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Atletas do handebol criticam atitude do Catar de naturalizar jogadores


No Mundial masculino de handebol do Catar, os anfitriões garantiram uma vaga inédita na fiinal ao bater a Polônia por 31 a 29 nesta sexta-feira e se tornaram a primeira seleção não europeia a estar entre os três melhores da competição. O bom desempenho da equipe, contudo, é alvo de críticas por parte das outras seleções, já que dos 16 atletas que defendem o Catar, nove não nasceram no país e todos eles recebem benefícios em dinheiro pelos triunfos.

Para ter um time com tamanho potencial, o Emir Al Thani, autoridade absoluta do Catar, liderou os processos de naturalização e prometeu recompensar os jogadores cataris com prêmios de até 90 mil euros (cerca de R$ 270 mil) pelas vitórias no Mundial.

E a motivação para buscar medalhas também vem do bolso: com a classificação para a final e a subsequente garantia de medalha, a promessa é que os atletas receberão muito mais dinheiro. Questionados sobre a situação após os jogos, os comandados do espanhol Valero Rivera - atual campeão mundial com a Espanha -, se recusam a falar sobre o episódio e rebatem que "falam apenas sobre handebol e sobre a competição". 

"Não sei quais são as regras, mas acho que nacionalizar uma seleção inteira não é coerente com a ética do esporte. Porém, se eles puderam fazer isso, minha opinião é que não é certo", avaliou Teixeira, central da seleção brasileira, em entrevista à reportagem.

De acordo com o regulamento da Federação Internacional de Handebol (IHF), os jogadores estrangeiros precisam ficar sem atuar por três anos por seus países de origem para que possam obter outra cidadania. Como o Mundial é realizado a cada dois anos, o atleta só perde uma edição do torneio antes de poder defender outra seleção. 

"Eu acho errado. Naturalizar é normal, não tanto quanto eles naturalizaram e da forma que foi, mas não vou ficar criticando. Cada um tem sua política, e se a IHF liberou, não há o que fazer", afirmou o goleiro brasileiro Rick.
O técnico Jordi Ribera ressaltou o grande poder aquisitivo do país, mas preferiu minimizar a polêmica, dando ênfase à preparação das categorias de base brasileiras.

"O Catar tem muito dinheiro (risos). Essa é a polícia deles, não tem porque ser a nossa. Acho que nós estamos fazendo um projeto para trabalhar com os jogadores talentosos que são daqui e esse projeto está sendo muito bom. Não temos que ter a mesma política do Catar", disse o treinador.

"Eles se beneficiam de uma estrutura econômica que, evidentemente, neste momento, nós não temos aqui. Mas eu não fico vendo o que fazem os demais. Penso no que é o melhor para o Brasil, que é ter um projeto global em nossa modalidade para investir nos meninos que temos aqui e pronto", completou Jordi.

De acordo com a imprensa francesa, Emir Al Thani iniciou o processo de naturalização em 2011, já pensando na edição do Mundial disputada em casa. Na Espanha, em 2013, o Catar foi eliminado ainda na fase de grupos, e do elenco da época restaram apenas quatrio jogadores para 2015: os cataris Hamad Madadi e Abdulrazzaq Murad e os naturalizados Eldar Memisevic, da Bósnia, e Hassan Mabrouk, do Egito.

Desde então, outros sete jogadores estrangeiros se uniram ao elenco, como o cubano Rafael Capote, detaque na competição. Além dele, o tunísio Youssef Benali, o sérvio Zarko Markovic, o bósnio Danijel Saric, o montenegrino Goran Stojanovic, o francês Bertrand Roiné, o espanhol Borja Vidal se naturalizaram para brigar pelo título do Mundial. Os outros cinco atletas são nascidos no Catar, mas não estiveram na Espanha. 


Agora, o Catar decide com a França o Mundial de Handebol. A final está marcada para domingo, às 14h15 (de Brasília). Pouco antes, às 11h30, ocorre a disputa do terceiro lugar. 


Foto: Getty Images
Fonte: ESPN/Gazeta

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