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Rússia sofre pressão na ONU para mudar Trégua Olímpica e aceitar homossexuais







A cada dois anos, a ONU adota uma resolução chamada Trégua Olímpica, uma declaração que invoca os gregos antigos e celebra a competição amigável e a "causa da paz". Ela normalmente é aprovada sem grandes problemas, mas não neste ano.

Segundo o jornal "The New York Times", houve uma controvérsia no rascunho da trégua proposta pela Rússia, que no próximo ano abriga os Jogos Olímpicos de Inverno, em Sochi, sudoeste da Rússia. O esboço do documento mencionava a promessa de incluir "pessoas de idades diferentes, sexo, capacidade física, religião, raça e status social". Mas não havia menção a gays e transgêneros, uma omissão particularmente sensível dado o barulho do Ocidente sobre lei russa que tem sido criticada como anti-gay.


Representantes da ONU de todo o mundo ficaram semanas pressionando a Rússia para que incluísse os gays. Nesta semana, após extensivas negociações de bastidores, a Rússia alterou o texto da trégua e passou a dizer que iria "promover inclusão social sem discriminação de qualquer tipo." Isso foi suficiente para que todos os lados concordassem que a Trégua Olímpica estava de volta aos trilhos. A resolução tem valor simbólico. A ONU deve votar a trégua nas próximas semanas.

Aprovada pelo presidente Vladimir Putin em 29 de julho, a lei anti-gay russa tem causado controvérsia no mundo todo e preocupado atletas e cartolas. A Rússia abrigará os Jogos de Inverno em Sochi-2014 e a Copa-2018.

Tanto o Comitê Olímpico Internacional como a Fifa já pediram explicações ao governo russo sobre o texto. E exigiram que ele se responsabilize pela segurança dos competidores e torcedores dos eventos. O presidente dos EUA, Barack Obama, também criticou a lei.

De acordo com políticos russos, a lei não proíbe o homossexualismo, apenas desencoraja sua discussão por menores de 18 anos. No texto original, ela criminaliza "a expressão pública de apoio a formas não-tradicionais de relacionamentos". Segundo Ielena Mizulina, uma das autoras da lei, esses relacionamentos são entre "homens e homens, mulheres e mulheres, bissexuais e transsexuais".


As punições a quem desrespeitar a lei vão de cerca de R$348, para indivíduos, até R$ 70 mil, para organizações e órgãos de imprensa. Estrangeiros podem ser multados, presos ou proibidos de voltar à Rússia.

Fonte: Folha de S. Paulo
Foto: Associated Press

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