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Sem apoio, musa da ginástica planeja "vaquinha" para disputar Olimpíadas

 O planejamento da ginasta Natália Gaudio, 21 anos, até as Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, está traçado. Só esbarra em um detalhe: orçamento. Tricampeã Sul-Americana de ginástica rítmica, a atleta precisa disputar torneios como o Pan-Americano e o Mundial em 2015 para se manter como número 1 do país e garantir a vaga olímpica. Além disso, pretende fazer oficinas com os melhores treinadores do mundo para aprimorar suas coreografias e competir entre as principais ginastas do planeta.

Só que tudo tem um custo elevado. Por isso, a atleta busca recursos que custeiem sua preparação olímpica. Mas a busca tem refletido poucos resultados. Além das bolsas concedidas pelo governo, Natália tem apenas um patrocinador, que a acompanha desde o início de sua carreira. A situação se repete para todas as outras ginastas, segundo Natália.

- A gente sabe que vai ter que investir. Se tiver que fazer vaquinha, pedir para a família, eu vou fazer o que tiver que fazer para conseguir esse investimento porque sei que é o ano decisivo para a classificação de 2016. Está difícil, muito difícil. Não só para mim, mas para outros atletas. Estamos correndo atrás de patrocínio. As ginastas da Rússia ganham como jogadores de futebol. Aqui, a gente faz essa comparação. Porque lá é um esporte muito conhecido, muito divulgado - afirmou durante sua apresentação em São José dos Campos, interior de São Paulo.

As 24 melhores ranqueadas do mundo se classificam para a disputa da ginástica rítmica nas Olimpíadas. Mesmo se não figurar neste ranking, uma brasileira tem vaga garantida por ser do país-sede da competição. A disputa do Pan-Americano, no Canadá, e do Mundial, na Alemanha, são fundamentais nesta pontuação.

Durante as competições, cada atleta faz quatro coreografias. Para competir entre as melhores do mundo, o planejamento de Natália Gaudio é visitar as melhores escolas de ginástica rítmica do mundo e ter danças criadas pelos melhores professores, como Mariana Vasileva, técnico do Azerbaijão, e o espanhol Rubén Gavilan. As outras duas coreografias devem ser criadas em oficinas na Rússia e Bulgária, referências na modalidade.


- Estou com vários cursos preparados para fazer intercâmbio. Vamos investir bastante. O ritmo vai continuar pesado. Não vai ter quase descanso desse ano para 2015. Não tem como parar e não tem como perder uma semana de treino porque isso pode fazer toda a diferença - afirmou Natália.

Capixaba, Natália realiza seus treinos no Centro Olímpico do Espírito Santo (Coes). O estado tem um investimento alto no modalidade. Inclusive, está construindo um centro de referência para o treinamento de seus atletas. Mas para se equiparar às principais ginastas do mundo, Natália afirma que é preciso competir o máximo possível. E isso custa caro.

- Estou nesta carreira há 16 anos e tenho um patrocínio. Para um investimento olímpico, é muito pouco. Estou buscando. Eu e meu assessor temos buscando bastante. Não existe medalha sem investimento. As europeias, que comandam, competem 15 vezes a mais que a gente. Precisamos fazer um intercâmbio porque isso é muito valioso para nós. Todos vão servir de avaliação - disse.

Além da carreira na ginástica artística, Natália já posou para uma grife de roupas no Espírito Santo, e ganhou elogios do fotógrafo Cacá Lima. Modelar é um dos hobbies da ginasta. 

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