No
duelo entre duas seleções de diferentes escolas, ainda quem joguem pelo mesmo
continente, deu Japão. Assim como em todos os outros confrontos das
quartas-de-final, a classificação para a fase semifinal foi obtida às duras
penas. Um solitário gol marcado por Mana Iwabuchi já no final da partida foi
responsável por colocar as japonesas na briga pelo bicampeonato da Copa do
Mundo Feminina. A exibição do time oriental foi abaixo do que se esperava até
mesmo em comparação ao rendimento nos jogos anteriores, e muito disso
se deve a mais uma excelente partida do setor de meio campo da Austrália.
Destaques no grupo da morte e também no jogo contra o Brasil na fase de oitavas-de-final, as combativas Katrina Gorry, Kellond-Knight e Van Egmond marcaram bem o setor mais forte das
japonesas.
Por
outro lado, o bom desempenho do lado direito de ataque foi comprometido. Para
não repetir o erro da seleção holandesa, que sofreu ao deixar Miyama livre na
criação de jogadas pelo lado esquerdo, a ofensiva Caitlin Foord pouco apareceu
na frente. Pelo menos fez bem seu papel na marcação, não dando espaço para que
a capitã e cérebro do Japão decidisse como nas partidas anteriores. Carente de
sua principal referência no meio, as japonesas buscaram o jogo pela direita, fugindo
do costume. O problema é que os constantes avanços de Ariyoshi prejudicavam o setor
defensivo. Na frente, a combinação entre ela e Kawasumi davam bons resultados.
Porém, assim que a Austrália tomava a bola, as jogadas de contra-ataque sempre
partiam nas costas da lateral, seja utilizando De Vanna ou Kerr em velocidade.
Na
busca pelo balanço entre ataque e defesa, o Japão passou a abusar dos
lançamentos longos, fugindo ainda mais de seu estilo. Ainda que bem acionada,
Sameshima não conseguia levar perigo à defesa australiana. As atacantes Ogimi e
Ohno tampouco, e em boa parte do jogo os lances ofensivos das duas seleções
foram escassos. No segundo tempo, a Austrália buscou mais o ataque e se
aproveitou do bom espaço entre as linhas de meio campo e defesa para arriscar
chutes de fora da área. Porém, as finalizações de De Vanna e Kyah Simon foram
seguramente defendidas por Kaihori, mantida na meta japonesa mesmo com a falha
no gol holandês em jogo disputado anteriormente.
Com
o final do jogo chegando, as australianas pareciam sentir mais o cansaço e o
calor da tarde em Edmonton. Já o Japão parecia melhor preparado e ainda contava com um bom trunfo vindo do banco de reservas. A seleção conseguiu seu gol após uma boa sequência de
jogadas de Mana Iwabuchi, que substituiu a apagada Ohno. Depois de confusão
na área em cobrança de escanteio, a veloz atacante do Bayern de Munique já com
o gol vazio apenas empurrou para as redes da goleira Lydia Williams. Para o Japão, a
partir daí, foi só segurar a pressão australiana baseada em jogadas aéreas para
garantir a passagem às semifinais do mundial. A zaga mostrou segurança e ainda contou com duas boas saídas de Kaihori. Agora a adversária do Japão é a
Inglaterra, que venceu o anfitrião Canadá no jogo disputado horas mais tarde. O duelo acontece na próxima quarta-feira, a partir das 20h.
Japão:
Ayumi Kaihori; Saori Ariyoshi, Azusa Iwashimizu, Saki Kumagai, Aya Sameshima; Nahomi
Kawasumi, Mizuho Sakaguchi (Homare Sawa), Rumi Utsugi, Aya Miyama; Shinobu Ohno
(Mana Iwabuchi) e Yuki Ogimi.
Técnico:
Norio Sasaki.
Austrália: Lydia Williams; Caitlin Foord, Laura Alleway, Alanna
Kennedy, Steph Catley; Elise Kellond-Knight, Emily van Egmond, Katrina Gorry (Michelle
Heyman); Lisa de Vanna (Larissa Crummer), Sam Kerr e Kyah Simon (Ashleigh Sykes).
Técnico:
Alen Stajcic.
Gol:
Mana Iwabuchi, aos 42 minutos do segundo tempo.
Árbitra:
Kateryna Monzul, da Ucrânia.
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