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| Foto: Reprodução/Facebook |
Lais Souza passou por um novo processo cirúrgico na tarde desta quinta-feira, em Salt Lake City, nos Estados Unidos. Internada desde segunda após grave acidente durante um treino para os Jogos Olímpicos de Sochi, a atleta brasileira foi submetida a uma traqueostomia, procedimento em que é realizada uma abertura na traqueia para facilitar a respiração do paciente, com ajuda de aparelhos. Além disso, a ex-ginasta ainda passou por uma gastrostomia, que consiste na colocação de uma sonda alimentar.
A equipe médica explicou durante a conferência de imprensa realizada no Hospital Universitário de Utah que para facilitar a comunicação com a atleta foi instalado um aparelho (Communicator Device Screen) em que Lais consegue se comunicar por meio dos movimentos dos olhos diante de uma tela de computador. Há frases prontas em português, ícones e um teclado onde o paciente pode olhar e formar palavras. O sistema de comunicação é parecido com o usado pelo famoso físico britânico Stephen Hawking, portador de esclerose lateral amiotrófica (ELA) - uma rara doença degenerativa que paralisa os músculos do corpo sem, no entanto, atingir as funções cerebrais.
O neurocirurgião Andrew Dailey e a neurologista Holly Ledyard, ambos da Universidade de Utah, junto com Antônio Marttos Júnior, médico do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), explicaram que é muito cedo para prever qualquer prognóstico a longo prazo sobre a recuperação de Lais Souza. E destacaram que a atleta brasileira ainda está em fase crítica e precisa de aparelhos para respirar e se alimentar.
A mãe de Lais, Odete Souza, chegou nesta quinta-feira à noite em Utah, mas ainda não tinha visto a filha antes da coletiva da junta médica.
Pelas redes sociais, a também atleta brasileira Josi Santos chegou a anunciar que Lais tinha movimentado os braços. No entanto, Marttos esclareceu que o movimento foi dos ombros, acarretando em um deslocamento do braço.
Lais Souza sofreu o acidente durante um treino. A atleta estava esquiando, sem praticar nenhum salto, quando perdeu o controle e se chocou contra uma árvore. O acidente provocou uma torção da 3ª vértebra da coluna cervical, que foi deslocada e realinhada após a primeira cirurgia, no mesmo dia da queda. A atividade servia como preparação para as Olimpíadas de Inverno de Sochi, que começam no dia 6 de fevereiro. Lais disputaria a modalidade Aéreos do Esqui Estilo Livre.
Chance de sequelas
Antes da coletiva, o médico do Comitê Olímpico Brasileiro, Júlio Nardeli, afirmou que o risco de Lais Souza ter alguma sequela definitiva é considerável.
- O atleta é diferente da população normal. É diferente do motoqueiro que cai na rua e tem a mesma lesão que ela. Do cara que cai da laje e tem a mesma lesão. Atleta sempre pode surpreender e é nisso que estamos apostando. Mas, no contexto geral, a chance dela ter lesão com sequela definitiva é grande - afirmou em entrevista ao SporTV.
Globo Esporte, com informações de Paloma Fukusig
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