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Murilo lamenta a situação de Jaque, mas já admite manter a casa sozinho

 Esposa desempregada, filho pequeno para cuidar e cirurgia recente. A rotina de Murilo não tem sido das mais tranquilas. Mas encontrar um clube para a esposa Jaqueline atuar no Brasil é hoje a maior preocupação do dono de duas pratas olímpicas. 

O pequeno Arthur, de 9 meses, é um bebê calminho e só dá alegrias aos pais. E a operação para corrigir um problema na articulação do ombro direito, na semana passada, aconteceu sem problemas. O único incômodo é a tipoia, que limita os movimentos. Mas, em dois meses, ele estará novamente em ação. 

Ver a amada sem trabalho tem tirado Murilo do sério. Jaqueline é bicampeã olímpica e está acostumada com um salário considerado alto para os padrões do vôlei brasileiro, algo que a grande maioria dos 13 clubes inscritos na Superliga feminina, que começa no dia 7 de novembro, não pode bancar. Jaque teve propostas para atuar no Japão e na Europa, mas a família decidiu que não vai se separar pelo menos até que Arthur cresça. Por essas e outras, o camisa 8 já fala em sustentar a casa sozinho.

- Graças a Deus posso manter a família tranquilamente com só eu trabalhando. Eu tenho um ótimo contrato com o Sesi-SP. A Jaque já tem alguns anos de vôlei também. A gente tem uma independência financeira que permite. Mas vamos aguardar, ainda há esperança de ela conseguir um clube para trabalhar. Tem times em que ainda cabe a Jaque, mas eles precisam ter interesse. Não adianta só a gente querer. Precisa partir deles - afirmou Murilo, durante o evento de lançamento da Superliga (masculina e feminina), nesta terça-feira, em um hotel de São Paulo.

Além da questão financeira, outro fator que dificulta o acerto de Jaqueline com algum time é a sua pontuação 7 - a máxima - no ranking da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV). Por conta disso, ela não poderá jogar pelo Osasco, seu último empregador. De acordo com o regulamento da competição, cada clube só pode ter duas jogadoras com a pontuação máxima, dada apenas para oito atletas, todas da seleção. E o time da Grande São Paulo já conta com Dani Lins e Thaisa. Sesi-SP (Fabiana) e Rio de Janeiro (Natália), os outros dois clubes que contam com os maiores investimentos no Brasil, teriam vaga e condição financeira de contar com a mãe de Arthur - Tandara (Praia Clube), Sheilla e Fernanda Garay (ambas na Europa) são as outras atletas de nível 7. Mas as negociações estariam esbarrando na falta de um acordo salarial. Questionado se Jaque aceitaria uma redução salarial, Murilo deixou claro que a esposa quer ser valorizada por tudo o que já conquistou.

- Eu não gosto de falar sobre isso. Vai depender da situação, onde vai ser, o que vai ser. Ela é uma jogadora bicampeã olímpica e precisa ser valorizada por isso. Infelizmente, hoje o mercado está difícil. Não só para ela, mas para outras jogadoras que tiveram que sair do Brasil e lá recebem muito bem para jogar. Nós temos que avaliar a proposta e a situação para tomar uma decisão, que vai ser uma decisão nossa, de família mesmo.

Durante o Mundial da Itália, no mês passado, quando foi medalhista de bronze com a seleção brasileira, e após a competição, Jaqueline chegou a chorar quando falou da sua situação e fez apelos para ser ajudada. Mas até agora nada. A solução seria aceitar propostas recebidas nas últimas semanas do Japão e da Europa. Entretanto, não está nos planos da família Endres deixar o Brasil.

- Não tem outra coisa para fazermos, estamos aguardando. Já pedimos ajuda, já brigamos, já discutimos e já choramos. Sair do Brasil está fora de cogitação. Essa é uma decisão nossa e vamos arcar com as consequências.  A gente não quer o Arthur fora do Brasil ou a Jaque longe do Arthur por tanto tempo. Isso a gente vai bater no peito. Se não for para jogar no Brasil, ela fica em casa – disse Murilo.

Indagado sobre a possibilidade de ajudar a titular da seleção brasileira, o diretor geral da CBV, Radamés Lattari disse que a entidade já fez a parte dela. Cabe agora aos clubes e a jogadora chegarem a um acordo.

- Dos 13 clubes que estão participando da competição, o único que tem duas jogadoras de 7 pontos é o Osasco. Todos os outros clubes têm uma vaga para jogadora de 7 pontos. Aí é um acordo entre o desejo do clube e o desejo da jogadora. Não compete à CBV fazer esse tipo de acordo - comentou o dirigente.

Fonte: globoesporte.globo.com

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