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Apostando no planejamento, CBDN vê gerações futuras mais fortes



Fazer esporte de neve em um país tropical não é tarefa fácil. Por isso, cada passo da Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN) é bem pensado antes de ser dado. Apostando no planejamento, no estudo minucioso de modalidades e atletas, e na construção de centros de treinamentos, a confederação prevê que o Brasil ficará cada vez mais forte nas próximas gerações e, quem sabe, ate brigue por medalhas daqui a três ciclos olímpicos, especialmente nas Paralimpíadas de Inverno.


"É muito difícil você precisar uma data sendo que você está revolucionando a forma de estruturar esporte em um país tropical. Eu acredito que a medalha do paraolímpico venha antes, embora a gente esteja começando agora, por causa do grau de competitividade. Então eu acho que 2026 provavelmente a gente já deveria estar beliscando ou chegando bem perto de uma medalha paralímpica. E a medalha olímpica talvez no outro ciclo. Mas é muito difícil precisar. A disputa é ali na hora. Mas eu acredito que mais ou menos essas seriam datas possíveis, 2026 no paralímpico parece hoje algo factível" – afirmou Stefano Arnhold, presidente da CBDN.



O trabalho é pensado no longo prazo. A confederação vem desenvolvendo análises das diferentes modalidades sobre sua alçada, estudando, por exemplo, a evolução dos principais atletas do mundo.  Os centros de treinamento em São Carlos e São Roque, ambas cidades em São Paulo, são outra grande aposta da CBDN.



"A gente no cross country está fazendo um trabalho de longo prazo em que a gente acredita que, como a modalidade é de endurance (resistência), o Brasil pode ter excelentes resultados. E a grande pergunta é: por que nenhum país tropical tem resultados nessa modalidade? É falta de foco? Dificuldade de manter o atleta depois que ele acerta um alto nível, de repente, depois ele vai para um esporte de verão? Então são perguntas para as quais a gente não tem respostas absolutas hoje" – explicou.


Com Isabel Clark, do snowboard, Leandro Ribela, do cross country, e Jaqueline Mourão, do cross country e do biatlo, com mais de 30 anos, o Brasil deve perder alguns de seus principais atletas para as Olimpíadas de Inverno de 2018. Apesar de admitir que o país possa ter um hiato de talentos, Stefano mostra otimismo com o futuro
"A Isabel é um talento fora da curva. Não é todo dia que um país vai ter uma Isabel e não digo só o Brasil. Você imagina que ela é a 14ª do mundo e não são tantos que têm. A gente vai ter um período agora que muito possivelmente os cinco principais atletas que vão para Sochi já vão estar em um processo de não necessariamente estar olhando para 2018. Então vamos ter um desafio dessa transição que no esqui alpino está muito bem estruturada. No cross country a gente vai começar agora todo um trabalho novo visando o futuro. Então pode ser que haja um pequeno intervalo entre a geração atual e as novas que vêm. Mas eu acredito muito que nesse processo as novas vêm mais fortes. Mas eu queria citar a importância dos centros de treinamentos no freestyle e no endurance, onde a gente vai poder formar novos atletas, e próprio paralímpico que é outro objetivo nosso muito forte" – destacou o presidente da CBDN.
Entre os dias 12 e 23 de agosto, a CBDN organizou os Campeonatos Brasileiros de Snowboard e de Esqui Alpino. De acordo com Stefano Arnhold, as competições são mais uma estratégia da confederação para a evolução dos atletas e atingiram os objetivos esperados, com brasileiros conseguindo pontos para disputar a Copa do Mundo de snowboard, por exemplo.
"Uma das estratégias da CBDN é organizar provas de alto nível. É uma forma de fomentar o esporte no continente, porque você traz os atletas de alto nível dos outros países e com isso você atrai os sul-americanos e dá uma oportunidade para os brasileiros de participar e ter pontos superimportantes. Principalmente no snowboard isso é superimportante, e vários atletas nosso conquistaram nessas provas o direito de participar de Copa do Mundo. Essas provas têm um objetivo muito específico. O esqui alpino já e diferente. Ele tem uma oferta de provas na América do Sul bastante legal. Quase podemos dizer que se o Brasil não organizasse as provas não faria tanta diferença. Óbvio que são mais provas, mas para nós é muito importante também fazer os campeonatos nacionais e ter os campões brasileiros em cada modalidade. No esqui alpino o nível de competitividade é absurda, mas a gente tem uma coisa bacana que a gente está vendo a progressão das várias modalidades."
Fonte: Leo Velasco/Globoesporte.com
Foto: Divulgação/CBDN

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