setor haverá uma minipista de mountain bike para quem gosta de se aventurar por trilhas mais radicais.

Outras quadras poliesportivas, uma ciclovia, uma pista de skate e outra pista de BMX, para iniciantes, comporão o setor 4 do Parque Radical.

Fotos: Divulgação

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