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Após espera centenária, golfe volta aos Jogos Olímpicos em Nanjing e quer se popularizar


A espera do golfe foi secular. Mas os Jogos Olimpícos da Juventude, em Nanjing, deram fim a um martírio que vinha desde 1904. Nesta quinta-feira, quando o italiano Renato Paratore conquistou a medalha de ouro, o esporte, que tem mais de 600 anos de prática, reescreveu sua história. Na China, entre a garotada, a modalidade marca o seu retorno aos eventos do Comitê Olímpico Internacional (COI) após 110 anos.

A última participação em Olimpíadas havia sido em St. Louis, nos Estados Unidos, em 1904. E mesmo antes dos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016, quando o golfe reestreia de fato, a data de 21 de agosto de 2014 foi bastante festejada na China.

- Essa é a nossa primeira volta à família olímpica desde 1904, então, estamos muito realizados. Queremos mostrar ao Comitê Olímpico Internacional e ao mundo olímpico que o golfe é sério e está voltando aos Jogos Olímpicos para ficar e fazer o melhor evento possível - disse Dominic Wall, embaixador da Federação Internacional de Golfe em Nanjing, na China.

O retorno do esporte não deixou felizes apenas os dirigentes da Federação Internacional. Os jovens atletas em Nanquim, todos amadores, sonham se tornar profissionais para competir nas Olimpíadas. Para 2016, no Rio, o sonho é quase impossível. Mas o golfe também tem vaga garantida em 2020, em Tóquio, no Japão. Porém, pode chegar já condenado a um novo hiato, pois uma votação em 2017, envolvendo membros do COI, pode retirar a modalidade de 2024 em diante.

- A Olimpíada é um dos maiores, talvez o maior evento esportivo do mundo. De muito prestígio. Ter o golfe de volta aos Jogos Olímpicos é muito importante para nós, mesmo aqui em Nanquim já. Essa possibilidade de jogar as Olimpíadas motiva novos golfistas e faz com que muitos que estavam desestimulados repensem a carreira - declarou o jovem atleta indiano Feroz Garewal, de 17 anos, sétimo colocado na final em Nanquim.

Para o Rio 2016, estrelas do golfe profissional, entre eles Rory Mcllroy, da Irlanda do Norte, e Tiger Woods, dos Estados Unidos, já demonstraram interesse em participar. Ambos estão entre os mais bem pagos entre todas as modalidades esportivas. Mesmo assim, Dominic Wall garante que a Federação Internacional quer afastar a ideia de que o golfe é um esporte de elite.

- O golfe é visto como um esporte de ricos, mas quando você olha em termos do desenvolvimento do esporte, diria que não há uma quantidade ilimitada de recursos. Muitas das nossas associações nacionais não têm toda essa grande oferta de dinheiro. Ter a oportunidade de entrar nos Jogos Olímpicos é uma chance de desenvolver o esporte ao redor do mundo.

Zecheng Dou, da China, foi o oitavo colocado na chave masculina em Nanquim. Com 17 anos, nasceu em um país que já liberou o esporte. Até 1984, a China proibia a prática do golfe, dizendo se tratar de um esporte de elite, muito burguês para um país comunista. A mudança de mentalidade transformou o esporte em um "ópio verde". Campos de golfe estão espalhados pelo país e cada vez mais chineses se interessam.

- O golfe será mais global agora. Essa é a minha previsão. E acho que no futuro também não será tão mais caro como é, então cada um que quiser poderá disputar a modalidade - opinou Dou.

Em Nanjing, o italiano Renato Paratore foi ouro, seguido do alemão Jonas Liebich e do finlandês Oliver Lindell. No feminino, a coreana Soyoung Lee foi a primeira, seguida de Ssu-Chia Cheng, de Taiwan, e Kristine Emily Pedersen, da Dinamarca.   


Foto: Getty Images
Fonte: Globoesporte.com

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