O Surto Entrevista de hoje traz o apresentador e narrador dos Canais ESPN, Fernando Nardini.
Fale um pouco da sua da sua vida e sua carreira no Jornalismo.
Comecei
em 98 como auxiliar no plantão da extinta equipe de esportes da radio
atual em SP. Logo depois cheguei a TV Bandeirantes como estagiário e alí
fui subindo degrau a degrau desempenhando quase todas as atividades
dentro de uma televisão. Saí em 2005 como repórter e apresentador e duas
olimpíadas de experiência (200 e 2004). Até janeiro de 2012 estava na
TV Record onde cobri os jogos Pan-Americanos 2007 e as Paraolimpíadas
2008 in loco, além dos Jogos de Inverno 2010 (quando comecei a narrar) e
Pan 2011. Desde janeiro estou na ESPN Brasil onde já fiz a cobertura
das paraolimpíadas de Londres.
O que te levou a falar dos Esportes Olímpicos?
Sempre
acompanhei as mais diversas modalidades esportivas, desde pequeno.
Pratiquei algumas, principalmente o voleibol, é algo meio natural.
Quando entrei na profissão é claro que eu achava o máximo trabalhar como
futebol. Com o tempo fui percebendo que bom mesmo, embora menos
popular, é trabalhar com os olímpicos e paraolímpicos. Dali saem ótimas
histórias, as pessoas atendem com boa vontade. Sonho com o dia em que o
público brasileiro vai dar mais valor às modalidades olímpicas, mas isso
não está perto, infelizmente.
Qual foi o momento mais emocionante dos Jogos de Londres para você e o mais frustrante?
Sem dúvida nenhuma o mais frustrante foi a Fabiana Murer, aquilo é inesquecível e imperdoável.
O mais emocionante é difícil, mas vou ficar com o choro e a homenagem do Felix Sanchez nos 400 com barreiras.
Como você avalia o desempenho do Brasil nos Jogos de Londres?
Houve
boas e más notícias como vem acontecendo nos últimos jogos. Excelentes
os ouros do Zanetti e da Sarah, a participação do Handebol feminino,
entre outras coisas. Lamentável e vergonhosa a participação do
atletismo. Os vôleis garantindo medalhas. Enfim, nada que faça ficar
muito otimista para 2016. Infelizmente o caminho para os jogos do Brasil
deveria ter começado no máximo em 2008, assim como fizeram China e
Grã-Bretanha. Naturalmente 2016 deve ser a melhor campanha do Brasil na
história, mas não do jeito que poderia ser.
E quanto ao tão falado legado dos Jogos? Como lidar com a estrutura que
vai ficar de herança e não deixar acontecer o que aconteceu com as
instalações de Atenas 2004 e algumas de Pequim 2008, que caíram no
descaso?
Estive
em Atenas nos jogos e ano passado voltei de férias. Juro que deu nó na
garganta. Impressionante o que aconteceu com aquele lugar, tudo
abandonado, sem manutenção. Temo pelo destino das instalações esportivas
no Brasil após os jogos de 2016 exatamente por não sermos uma nação
olímpica. Fatalmente serão pouco aproveitadas. Se na China onde sobra
gente para praticar e se desenvolver no esporte algumas instalações são
mal usadas imagina por aqui.
Deixe um recado para os leitores do blog.
Principalmente
que sigam acompanhando, se interessando, divulgando para os amigos os
esportes olímpicos. Nós que gostamos temos um trabalho de formiguinha e
um longo caminho pela frente para divulgar e tornar mais acessível ao
público geral esse mundo fascinante das olimpíadas.
Um abraço e obrigado pela oportunidade.
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