Em matéria de Jogos Pan-Americanos, o Brasil tem uma lista seleta de especialistas. Hugo Hoyama é, sem dúvida, um deles. A história do atleta marca a participação brasileira na competição com 15 medalhas conquistadas, sendo dez ouros, uma prata e quatro bronzes. Na semana em que a contagem regressiva para os Jogos Pan-Americanos de Toronto 2015 chegou a um ano, o Portal Brasil 2016 entrevistou o atleta, que é o atual segundo maior medalhista do país em medalhas de ouro na competição, atrás apenas do nadador Thiago Pereira, com 12 títulos.
A primeira participação de Hugo Hoyama em Jogos Pan-Americanos foi em Indianápolis 1987. O atleta passou por Havana 1991, Mar del Plata 1995, Winnipeg 1999, São Domingos 2003, Rio de Janeiro 2007 e por Guadalajara 2011. Lembrado por várias gerações do esporte brasileiro, Hoyama pretende ir a Toronto no próximo ano. Agora, como técnico da seleção feminina de tênis de mesa.
São 26 anos dedicados ao esporte. Vivenciou fortes emoções, ganhou reconhecimento do torcedor brasileiro e teve a honra de ser o porta-bandeira da delegação nacional no Pan de Guadalajara 2011. O atual técnico da seleção feminina de tênis de mesa compartilhou essas e outras histórias na entrevista abaixo.
- Quando se fala em Jogos Pan-Americanos, o seu nome é lembrado imediatamente no Brasil. Com as suas sete participações, você inspirou muitos atletas, até mesmo de outros esportes. Como você enxerga os Jogos Pan-Americanos na história da sua carreira?
Hoyama - Com certeza, os Jogos Pan-Americanos significam muito para mim. Desde cedo fui preparado para vencer esse torneio, em todas as categorias. Felizmente consegui as 15 medalhas no total.
Todas elas foram importantes, mas a de 2007 foi a mais significativa. Vencendo em casa, na frente da nossa torcida, e principalmente do meu pai, que estava no ginásio assistindo ao jogo final.
Claro que, conquistando essas medalhas, fui sendo mais reconhecido, e não há emoção maior do que o reconhecimento. Cada palavra de apoio, felicitações e, até, críticas que também me davam mais motivação para seguir vencendo pelo nosso país.
- Desde a sua primeira participação em 1987, qual é a evolução que você vê do nível dos atletas em Jogos Pan-Americanos até a edição de 2011?
Hoyama - Os atletas hoje são mais profissionais. Muitos jogam em equipe da Europa e, por isso, o nível aumentou bastante. Ficou mais bonito de ver os jogos, tanto no masculino quanto no feminino.
Também a organização melhorou muito nas condições de jogo, com arenas maiores e mesas melhores. Assim, a performance dos jogadores é muito melhor.
- Como foi a sua última participação em Jogos Pan-Americanos, em Guadalajara 2011, quando você foi porta-bandeira da delegação nacional?
Hoyama - Foi inesquecível ser o porta-bandeira da delegação. Nem imaginava. Quando fui informado pelo Bernard (Rajzman, chefe de delegação do COB) comecei a tremer todo.
Claro que a minha experiência por ter participado de outras seis edições me ajudou nessa hora, de colocar a cabeça no lugar, ao mesmo tempo de ficar contente com a situação, manter a concentração para os jogos, pois, logo no dia seguinte, já teria que entrar na mesa.
Vencer pela décima vez, com a ajuda dos meus companheiros Thiago Monteiro e Gustavo Tsuboi, e do técnico Jean-René Mounier, foi como terminar com chave de ouro minha participação em Jogos Pan-Americanos.
- Agora como treinador da seleção feminina, qual será a importância do Pan de Toronto 2015 para as mesatenistas brasileiras?
Hoyama - O tênis de mesa feminino nunca conquistou uma medalha de ouro na competição. A minha função é ajudá-las nisso. Estamos no caminho certo até agora, obtendo ótimos resultados em competições internacionais, como o título mundial da 2ª Divisão, latino-americano e sul-americano. Todas as atletas estão conseguindo atingir um melhor posicionamento no ranking mundial.
Sabemos que enfrentaremos adversários difíceis, como dos Estados Unidos e do Canadá, mas confio muito nas minhas atletas para conquistar essa medalha de ouro inédita.
- O Pan 2015 terá um papel importante na preparação para as atletas visando os Jogos Olímpicos do Rio em 2016?
Hoyama - Com certeza. Ainda mais se conseguirmos os resultados que queremos. Como disse, confio muito nelas, e conto com a torcida de todos. Sei que torceram muito por mim como atleta e gostaria de continuar com essa energia positiva de todos agora como técnico delas.
Fonte: brasil2016.gov.br
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